Efeitos dentários tardios da quimioterapia e radioterapia em sobrevivente de câncer infantil: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22296Palavras-chave:
Antineoplásicos; Sobreviventes de Câncer; Anormalidades dentárias.Resumo
As drogas quimioterápicas e radioterapia na região de cabeça e pescoço são consideradas possíveis de interferir na odontogênese. Os pacientes podem apresentar alterações como agenesia dentária, encurtamento ou má formação radicular, hipoplasia do esmalte e microdontia. Tais efeitos não ocorrem em adultos, pois estes já estão com as estruturas dentárias formadas. O objetivo deste trabalho é descrever por meio de relato de caso as alterações dentárias e implicações para a prática clínica odontológica de uma paciente que recebeu quimioterapia e radioterapia na infância. Paciente do sexo feminino, 12 anos de idade, foi diagnosticada com rabdomiossarcoma embrionário em região de glândula parótida à direita aos 5 anos de idade. O tratamento antineoplásico consistiu de quimioterapia protocolo IRS IV: ifosfamida (IFO) - doxorrubicina (DOXO) - etoposide (VP16) seguidos de vincristina - dactinomicina - ciclofosfamida (VAC)/ vincristina - ifosfamida - etoposido (VIE) alternados, além de radioterapia convencional, com dose total de 45 Gy. A paciente desenvolveu alterações dentárias importantes como má formação radicular na maioria dos dentes, microdontia e hipoplasia de esmalte, sendo fundamental a atuação do cirurgião-dentista. Atualmente, após 6 anos do tratamento antineoplásico mantém em acompanhamento odontológico regular.
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