Radioproteção na Odontologia: conhecimento e práticas

Resumo

O presente estudo teve como objetivo identificar os conhecimentos e atitudes dos cirurgiões-dentistas em relação às diretrizes contidas na Portaria SVS/MS n° 453, de 1 de junho de 1998 vigente até o ano de 2019, posteriormente substituída pela Resolução da Diretoria Colegiada nº 330/19. Essa abordagem visou identificar as práticas dos profissionais que trabalham na área odontológica, no que diz respeito ao conhecimento dos critérios essenciais para a realização de exames de imagem periapicais, interproximais, panorâmicos, cefalométricas ou mesmo tomografia computadorizada de feixe cônico. O método de pesquisa contou com a utilização de um questionário composto por 45 perguntas elaboradas com base na portaria 453/98, que aborda os requisitos para a organização e operação de serviços de radiologia diagnóstica, o qual foi enviado aos participantes 150 cirurgiões-dentistas via e-mail institucional, tendo obtido retorno apenas de 55 questionários. Dentre as respostas, 64% dos cirurgiões-dentistas declararam não ter conhecimento das diretrizes da portaria 453/98; 49,1% não conheciam os princípios básicos da radioproteção. Já quanto às normas relativas ao meio ambiente, incluindo uso de cronômetro, de termômetro e tabela de tempo-temperatura, o estudo evidenciou que 83,6% dos entrevistados não utilizam tais equipamentos, assim como 74,5% desses não souberam informar detalhes técnicos acerca dos equipamentos. Relativo aos filmes radiográficos, 64,5% respondeu desconhecer a sensibilidade desses, bem como 25,5% não os utilizam como barreira de proteção durante os exames. Por fim, o estudo revelou que as práticas profissionais adotadas pelos cirurgiões-dentistas são insuficientes para atender ao princípio que que constava na portaria 453/98 e que constam na RDC 330/19, quanto a exposição dos pacientes à dose de radiação.