Diferenças por sexos referente a ansiedade e visitas não programadas em pacientes hipertensos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.21510Palavras-chave:
Hipertensão Arterial Sistêmica; Ansiedade; Urgência; Risco cardiovascular.Resumo
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível, multifatorial associada a fatores, como a ansiedade. A ansiedade comporta-se diferente entre homens e mulheres. Assim, o presente estudo avaliou as diferenças por sexos na ansiedade e visitas não programadas em pacientes hipertensos. Método: Estudo observacional foi realizado com 1000 voluntários hipertensos (idade: 61,0 ± 12,5). Por meio de um questionário, foram coletados dados sociodemográficos e clínicos sobre visistas não programadas à urgência e ansiedade. A ansiedade foi avaliada pelo Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Resultados: Observamos que o sexo feminino é significativamente maior quanto a presença de comorbidades (h=0,134; p=0,036), diabetes mellitus (h=0,137; p=0,034), dislipidemia (h=0,137; p=0,032), depressão (h=0,240, p=0,001), comprar medicamentos em farmácia popular (h=0,240; p<0,001), automedicação (h=0,200; p=0,002), visita não programada e ansiedades traço (h=0,290; p<0,001) e estado (h=0,239; p<0,001). Na análise multivariada, o sexo masculino apresenta uma maior chance de visitas não programadas (RC: 1,43 (IC95%: 1,07-1,92), p=0,015), e o sexo feminino maiores chances de ansiedade traço (RC: 1,59 (IC95%: 1,21-2,09) p=0,001) e estado (RC: 1,40 (IC95%: 1,06-1,85) p=0,016). Conclusão: Em conclusão, embora as mulheres sejam mais ansiosas, tanto Estado quanto Traço, os homens são os que mais buscam visitas não programadas à urgência.
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