Prevalência e aspectos epidemiológicos da coinfecção da tuberculose e HIV no Estado do Tocantins, 2001-2020
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22279Palavras-chave:
Tuberculose; Infecções por HIV; Coinfecção; Epidemiologia.Resumo
Objetivo: Descrever a prevalência e o perfil epidemiológico da coinfecção tuberculose e o vírus HIV no estado do Tocantins. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo de casos novos de tuberculose coinfectados com HIV registrados no período de 2001 a 2020 no Tocantins. Os dados foram coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e tabulados em gráficos e tabelas. Resultados: Foram registrados 199 casos novos de tuberculose coinfectados por HIV, prevalência de 5%. Houve aumento da coinfecção de tuberculose e HIV de 2,75% em 2001 para 8,90% em 2020. Predominaram os casos do sexo masculino (76,39%), adultos jovens (50,80%), pardos (68,87%) e predominância na região de saúde Capim Dourado (36,20%). A forma clínica extrapulmonar representou 34,17%. O percentual de cura foi de apenas 45,22%. Conclusão: O aumento de casos de tuberculose coinfectados com HIV, a gravidade dos casos na forma clínica extrapulmonar, o baixo percentual de cura e alta carga da letalidade representam os desafios que os programas de controle precisam superar para o manejo clínico da tuberculose associada ao HIV. O principal desafio inclui a integração de um tratamento eficaz de tuberculose associado ao uso de terapia antirretroviral para a prevenção de comorbidades relacionadas ao HIV.
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