Análise do consumo e gasto com medicamentos potencialmente perigosos em um hospital terciário do Nordeste brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2200

Palavras-chave:

Medicamentos Potencialmente Perigosos; Gestão de estoque; Curva ABC.

Resumo

A curva ABC tem sido muito indicada com o intuito de obter-se uma gestão eficiente de medicamentos em estoque, sendo o grupo dos Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP’s) responsáveis por uma considerável demanda no âmbito hospitalar. Esse estudo visa analisar o consumo e gasto com MPP’s padronizados em um hospital terciário do Nordeste brasileiro através do método de classificação ABC. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, com abordagem quantitativa e qualitativa baseado na análise dos dados obtidos a partir dos medicamentos transferidos da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), para o estoque destino, Farmácia Central, no período de março de 2019 a agosto de 2019. Os itens obtidos após a coleta foram categorizados e classificados de acordo com a curva ABC. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva: frequência e porcentagem. Os resultados apontaram que 11,50% dos itens, foram categorizados na classe A e compreenderam 81,88% do valor, 15,40% dos itens classificaram-se na classe B representando 12,76% dos gastos e 73,10% representaram apenas 5,36% do custo total, sendo listados na classe C. Os medicamentos que se encontraram na posição A da curva foram: Heparina 5.000UI/ml (0,25ml), Soluções de Nutrição Parenteral (bolsa 1000ml) e Enoxaparina 40mg/0,4ml, representando respectivamente 30,25%, 28,36% e 23,18% do percentual do valor total gasto. A partir dos resultados obtidos, pode-se perceber que os MPP’s geram impactos financeiros significativos às instituições hospitalares, especialmente em se tratando de agentes antitrombóticos, como a heparina e enoxaparina. A classificação ABC permite portanto, que sejam evidenciados os itens prioritários para medidas de gestão dos custos.

Referências

Brasil. (2019). Código ATC. Recuperado em 05 de novembro de 2019 http://www.anvisa.gov.br/datavisa/Substancia/ATC.htm.

Brasil. (2019). Medicamentos padronizados. Recuperado em 06 de novembro de 2019. http://www2.ebserh.gov.br/documents/210672/1148855/Rela%C3%A7%C3%A3o+de+Medicamentos+Padronizados+2017.pdf/a337f89d-8f73-4268-994c-ea1c23b6b59d.

Bassoli, H. M., Pierre, F. C. & Oliveira, P. A. (2015). Aplicação de modelos de previsão de demanda para a gestão de estoques de um processo produtivo de uma indústria madeireira. Tekhne e Logos, 6(1).

Cassiani, S. H. B., Deus, N. N. & Capucho, H. C. (2011). Administración segura de medicamentos. In: Cometto MC, organización. Enfermería y seguridad de los pacientes. Organización Panamericana de La Salud.

Chagas, B. S. & Vernini, A. A. (2017). Utilização da curva ABC em um almoxarifado de medicamentos da região de Botucatu. Tekhne e Logos, 8(2).

Ferranti, E. (2017). Gestão de estoque de medicamentos utilizando classificação ABC em um hospital público. Perspectiva Econômica, 13(3), 215-229. doi: 10.4013/pe.2017.133.05.

Gomes, A. D., Galato, D. & Silva, E. V. (2017). Erros de prescrição de medicamentos potencialmente perigosos em um hospital terciário. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, 8(3), 42-47.

Hyeda, A. & Costa, E. S. M. (2017). Impacto da terapia nutricional no custo total das contas hospitalares. Jornal Brasileiro de Economia da Saúde, 9(1), 122-7.

Katayose, P. S. & Ribeiro, E. (2008). Aquisição de medicamentos e materiais. In Farmácia clínica e atenção farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Lago, B. N., Garcia, P. C. & Einloft, P. R. (2000). Nutrição parenteral e infecção. Revista Médica PUCRS, 10(2), 121-4.

Lourenço, K. G. & Castilho, V. (2006). Classificação ABC dos materiais: uma ferramenta gerencial de custos em enfermagem. São Paulo, Revista Brasileira de Enfermagem, 59(1), 52-5. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672006000100010

Melo, A. B., et. al. (2016). A gestão de materiais médico-hospitalar em hospital público. Revista Eletrônica Gestão e Saúde, 7(1), 369-87. Retrieved from: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5555865.

Niccolai, C. S., Hicks, R. W., Oertel, L. & Francis, J. L. (2004). Heparin Consensus Group. Unfractionated heparin: focus on a high-alert drug. Pharmacotherapy, 24(8 Pt 2), 146-155.

Oliveira, M. et. al. (2016). Gerenciamento de estoques em ambiente hospitalar: estudo de caso em um ambulatório público infantil. Exacta, 14(4), 527-535. doi: 10.5585/ExactaEP.v14n4.6089.

Rosa, M.B., Perini, E., Anacleto, T. A., et al. (2008). Erros na prescrição hospitalar de medicamentos potencialmente perigosos. São Paulo, Revista de Saúde Pública, 43(8). doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009005000028.

Silva, M. J. S. et. al. (2013). Avaliação dos serviços de farmácia dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro. Ciência & saúde coletiva, 18(12).

Storpirtis, S. et al. (2011). Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 528p.

Vago, F. R. M., Sousa, C. V., Melo, J. M. C. et al. (2013). A importância do gerenciamento de estoque por meio da ferramenta curva abc. Sociais e Humanas, 26(03), 638-655.

Vendrame, F. C. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. Apostila da Disciplina de Administração. São Paulo: Faculdades Salesianas de Lins.

WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology. Recuperado em 03 de novembro de 2019. https://www.whocc.no/atc_ddd_index/?code=B05&showdescription=yes.

Xiao, Z. M., Rosenthal, N., Kartashov, A. et al. (2019). Comparative effectiveness and costs of enoxaparin versus unfractionated heparin in treating acute coronary syndrome. European Heart Journal. 40(1), 746-1019.

Zanetti, A. C. B., Gabriel, C. S., Bernardes, A. et al. (2016). Tradução para português do Brasil e adaptação cultural de um questionário sobre medicamentos potencialmente perigosos. Revista Gaúcha de Enfermagem, 37(3). doi: http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2016.03.59200.

Zuliani, L. L. & Jericó, M. C. (2012). Estudo comparativo do consumo e gasto com medicamentos em Unidades Pediátricas de Terapia Intensiva e Semi-intensiva. Revista Paulista de Pediatria, 30(1), 107-15.

Downloads

Publicado

01/01/2020

Como Citar

RODRIGUES, M. M. M.; MATOS, L. K. S. de; NETO, M. P. L. Análise do consumo e gasto com medicamentos potencialmente perigosos em um hospital terciário do Nordeste brasileiro. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 2, p. e117922200, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i2.2200. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2200. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde