A tuberculose na população em situação de rua: representações sociais de profissionais da Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.21551Palavras-chave:
Controle de doenças transmissíveis; Populações vulneráveis; Acesso aos serviços de saúde.Resumo
Objetivo: Compreender as representações sociais de profissionais de saúde sobre a atenção à Tuberculose (TB) na População em Situação de Rua (PSR). Método: Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa realizado em Campina Grande - PB. A população foi constituída por profissionais de ensino superior da Atenção Primária à Saúde (APS); 45 profissionais aceitaram participar da pesquisa. Para a coleta de dados, realizada entre abril e julho de 2017, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e preenchimento de questionários. As entrevistas foram analisadas com o auxílio do software Iramuteq, através da Classificação Hierárquica Descendente. A análise utilizou o dispositivo teórico-analítico das representações sociais. Resultados: Foram identificadas as seguintes classes: A vida nas ruas: contexto de vulnerabilidade; Desafios para o diagnóstico e tratamento da TB na PSR; Obstáculos para o acesso da PSR à APS; e A problemática da Equipe de Consultório na Rua (ECR). Conclusão: Apesar do reconhecimento do contexto de vulnerabilidade, foi constatada uma série de barreiras ao acesso da PSR à APS. Sobre as ações e organização dos serviços, prevaleceram representações que não consideram as especificidades da PSR. A atuação da ECR mostrou-se seriamente comprometida.
Referências
Barbosa, A. D. (2019). Tuberculose na População em Situação de Rua: desafios para o cuidado em saúde. Especialização em Saúde Pública, Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Barbosa, K. K. S. (2018). Significados e experiências de pessoas em situação de rua acometidas por tuberculose. 121f. Tese de Doutorado em Enfermagem, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
Brasil. Decreto nº 7.053, de 23 de setembro de 2009. (2009). Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento e dá outras providências. Recuperado em 02 de dezembro, 2020, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d7053.htm.
Brasil. Ministério da Saúde. (2011a). Portaria N° 940, de 28 de abril de 2011: Regulamenta o Sistema Carteira Nacional de Saúde. Recuperado em 10 de outubro, 2020, de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt0940_28_04_2011.html.
Brasil. Ministério da saúde. (2011b). Portaria Nº 122, de 25 de janeiro de 2011: Define as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na Rua. https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-122-de-23-de-marco-de-2021-310318921.
Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. (2012a). Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012: define diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2012b). Manual sobre o cuidado à saúde junto a população em situação de rua. Ministério da Saúde.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. (2017a). Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Ministério da saúde.
Brasil. Portaria Nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. (2017b). Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. (2019a). Guia de Vigilância em Saúde. Ministério da saúde.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Epidemiológica em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. (2019b). Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. ministério da Saúde.
Brasil. IBGE. População estimada: Campina Grande em 2020. (2020). Recuperado em 10 de outubro, 2020, de https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/campina-grande/panorama.
Camargo, B. V. & Justo, A. M. (2018). Tutorial para o uso do software Iramuteq: Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. Florianópoles: Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e Cognição. http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/tutoriel-en-portugais.
Cunha, N. V., Cavalcanti, M. L. & Costa, A. J. (2012). Diagnóstico situacional da descentralização do controle da tuberculose para a Estratégia Saúde da Família em jardim Catarina. Caderno de Saúde Coletiva, 20(2) 177-87. http://www.iesc.ufrj.br/cadernos/images/csc/2012_2/artigos/csc_v20n2_177-187.pdf.
Gil, A. C. (2017). Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas.
Hino, P., Monroe, A. A., Takahashi, R. F., Souza, K. M. J., Figueiredo, T. M. R. M. & Bertolozzi, M. R. (2018). Tuberculosis control from the perspective of health professionals working in street clinics. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 26(3095) 1-9. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692018000100397&lng=en&nrm=iso.
Riquelme D. J., Morales, V. J., Aguilera, V. R., Espinoza, O. M., Vidal, A. A. & Riquelme, O. R. (2018). Impacto de la tuberculosis en el hospital de Puerto Montt. Revista Chilena de Enfermedades Respiratorias, 34 (3), 165-170. http://dx.doi.org/10.4067/s0717-73482018000300165.
Moreira, A. S. P. & Jesuíno, J. C. (2003). Representações sociais: teoria e prática. Editora Universitária/UFPB.
Onwubiko, U., Wall, K., Sales, R. & Holland, D. P. (2019). Using Directly Observed Therapy (DOT) for latent tuberculosis treatment – A hit or a miss? A propensity score analysis of treatment completion among 274 homeless adults in Fulton County, GA. Revista Plos One. 14(6). https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0218373.
Queiroga, R. P. F., Sá, L. D. & Grazzinelli, A. (2018). A tuberculose na população em situação de rua: desempenho de profissionais da atenção primária. Revista Rene (online), 19. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-970824?lang=pt.7.
Santos, A. C. E., Brufentinker, C., Pena, L. S., Saraiva, S. S. & Boing, A. F. (2021). Análise e comparação dos desfechos do tratamento de tuber-culose na população em situação de rua e na população em geral do Brasil. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 47(2) 1-4. http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3469/en-US/analysis-and-comparison-of-tuberculosis-treatment-outcomes-in-the-homeless-population-and-in-the-general-population-of-brazil.
Santos, M. L. S. G., Vendramini, S. H. F., Gazetta, C. E., Oliveira, S. A. C. & Villa, T. C. S. (2007). Pobreza: caracterização socioeconômica da tuberculose. Rev. Latino Americana de. Enfermagem, 15 (spe) 762-767. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692007000700008.
Silva, T. O., Viana, P. J. S., Almeida, M. V. G., Santos, S. D. & Nery, J. S. (2021). População em situação de rua no Brasil: estudo descritivo sobre o perfil sociodemográfico e da morbidade por tuberculose, 2014-2019. Revista Epidemiologia Serviço de Saúde, 30(1) 1-12. https://www.scielo.br/j/ress/a/PSxSGxP74bq473khC96GZmb/?lang=pt#.
WHO. (2020). Global Tuberculosis Report 2020. Geneva: WHO. https://www.who.int/publications/i/item/9789240013131/.
Wysocki, A. D., Ponce, M. A. Z., Brunello, M. E F., Beraldo, A. A., Vendramini, S. H. F., Scatena, L. M., Netto, A. F. & Villa, T. C. S. (2017). Primary Health Care and tuberculosis: services evaluation. Revista Brasileira de Epidemiologia 20(1) 161-75, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700010014.
Zuim, R. C. B. & Trajman, A. (2018). Itinerário terapêutico de doentes com tuberculose vivendo em situação de rua no Rio de Janeiro. Revista Physis, 20(2). http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312018000200601&lng=pt&nrm=iso.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Flávia Thayanne Barbosa de Sousa; Rodrigo Pinheiro Fernandes de Queiroga; Daniele Mamédio de Andrade; Sheila Milena Pessoa dos Santos; Sthephanie de Abreu Freitas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.