Doença renal crônica: doença subdiagnosticada? Análise epidemiológica em um centro de diálise
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22278Palavras-chave:
Doença renal crônica; Terapia de substituição renal; Diagnóstico precoce.Resumo
A doença renal crônica (DRC), caracterizada pela diminuição progressiva da função renal, tem importância e prevalência elevada, mas muitos pacientes são diagnosticados tardiamente, quando a terapia renal substitutiva (TRS) é mandatória, tornando o rastreio da doença valioso para avaliação clínica. Este estudo objetiva analisar a quantidade de pacientes com diagnóstico de DRC de etiologia indeterminada, bem como o tempo decorrido entre a data de diagnóstico da DRC e o início da TRS, salientando a importância do rastreio de DRC em pacientes com fatores de risco, conhecidos ou não. Para isso, foi realizado um estudo observacional, descritivo e retrospectivo de 177 prontuários da Milli Clínica Nefrológica em Aparecida de Goiânia – GO, sendo a população de estudo os pacientes admitidos à diálise no período de 2018 a 2021. As características avaliadas foram: procedência, faixa etária, sexo, fatores de risco para DRC, história familiar de DRC, tempo de tratamento conservador da DRC, data de diagnóstico da DRC, etiologia da DRC e data de admissão à TRS. Evidenciou-se a maioria dos pacientes de procedência de Aparecida de Goiânia (n=116), do sexo masculino (n=105), com faixa etária entre 50-59 anos (n=49), com hipertensão arterial sistêmica (n=118) e/ou diabetes (n=69) e sem tratamento conservador prévio (n=112). Concluiu-se, assim, que a DRC atualmente é uma doença subdiagnosticada e seu diagnóstico precoce é importante para retardar a progressão da doença e a admissão do paciente à TRS.
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