Adolescentes socialmente menos favorecidos estão mais sujeitos ao sedentarismo? uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22048

Palavras-chave:

Adolescente; Classe Social; Atividade física.

Resumo

O objetivo deste estudo foi identificar e sintetizar na literatura evidências da associação entre nível socioeconômico e nível de atividade física entre adolescentes. Trata-se de um estudo de revisão sistemática, realizado nas bases de dados Medline-Pubmed, Scopus e Lilacs. Utilizando os descritores e palavras-chaves adolescente, classe social, atividade física, no idioma Português e sua equivalência na língua Inglesa. A pergunta de pesquisa baseou-se no acrônimo PECO, que estabelece como Pessoas os adolescentes de 10 a 19 anos, a Exposição o nível socioeconômico, a Comparação os níveis socioeconômicos baixo/alto e os Outcomes (resultados) os níveis de atividade física. O processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos artigos encontrados atendeu ao protocolo PRISMA. Foram identificados 2.243 artigos. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados sete artigos, sendo todos internacionais e de delineamento transversal. A maior parte dos artigos evidenciou que adolescentes com menor nível socioeconômico estão mais sujeitos a serem sedentários. No entanto, não há um consenso sobre essa associação. Assim, são necessárias novas pesquisas para compreender essa relação com o intuito de favorecer e fomentar práticas de atividade física aos adolescentes no empenho contra o sedentarismo.

Referências

Audi, C. A. F., Santiago, M. S., Andrade, M. G. G., & Francisco, P. M. S. B. (2018). Common mental disorder among incarcerated women: a study on prevalence and associated factors. Ciênc. Saúde coletiva, 23 (11), 3587-3596. https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.30372016

Australian Government Department of Health. (2019). Australian 24-hour movement guidelines for children (5-12 years) and young people (13-17 years): an integration of physical activity, sedentary behaviour, and sleep. Canberra: Australian Government Department of Health. https://www.health.gov.au/sites/default/files/documents/2021/03/australian-24-hour-movement-guidelines-for-children-5-to-12-years-and-young-people-13-to-17-years-an-integration-of-physical-activity-sedentary-behaviour-and-sleep.pdf

Bastos, P. O., Moreira Junior, J. J., Norjosa, M. E. S., Vasconcelos, M. J. C., Queiroz, M. L., (2021). Atuação do enfermeiro brasileiro no ambiente escolar: Revisão narrativa. Research, Society and Development, 10 (9). http://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18089

Borraccino, A., Lemma, P., Iannotti, R. J., Zambon, A., Dalmasso, P., Lazzeri, G., Giacchi, M., & Cavallo, F. (2009). Socio-economic effects on meeting PA guidelines: comparisons among 32 countries. MedSci Sports Exerc, 41 (4). https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e3181917722

Budde, H., Schwarz, R., Velasques, B., Ribeiro, P., Holzweg, M., Machado, S., Brazaitis, M., Staack, F., & Wegner, M. (2016). The need for differentiating between exercise, physical activity, and training. Autoimmun Rev, 15 (1), 110–111. https://doi.org/10.1016/j.autrev.2015.09.004

Cabral, T. G., Moura, I. R. D., & Farias Júnior, J. C. (2020). O estado nutricional modera a associação entre apoio social, autoeficácia e tempo de atividade física dos adolescentes? Cien. Saude Colet. https://doi.org/10.1590/1413-81232021269.26552020

Calvo-Ortega, E., & Perrino-Peña, M. (2017). Hábitos físico desportivos dos adolescentes de Castilha e León. Movimento, 23 (4), 1341-1352. https://doi.org/10.22456/1982-8918.71852

Cerqueira, D., Lima, R. S., Bueno, S., Valencia, L. I., Hanashiro, O., Machado, P. H. G., & Lima, A. S. (2017). Atlas da Violência 2017. Rio de Janeiro: IPEA. https://www.ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf

Christofaro, D. G. D., Andersen, L. B., Andrade, S. M., Barros, M. V. G., Saraiva, B. T. C., Fernandes, R. A., & Ritti-Dias, R. M. (2018). Adolescents physical activity is associated with previous and current physical activity practice by their parents. J. Pediatr, 94 (1), 48-55. https://doi.org/10.1016/j.jped.2017.01.007

Cocker, K., Artero, E. G., Henauw, S., Dietrich, S., Gottrand, F., Béghin, L., Hagströmer, M., Sjöström, M., Plada, M., Manios, Y., Mauro, B., Molnár, D., Moreno, L. A., Ottevaere, C., Valtueña, J., Maes, L. & Bourdeaudhuij, I. (2012). Can differences in physical activity by socio-economic status in European adolescents be explained by differences in psychosocial correlates? A mediation analysis within the HELENA (Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence) Study. Public Health Nutr, 15 (11), 2100–2109. https://doi.org/10.1017/s1368980012001036

Department of Health and Human Services. (2018). Physical Activity Guidelines Advisory Committee Scientific Report. Washington, DC: US. https://health.gov/sites/default/files/2019-09/PAG_Advisory_Committee_Report.pdf

