Impacto da cefaleia no equilíbrio postural e na percepção da tontura em mulheres
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2161Palavras-chave:
Equilíbrio postural; Tontura; Cefaleia; Saúde da mulher; Qualidade de vida.Resumo
O objetivo do presente estudo é analisar a ocorrência de cefaleia entre mulheres com queixa de tontura e verificar a relação entre a presença da cefaleia e os resultados da posturografia, da restrição de participação causada pela tontura e presença de disfunção vestibular. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, observacional, transversal, de análise quantitativa, realizada por meio de um banco de dados de 216 exames, dos quais foram selecionados 49, de mulheres com queixa de tontura, entre novembro de 2016 a novembro de 2017. As pacientes foram submetidas à anamnese, Posturografia dinâmica Foam Laser (PFL) e o questionário de qualidade de vida Dizziness Handicap Inventory (DHI). A análise inferencial comparativa foi realizada por meio do teste paramétrico T de Student e o Teste U de Mann-Whitney não paramétrico. A amostra apresentou média de idade de 57,7 anos, todas com queixa de tontura, das quais a maioria de longa duração e não rotatória. Vinte e quatro pacientes referiram cefaleia, principalmente bilateral. Dezenove mulheres apresentaram diagnóstico de disfunção vestibular. Na avaliação posturográfica, os valores, em média, foram inferiores ao padrão PFL sem relação com a presença da cefaleia. Todavia, em relação à qualidade de vida a amostra total apresentou uma restrição de participação severa com relação significativa para o grupo com cefaleia. Houve alta frequência de cefaleia, sendo um agravante na restrição de participação causada pela tontura, apesar de não influenciar significativamente no equilíbrio postural e não ter relação com a presença de disfunção vestibular.
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