Aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral no estado do Piauí, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22690Palavras-chave:
Leishmaniose visceral; Epidemiologia; Incidência; Coinfecção; Localização geográfica de risco.Resumo
No Piauí, a Leishmaniose Visceral Americana (LVA) possui grande relevância pelo fato do estado ser um dos centros endêmicos da doença. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil epidemiológico da Leishmaniose Visceral (LV) no estado do Piauí, no período de 2012 a 2018. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, de base populacional, utilizou-se dos dados secundários referentes aos aspectos epidemiológicos dos casos de Leishmaniose Visceral (LV) notificados no estado do Piauí referente aos anos de 2012 a 2018, registrados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). No período estudado, foram notificados 1550 casos de Leishmaniose Visceral no estado do Piauí. O coeficiente de incidência médio da doença no período foi de 6,37 casos para cada 100.000 habitantes. Verificou-se o predomínio de registros da Leishmaniose Visceral em população residente na zona urbana (68,45%). As zonas periurbana e rural tiveram menor parcela das notificações e juntas somaram 28,51% do total de registros. Identificou-se, ainda, que 78,7% dos casos foram confirmados na região metropolitana de Teresina. A letalidade da LVA foi em média 5,9%, em que variou de 3,66% (2012) a 7,72% (2014). Dessa maneira, a partir dos resultados é possível apontar o comportamento endêmico da doença e a importância da retaguarda do aparato de saúde do município de Teresina (capital) no direcionamento do diagnóstico e da investigação epidemiológica. Quanto a esse último ponto, reitera-se a importância de expandir a melhoria dos equipamentos e serviços de saúde para o interior do estado do Piauí, a fim de preconizar uma melhor cobertura dos casos e, por conseguinte, determinar a notificação e o tratamento precoce.
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