Dumith, S. C., Santos, M. N., Teixeira, L. O., Cazeiro, C. C., Mazza, S. E. I., & Cesar, J. A. (2016). Prática de atividade física entre jovens em município do semiárido no Brasil. Ciênc. Saúde Colet, 21 (4), 1083-1093. https://doi.org/10.1590/1413-81232015214.18762015

Eime, R. M., Charity, M. J., Harvey, J. T., & Payne, W. R. (2015). Participation in sport and physical activity: associations with socio-economic status and geographical remoteness. BMC Public Health. https://doi.org/10.1186/s12889-015-1796-0

Felden, E. P. G., Filipin, D., Barbosa, D. G., Andrade, R. D., Meyer, C., Beltrame, T. S., & Pelegrini, A. (2016). Adolescentes com sonolência diurna excessiva passam mais tempo em comportamento sedentário. RevBras Med Esporte, 22 (3), 186-190. https://doi.org/10.1590/1517-869220162203147290

Fortes, C. P. D. D. & Araújo, A. P. Q. C. (2019). Checklist para tradução e Adaptação Transcultural de questionários em saúde. Cad. saúde colet., 27 (2), 202-209. https://doi.org/10.1590/1414-462X201900020002

Galvão, T. F., Pansani, T. S. A., & Harrad, D. (2015). Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde, 24 (2), 335-342. http://doi.org/10.5123/S1679-49742015000200017

Gubelmann, C., Marques-Vidal, P., Bringolf-Isler, B., Suggs, L. S., Vollenweider, P., & Kayser, B. (2018). Correlates of weekday compliance to physical activity recommendations in Swiss youth non-compliant in weekend days. Preventive Medicine Reports, 9, 86–91. https://doi.org/10.1016/j.pmedr.2017.12.004

Hankonen, N., Heino, M. T. J., Kujala, E., Hynynen, S., Absetz, P., Araújo-Soares, V., Borodulin, K., & Haukkala, A. (2017). What explains the socioeconomic status gap in activity? Educational differences in determinants of physical activity and screentime. BMC Public Health 17:144. https://doi.org/10.1186/s12889-016-3880-5

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. (2015). Pesquisa nacional de saúde do escolar 2015., IBGE. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf

Kalman, M., Inchley, J., Sigmundova, D., Iannotti, R. J., Tynjälä, J. A., Hamrik, Z., Haug, E., & Bucksch, J. (2015). Secular trends in moderate-to-vigorous physical activity in 32 countries from 2002 to 2010: a cross-national perspective. Eur J Public Health, 25 (2), 37–40. https://doi.org/10.1093/eurpub/ckv024

Krist, L., Bürger, C., Ströbele-Benschop, N., Roll, S., Lotz, F., Rieckmann, N., Müller-Nordhorn, J., Willich, S. N., & Müller-Riemenschneider, F. (2017). Association of individual and neighbourhood socioeconomic status with physical activity and screen time in seventh grade boys and girls in Berlin, Germany: a cross-sectional study. BMJ Open, 7. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2017-017974

Lämmle, L., Worth, A., & Bös, K. (2012). Socio-demographic correlates of physical activity and physical fitness in German children and adolescents. Eur. j. public health, 22 (6), 880–884. https://doi.org/10.1093/eurpub/ckr191

Lord, S., Manlhiot, C., Tyrrell P. N., Dobbin, S., Gibson, D., Chahal, N., Stearne, K., Fisher, A., & McCrindle, B. W. (2015). Lower socioeconomic status, adiposity and negative health behaviours in youth: A cross-sectional observational study. BMJ Open, 5. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2015-008291

Mendonça, G., Cheng, L. A., & Farias Júnior, J. C. (2018). Padrões de prática de atividade física em adolescentes de um município da região Nordeste do Brasil. Ciênc. saúde coletiva, 23 (7), 2443-2451. https://doi.org/10.1590/1413-81232018237.21782016

Menezes, A. S., & Duarte, M. F. S. (2015). Condições de vida, inatividade física e conduta sedentária de jovens nas áreas urbana e rural. RevBras Med Esporte, 21 (5), 338-344. https://doi.org/10.1590/1517-869220152105145322

Ministério da Saúde. (2014). Diretrizes Metodológicas: elaboração de revisão sistemática e metanálise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognóstico / Ministério da Saúde, Secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Ciências e tecnologia – Brasília. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ct/PDF/diretrizes_metodologias_estudos_observacionais.pdf

Moher, D., Liberati, A., Tetzlaff, J., Altman, D. G., & The PRISMA Group (2009). Preferred reporting items for systematic reviews and meta-Analyses: the PRISMA statement. PLoS Med, 21 (6). https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097

Nagorny, G. A. K., Aguiar, P. S., Dias, A. F., Mello, J. B., Gaya, A. R., & Gaya, A. C. A. (2018). Contribuição da Educação física escolar para o nível de atividade física diária. Revista Brasileira Prescrição Fisiologia do Exercício, 12 (72), 70-77. http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1344/1022

Nahas, M., Silva, S., & Garcia, M. (2016). Atividade física na infância e adolescência, Researchgate 11. 143-160. https://www.researchgate.net/publication/259922454_Atividade_fisica_na_infancia_e_adolescencia

