Prospecção científica e tecnológica de Caryocar coriaceum Wittm.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22123

Palavras-chave:

Pequi; Produção científica; Patente.

Resumo

Caryocar coriaceum Wittm. é uma espécie frutífera, nativa e endêmica do cerrado brasileiro, amplamente utilizada no ramo alimentício e medicinal. Nessa pesquisa, objetivou-se realizar uma prospecção científica e tecnológica sobre C. coriaceum a partir da análise de patentes e artigos científicos indexados em bases de dados nacionais (INPI) e internacionais (WEB OF SCIENCE, EPO e DII). Foram registrados 29 artigos científicos na Web of Science, sendo 2011, 2015 e 2020 os anos com maior número de publicações (n=4, cada). Na prospecção tecnológica, o número de patentes depositadas com a espécie é considerado baixo (n=7), se comparado à outra espécie do gênero, como Caryocar brasiliense Cambess (n=57). A EPO foi a base de dados com maior registro de patentes (n=4), com destaque para invenções com finalidades médicas e cosmetológicas e o Brasil, o principal depositário. Os resultados dessa pesquisa sugerem que, apesar das potencialidades da espécie e do relativo interesse brasileiro, o desenvolvimento científico e tecnológico da espécie encontra-se em lenta ascensão, evidenciando a necessidade de maior incentivo às produções e inovações tecnológicas com ela.

Referências

Amorim, A. M. A., Prance, G. T. & Medeiros, H. (2012). Caryocaraceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Caryocar%20coriaceum.

Bastos, V. D. & Jacob, F. (2017). Resultados Paradoxais da Política de Inovação no Brasil. Revista do BNDES, 47, 359-431.

Brasil. (2019). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Bioeconomia da floresta: a conjuntura da produção florestal não madeireira no Brasil. Serviço Florestal Brasileiro, 45. https://www.florestal.gov.br/documentos/publicacoes/4229-bioeconomia-da-floresta/file.

Brasil. (2006). Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos. Ministério da Saúde, 60. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_fitoterapicos.pdf.

Calixto, J. B. (2003). Biodiversidade como fonte de medicamentos. Ciência e Cultura, 55(3), 37-39.

Campos, A. C. & Denig, E. A. (2011). Propriedade intelectual: uma análise a partir da evolução das patentes no Brasil. Unioeste, 13(18), 97-120.

CNCFlora. (2012). Caryocar coriaceum. In: Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2. Centro Nacional de Conservação da Flora. http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Caryocar coriaceum.

Galindo-Leal, C. & Câmara. I. G. (2005). Atlantic forest hotspots status: an overview. In: Galindo-Leal, C., Câmara, I. G. (Ed.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas (pp. 3-11). São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica.

Griliches, Z. (1990). Patent statistics as economic indicators: a survey. Journal of Economic Literature, 28 (4), 1661-1707.

Hiratuka, C. (2007). Relatório de Acompanhamento Setorial: Cosméticos. Projeto: Boletim de Conjuntura Industrial, Acompanhamento Setorial e Panorama da Indústria. ABDI/ NEIT/IE/UNICAMP, 1, 1-15.

Instituto Observatório Social. (2011). Responsabilidade social e negociação coletiva na BASF Brasil. 89.

Joly, C. A., Haddad, C. F. B., Verdade, L. M., Oliveira, M. C., Bolzani, V. S. & Berlinck, R. G. S. (2011). Diagnóstico da pesquisa em biodiversidade no Brasil. Revista USP, (89), 114–133. doi:https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i89p114-133.

Kupfer, D. & Tigre, P. B. (2004). Prospecção tecnológica. In: Caruso, L. A. & Tigre, P. B. (Org.). Modelo SENAI de prospecção: documento metodológico. Montevideo, OIT/CINTERFOR, 77.

Lorenzi, H. (2014). Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 384.

Machado, R. B., Ramos-Neto, M.B., Pereira, P. G. P., Caldas, E. F., Gonçalves, D. A., Santos, N. S., Tabor, K. & Steininger, M. (2004). Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro. Conservação internacional, 1-25.

Matias-Pereira, J. (2003). Política de proteção à propriedade intelectual no Brasil. In: ENANPAD, 27. Anais. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. ANPAD, p. 1-15.

Mittermeier, R. A., Turner, W. R., Larsen, F. W., Brooks, T. M. & Gascon, C. (2011). Global Biodiversity Conservation: The Critical Role of Hotspots. In: Zachos, F., Habel, J. (eds). Biodiversity Hotspots, 3-22.

Myers, N., Mittermeier, R. A., Mittermeier, C. G., Fonseca, G. A. B. & Kent, J. (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403, 853-858. doi:https://doi.org/10.1038/35002501

Oliveira, D. A., Moreira, P. A., Melo-Júnior, A. F. & Pimenta, M. A. S. (2006). Potencial da biodiversidade vegetal da Região Norte do Estado de Minas Gerais. Unimontes Científica, 8(1), 23-34.

