Associação entre sintomas de DTM, bruxismo, estresse e fatores sociodemográficos em estudantes universitários
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.21832Palavras-chave:
Transtornos da articulação temporomandibular; Bruxismo; Estresse psicológico.Resumo
O objetivo foi verificar a relação entre Sintomas de Disfunção Temporomandibular (DTM), bruxismo, estresse e fatores sociodemograficos em estudantes universitários. Foram aplicados questionários em 362 estudantes de Odontologia, na faixa etária de 17 a 56 anos de ambos os sexos. A coleta de dados foi realizada através do questionário para triagem para Dor Orofacial e DTM recomendado pela Academia Americana de Dor Orofacial, questionário de sintomas de Bruxismo baseado nos critérios da Academia Americana de Medicina do Sono, Escala de Estresse Percebido (PSS-14) e um questionário estruturado sociodemográfico. Os dados foram analisados por meio de regressão logística múltipla, considerando um nível de significância de 5%. Os sintomas de DTM foram relatados por 60%, o bruxismo por 37% e o estresse em 52% dos estudantes universitários avaliados. Verificou-se que universitários do sexo feminino, que estudam no período noturno e com estresse têm 3.36 (IC95%: 1.87-6.01), 1.71 (IC95%: 1.05-2.79) e 1.90 (IC95%: 1.17-3.08) vezes mais chance, respectivamente, de apresentar pelo menos um sintoma de DTM (P<0.05). Pessoas com um, dois e três ou mais sintomas de bruxismo têm 3.24 (IC95%: 1.57-6.69), 4.62 (IC95%: 1.91-11.16) e 18.75 (IC95%: 4.39-80.13) vezes mais chance, respectivamente, de apresentar DTM do que as pessoas sem sintomas de bruxismo (P<0.05). Conclui-se que houve associação entre a presença de sintomas de DTM, bruxismo e estresse.
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