Oliveira, L. F. L., & Costa, C. R. B. (2016). Educação física escolar e a obesidade infantil. Rev. Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, 10 (1), 87–101. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/obesidade-infantil

Piola, T. S., Bacil, E. D. A., Pacífico, A. B., Camargo, E. M., & Campos, W. (2020). Nível insuficiente de atividade física e elevado tempo de tela em adolescentes: impacto de fatores associados. Ciênc. saúde coletiva, 25 (7), 2803-2812. https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.24852018

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. (2017). Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional Movimento é Vida: Atividades Físicas e Esportivas para Todas as Pessoas: 2017. http://www.each.usp.br/gepaf/wp-content/uploads/2017/10/PNUD_RNDH_completo.pdf

Rodrigues, P. F., Melo, M., Assis, M., & Palma, A. (2017). Condições socioeconômicas e prática de atividades físicas em adultos e idosos: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde, 22 (3), 217-232. https://doi.org/10.12820/rbafs.v.22n3p217-232

Sá, T. H., Garcia, L. M. T., Mielke, G. I., Rabacow, F. M., & Rezende, L. F. M. (2015). Changes in travel to school patterns among children and adolescents in the São Paulo Metropolitan Area, Brazil, 1997-2007. Journal of Transport & Health, 2 (2), 143-150. https://doi.org/10.1016/j.jth.2015.02.008

Sarabia, T. T., Reis, M. S., Gonçalves, P. B., Reis, R. S. (2018). Tempo sedentário e ambiente percebido sobre o bairro em adolescentes de 12 a 17 anos. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho Hum., 20 (5), 456-467. https://doi.org/10.5007/1980-0037.2018v20n5p456

Schaefer, R., Barbiani, R., Nora, C. R. D., Viegas, K., Leal, S. M. C., Lora, P. S., Ciconet, R., & Micheletti, V. D. (2018). Adolescent and youth health policies in the Portuguese-Brazilian context: specificities and approximations. Ciênc. Saúde Coletiva, 23 (9), 2849-2858. https://doi.org/10.1590/1413-81232018239.11202018

Silva, J., Andrade, A., Capistrano, R., Lisboa, T., Andrade, R. D., Felden, E. P. G., & Beltrame, T. S. (2018). Níveis insuficientes de atividade física de adolescentes associados a fatores sociodemográficos, ambientais e escolares. Ciênc. saúde coletiva, 23 (12), 4277-4288. https://doi.org/10.1590/1413-812320182312.30712016

Smith, N. R., Lewis, D. J., Fahy, A., Eldridge, S., Taylor, S. J. C., Moore, D. G., Clark, C., Stansfeld, S. A., & Cummins, S. (2015). Individual socio-demographic factors and perceptions of the environment as determinants of inequalities in adolescent physical and psychological health: the Olympic Regeneration in East London (ORiEL) study. BMC Public Health, 15 (150). https://doi.org/10.1186/s12889-015-1459-1

Stillwell, S. B., Fineout-Overholt, E., Melnyk, B. M., & Williamson, K.M. (2010). Evidence-Based Practice: Step by Step: The Seven Steps of Evidence-Based Practice. Am J Nurs, 110 (5). https://journals.lww.com/ajnonline/Fulltext/2010/01000/Evidence_Based_Practice__Step_by_Step__The_Seven.30.aspx

Tremblay, M. S., Barnes, J. D., González, S. A., Katzmarzyk, P. T., Onywera, V. O., Reilly, J. J., Tomkinson, G. R., & The Global Matrix 2.0 Research Team. (2016). Global Matrix 2.0: report card grades on the physical activity of children and youth comparing 38 countries. J. Phys. Act. & Health, 13 (2), 343–66. https://doi.org/10.1123/jpah.2016-0594

Veselska, Z., Geckova, A. M., Reijneveld, S. A., & van Dijk, J. P. (2011). Socio-economic status and physical activity among adolescents: the mediating role of self-esteem. Public Health, 125 (11), 763-8. https://doi.org/10.1016/j.puhe.2011.09.007

Wang, X., Hui, Z., Terry, P. D., Ma, M., Cheng, L., Deng, F., & Zhang, B. (2016). Correlates of Insufficient Physical Activity among Junior High School Students: A Cross-Sectional Study in Xi’an, China. Int J Environ Res Public Health, 13 (4), 397. https://doi.org/10.3390/ijerph13040397

World Health Organization. Physical activity and sedentary behaviour. (2020). https://www.who.int/publications/i/item/9789240015128

Downloads

Publicado

02/11/2021

Como Citar

CARLOS, F. de M. .; BORGES NETO, J. de S. .; BICALHO, J. M. F. .; OLIVEIRA, G. H. .; CAMPOS, C. G. .; BILA, W. C. .; LAMOUNIER, J. A. .; ROMANO, M. C. C. . Adolescentes socialmente menos favorecidos estão mais sujeitos ao sedentarismo? uma revisão sistemática . Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 14, p. e305101422048, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i14.22048. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22048. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde