Alterações cognitivas em pacientes soropositivos: uma revisão integrativa de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22911Palavras-chave:
HIV; Declínio cognitivo; Macrófagos; Barreira hematoencefálica.Resumo
Introdução: A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que ataca o sistema imunológico e pode reduzir a capacidade de uma pessoa infectada de resistir a outras infecções e doenças. Estima-se que mais de 50% dos indivíduos afetados com HIV são suscetíveis a desenvolver declínio neurocognitivo associado ao HIV. Objetivo: explorar, por meio de revisão integrativa de literatura, as alterações estruturais cerebrais e declínio cognitivo em pacientes portadores de HIV. Metodologia de busca: trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo revisão narrativa da literatura, através do acesso online nas bases de dados PubMed, Scielo, CDSR, Google Scholar, BVS e EBSCO, no mês de setembro de 2021. Discussão: a AIDS pode manifestar-se como uma demência subcortical, que se manifesta como uma perda significativa na capacidade de atenção e concentração, sintomas depressivos e alterações motoras em relação à velocidade e precisão de realizar diferentes tarefas. Essa síndrome é associada com alterações patológicas no cérebro que incluem atrofia generalizada, mudanças na substância branca causando leucoencefalopatia, nódulos microgliais típicos de encefalite viral e as células gigantes multinucleadas, que parecem ser diretamente infectadas pelo HIV. Considerações finais: embora o vírus HIV seja reconhecido pelo seu efeito direto no sistema imune celular através da depleção de linfócitos T CD4, o vírus também é associado ainda a amplos efeitos sobre o sistema nervoso, incluindo efeito direto no cérebro, medula espinal e nervos periféricos.
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