Conchas do mar ausentes: um detalhe sutil de uma política inadequada
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.21733Palavras-chave:
Limpeza de praias; Tratores de limpeza; Conquiliologia; Impacto Ambiental; Fragmentação de conchas; Marés.Resumo
Na Praia de Santos, litoral sudoeste do Brasil, as operações de limpeza são intensificadas durante o verão por meio de técnicas manuais e mecânicas, orientadas principalmente por aspectos sanitários e estéticos que negligenciam os padrões ecológicos básicos. Este estudo avaliou a abundância, riqueza e diversidade de conchas mortas, após as marés de sizígia e marés de quadratura, encontradas em duas faixas de areia da praia arenosa: o setor "úmido" e o "molhado", onde apenas a primeira passa por limpeza mecânica. Coletamos e contamos todas as conchas fragmentadas e inteiras, identificamos cada uma até o nível de espécie e medimos o seu peso. Usamos modelagem estatística mista para avaliar o efeito do setor sobre a abundância (em peso e número), riqueza e diversidade de Shannon-Wiener (H'). Encontramos uma abundância significativamente maior de conchas fragmentadas no setor úmido. Por se tratar do setor de aplicação da limpeza mecânica, entendemos que tal estratégia promove potenciais impactos deletérios sobre a estrutura conquiliológica da Praia de Santos, exigindo medidas mitigadoras para proteção de conchas. Finalmente, calculamos que o lixo descartado incorretamente é trazido do mangue circundante, para a praia, após as marés de sizígia; assim, a gestão integrada da limpeza com a participação da população local, também são essenciais para reduzir a limpeza mecânica e seus impactos.
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