Oliveira, M. E. B., Guerra, N. B., Barros, L. M. & Alves, R. E. (2008). Aspectos agronômicos e de qualidade do pequi. Embrapa Agroindústria Tropical, 113, 32.

Pianovski, A. R., Vilela, A. F. G., Silva, A. A. S., Lima, C. G., Silva, K. K., Carvalho, V. F. M., Musis, C. R., Machado, S. R. P. & Ferrari, M. (2008). Uso do óleo de pequi (Caryocar brasiliensis) em emulsões cosméticas: desenvolvimento e avaliação da estabilidade física. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 44(2), 249-259.

Pinto, G. (1992). Recursos genéticos de fruteiras nativas na região Nordeste do Brasil. In: Simpósio Nacional de Recursos Genéticos de Fruteiras Nativas. Anais. Cruz das Almas, 81-86.

Prance, G. T. (2007). Ethnobotany, the science of survival: A declaration from Kauai. Economic Botany, 61(1),1-2.

Prance, G.T. & Pirani, J. R. (2020). Caryocaraceae. In: Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB16719.

Prance, G. T., & Marlene Freitas da Silva. (1973). Caryocaraceae. Flora Neotropica, 12, 1–75. http://www.jstor.org/stable/4393688

Ramos, K. M. C. & Souza, V. A. B. (2011). Características físicas e químico-nutricionais de frutos de pequizeiro (Caryocar coriaceum Wittm.) em populações naturais da região meio-norte do Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, 33(2), 500-508. https://doi.org/10.1590/S0100-29452011005000072

Räsänen, M. E., Linna, A. M., Santos, J. C. R. & Negri, F. R. (1995). Late Miocene tidal deposits in the Amazonian foreland basin. Science, 269, 386-389.

Rizzini, C. T. (1978). Árvores e madeiras úteis do Brasil: manual de dendrologia brasileira (2ªed.). São Paulo: Blücher, 312.

Sandes, A. R. R. & Di Blase, G. (2000). Biodiversidade e diversidade química e genética. In: Biotecnologia, Ciência & Desenvolvimento 2(13), 28- 32.

Scarano, F. R. & Ceotto, P. (2016). A importância da biodiversidade brasileira e os desafios para a conservação, para a ciência e para o setor privado. In: Rolim, S.G., Menezes, L.F.T. & Srbek-Araujo, A.C (edi.). Floresta Atlântica de Tabuleiro: diversidade e endemismos na Reserva Natural Vale. Editora Rona Editors, 483-495.

Silva, M. A. P. & Medeiros Filho, S. (2006), Morfologia de fruto, semente e plântula de piqui (Caryocar coriaceum Wittm.). Revista Ciência Agronômica, 37(3), 320-325.

Sousa, E. P., Queiroz, A. J. M., Figueirêdo, R. M. F. & Lemos, D. M. (2014). Comportamento reológico e efeito da temperatura da polpa de pequi em diferentes concentrações. Brazilian. Journal of Food Technology, 17(3), 226-235. http://dx.doi.org/10.1590/1981-6723.1214

Sousa-Júnior, J. R., Collevatti, R. G., Lins-Neto, E. M. F., Peroni, N. & Albuquerque, U. P. (2018). Traditional management affects the phenotypic diversity of fruits with economic and cultural importance in the Brazilian Savanna. Agroforestry Systems, 92(1),11–21. https://doi.org/10.1007/s10457-016-0005-1

Souza, J. P., Alves, R. E., Brito, E. S., Nogueira, D. H. & Lima, J. R. (2013). Estabilidade de produtos de pequi (Caryocar coriaceum Wittm) sob congelamento em diferentes tipos de embalagens. Revista Brasileira de Fruticultura, 35 (4), 971-976. https://doi.org/10.1590/S0100-29452013000400007.

Tigre, P. (2006). Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de janeiro: Elsevier, 282.

Williams, K.J., Ford, A., Rosauer, D. F., Silva, N., Mittermeier, R., Bruce, C., Larsen, F.W. & Margules, C. (2011). Forests of east Australia: the 35th biodiversity hotspot. In: Zachos, F.E., Habel, J.C. (Eds.), Biodiversity Hotspots. Springer Publishers, 295–310.

Downloads

Publicado

10/11/2021

Como Citar

SOUSA, V. F. da S.; OLIVEIRA, T. C. de S. .; MOREIRA DE ANDRADE, I. . Prospecção científica e tecnológica de Caryocar coriaceum Wittm. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 14, p. e481101422123, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i14.22123. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22123. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas