Autopercepção de saúde de mulheres com excesso de peso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.23151

Palavras-chave:

Obesidade; Mulher; Autopercepção de saúde; População adulta.

Resumo

Objetivo: descrever a autopercepção de saúde de mulheres com excesso de peso e verificar a sua associação com variáveis sociodemográficas, clínicas e hábitos de vida. Estudo transversal realizado em ambulatório de referência em obesidade, em Salvador-BA, sendo 101 mulheres entrevistadas mediante instrumentos específicos e submetidas a avaliação clínica. Os dados foram analisados descritivamente e pela estatística inferencial. A média de idade foi de 47,8 anos (dp =9,0 anos). Predominaram raça/cor negra (93,1%), 2º grau de escolaridade (57,4%), situação conjugal sem companheiro (51,5%), renda mensal familiar ≤ três salários-mínimos (87,0%), obesidade grau III (31,7%), presença de 1 a 2 comorbidades (62,4%), principalmente hipertensão arterial (61,4%). Quanto à autopercepção de saúde, 55,4% a classificaram como regular, 24,8% boa e 11,9% ruim. Houve associação estatisticamente significante entre autopercepção de saúde e prática de atividade física, consumo de bebida alcoólica e identificação das consequências do excesso de peso para a vida. A elevada prevalência de autopercepção de saúde negativa é preocupante considerando que está fortemente associada à morbidade e mortalidade.

Biografia do Autor

Catia Suely Palmeira, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Bahia. Docente da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, Bahia, Brasil

Natalia Vieira de Jesus, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Especialização em Enfermagem Obstétrica pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Enfermeira Assistencial no Hospital da Mulher – Maria Luzia Costa dos Santos, Salvador, Bahia, Brasil

Jessica Cruz da Silva Monteiro, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Pós-graduada em Enfermagem em Terapia Intensiva e Alta Complexidade pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Fernanda Santos Oliveira, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Fernanda Santos Oliveira. Enfermeira. Especialização em Enfermagem em Terapia Intensiva e Alta Complexidade pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Tassia Teles Santana Macedo, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Bahia. Docente da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, Bahia, Brasil

Fernanda Carneiro Mussi, Universidade Federal da Bahia

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela EEUSP. Professora Titular da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia.

Referências

Andrade, G. F., Loch, M. R., & Silva, A. M. R. (2019). Mudanças de comportamentos relacionados à saúde como preditores de mudanças na autopercepção de saúde: estudo longitudinal (2011-2015). Cadernos de Saúde Pública. 35(4), e00151418. https://doi.org/10.1590/0102-311X00151418.

Bell, J., Sabia, S., Singh-Manoux, A., Hamer, M., & Kivimäki, M. (2017). Healthy obesity and risk of accelerated functional decline and disability. Int J Obes. 41, 866–872. https://doi.org/10.1038/ijo.2017.51

Bonner, W., Weiler, R., Orisatoki, R., Lu, X., Andkhoie, M., Ramsay, D., Yaghoubi, M., Steeves, M., Szafron, M., & Farag, M. (2017). Determinants of self-perceived health for Canadians aged 40 and older and policy implications. International journal for equity in health, 16(1), 94. https://doi.org/10.1186/s12939-017-0595-x

Brasil. Ministério da Saúde. (2020). Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel

Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 – Brasília: Ministério da Saúde, 137

Bussière, C., Sicsic, J. & Pelletier-Fleury, N. (2014). The effects of obesity and mobility disability in access to breast and cervical cancer screening in France: results from the National Health and Disability Survey. BMC Health Serv Res 14, P13. https://doi.org/10.1186/1472-6963-14-S2-P13

Busutil, R., Espallardo, O., Torres, A., Martínez-Galdeano, L., Zozaya, N., & Hidalgo-Vega, Á. (2017). The impact of obesity on health-related quality of life in Spain. Health Qual Life Outcomes. 10;15(1),197. 10.1186/s12955-017-0773-y.

Chaput, J. P., Pérusse, L., Despré,s J. P., Tremblay, A., & Bouchard, C. (2014). Findings from the Quebec Family Study on the Etiology of Obesity: Genetics and Environmental Highlights. Current obesity reports. 3(1), 54–66. https://doi.org/10.1007/s13679-013-0086-3

Cialani, C., Mortazavi, R. (2020). The effect of objective income and perceived economic resources on self-rated health. Int J Equity Health. 19, 196 https://doi.org/10.1186/s12939-020-01304-2

Cullinan, J., & Gillespie, P. (2016). Does Overweight and Obesity Impact on Self‐Rated Health? Evidence Using Instrumental Variables Ordered Probit Models. Health economics. 25(10):1341-8. 10.1002/hec.3215

Dalbo, V. J., Teramoto, M., Roberts, M. D., & Scanlan, A. T. (2017). Lack of Reality: Positive Self-Perceptions of Health in the Presence of Disease. Sports (Basel, Switzerland), 5(2), 23. https://doi.org/10.3390/sports5020023

Hebebrand, J., Holm, J. C., Woodward, E., Baker, J. L., Blaak, E., Durrer, S. D., Farpour-Lambert, N. J., Frühbeck, G., Halford, J. G. C., Lissner, L., Micic, D., Mullerova, D., Roman, G., Schindler, K., Toplak, H., Visscher, T. L. S., & Yumuk, V. (2017). A Proposal of the European Association for the Study of Obesity to Improve the ICD-11 Diagnostic Criteria for Obesity Based on the Three Dimensions Etiology, Degree of Adiposity and Health Risk. Obes Facts. 10(4),284-307. 10.1159/000479208.

Inoue, Y., Qin, B., Poti, J., Sokol, R., & Gordon-Larsen, P. (2018). Epidemiology of Obesity in Adults: Latest Trends. Curr Obes Rep. 7(4),276-8. 10.1007/s13679-018-0317-8.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2016). Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2015 / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro, 2016. 108p. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98887.pdf

Kraja, F., Kraja, B., Cakerri, L., & Burazeri, G (2016). Socio-demographic and lifestyle correlates of self-perceived health status in a population-based sample of Albanian adult men and women. Mater Sociomed. 28(3),173-7. 10.5455/msm.2016.28.173-177.

Lee, H., Ahn, R., Kim, T. H., & Han, E. (2019). Impact of Obesity on Employment and Wages among Young Adults: Observational Study with Panel Data. Int. J. Environ. Res. Public Health. 16, 139. 10.3390/ijerph16010139

Lindemann, I. L., Reis, N. R., Mintem, G. C., & Mendoza, R.A.M. (2019). Autopercepção da saúde entre adultos e idosos usuários da Atenção Básica de Saúde. Cien Saude Colet. 24 (1), 45-52. https://doi.org/10.1590/1413-81232018241.34932016.

López Del Amo González, M. P., Benítez, V., & Martín-Martín, J. J. (2018). Long term unemployment, income, poverty, and social public expenditure, and their relationship with self-perceived health in Spain (2007-2011). BMC Public Health. 18(1):133. 10.1186/s12889-017-5004-2

Meireles, A. L., Xavie,r C. C., Andrade, A. C. S., Friche, A. A. L., Proietti, F. A., & Caiaffa, W. T. (2015). Self-rated health in urban adults, perceptions of the physical and social environment, and reported comorbidi¬ties: The BH Health Study. Cad Saúde Pública. 31 (Suppl:S1), 20-35.

Mendoza-Romero, D., Urbina, A., Cristancho-Montenegro, A., & Rombaldi, A. (2019). Impact of smoking and physical inactivity on self-rated health in women in Colombia. Prev Med Rep. 16:100976. 10.1016/j.pmedr.2019.100976

Palmeira, C. S., Santos, L. S., Mussi, F. C., & Silva, S. M. B. (2020). Stigma Perceived By Overweight Women. Rev Bras Enferm. 73(Suppl 4):e20190321. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0321

Piaggi, P., Vinales, K.L., Basolo, A., Santini, F., & Krakoff, J. (2018). Energy expenditure in the etiology of human obesity: spendthrift and thrifty metabolic phenotypes and energy-sensing mechanisms. J Endocrinol Invest. 41(1):83-89. 10.1007/s40618-017-0732-9

Puhl, R.M., Himmelstein, M.S., & Pearl, R. L. (2020). Weight stigma as a psychosocial contributor to obesity. American Psychologist. 2020; 75(2), 274–289. https://doi.org/10.1037/amp0000538

Rathbun, K. P., Loerzel, V., & Edwards, J. (2020). Personal Perception of Health in Urban Women of Low Socioeconomic Status: A Qualitative Study. Journal of primary care & community health. 11, 2150132720925951. https://doi.org/10.1177/2150132720925951

Reichert, F. F., Loch, M.R., & Capilheira, M. F. (2012). Autopercepção de saúde em adolescentes, adultos e idosos. Ciênc. saúde coletiva. 17(12), 3353-62. https://doi.org/10.1590/S1413-81232012001200020.

Rouquayrol, Z. M. & Almeida-Filho, N. (2009). Epidemiologia e Saúde. Guanabara Koogan.

Santos, M. S., Coqueiro, R., & Henrique, F.M. (2016). Estudo populacional sobre os determinantes da autopercepção de saúde de idosos residentes em comunidade. Ciencia y enfermería, 22(2), 13-26. https://dx.doi.org/10.4067/S0717-95532016000200002

Silva, V. H., Rocha, J. S. B., & Caldeira, A. P. (2018). Fatores associados à autopercepção negativa de saúde em mulheres climatéricas. Ciênc. saúde coletiva.

; 23(5): 1611-1620. https://doi.org/10.1590/1413-81232018235.17112016

Szeles, M. R. (2018). Comparative Examination of Self-Perceived Health and Other Measures of the Quality of Life Across the EU-27, Social Indicators Research: An International and Interdisciplinary Journal for Quality-of-Life Measurement, Springer. 137(1):391-411. 10.1007/s11205-017-1597-1

Tang, K., Zhao, Y. & Li, C. (2017). The association between self-rated health and different anthropometric and body composition measures in the Chinese population. BMC Public Health. 17, 317. https://doi.org/10.1186/s12889-017-4249-0

Williams, E. P., Mesidor, M., Winters, K., Dubbert, P. M., & Wyatt, S. B. (2015). Overweight and Obesity: Prevalence, Consequences, and Causes of a Growing Public Health Problem. Curr Obes Rep. 4(3):363-70. 10.1007/s13679-015-0169-4. PMID: 26627494.

World Health Organization (WHO). (2004). Obesity: preventing and managing the global epidemic of obesity. Geneva. https://apps.who.int/iris/handle/10665/42330

World Health Organization (WHO). (2021). Obesity And Overweight. Fact Sheet. Disponivel: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight

World Health Organization. (WHO). (2020). Guidelines on physical activity and sedentary behavior. https://www.who.int/publications/i/item/9789240015128

Downloads

Publicado

02/12/2021

Como Citar

PALMEIRA, C. S.; JESUS, N. V. de .; MONTEIRO, J. C. da S.; OLIVEIRA, F. S. .; MACEDO, T. T. S.; MUSSI, F. C. Autopercepção de saúde de mulheres com excesso de peso. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e499101523151, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.23151. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23151. Acesso em: 5 out. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde