Duas faces do empoderamento: agenciar e promover

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23164

Palavras-chave:

Ambiente de reabilitação; Jovens infratores; Profissionais socioeducativos; Motivação.

Resumo

Com enquadramento de modelos ecológicos e empoderamento social, este estudo analisa relações entre contextos e níveis de ansiedade, depressão, controle sociopolítico e perspectiva de futuro dos jovens infratores institucionalizados (N= 175), em três centros do Distrito Federal de Brasília. Numa subamostra (n =52) é ainda analisada a relação entre dados dos jovens e de profissionais dessas instituições. Na amostra total, a análise de variância (Anova) com fator centro (contexto) em três níveis, os jovens obtêm resultados médios superiores em controle sociopolítico e baixos em ansiedade, num dos centros. Através de tabelas de contingência, observa-se que no mesmo centro, as motivações dos profissionais são mais intensas e há diminuição dos receios de insegurança. Também se observam correlações entre resultados da motivação dos profissionais e os dos jovens em bem-estar e controle sociopolítico. Na conclusão, sublinha-se a tendência sistemática dos dados, em que os níveis de envolvimento sociopolítico e bem estar acompanham a intensidade da motivação intrínseca dos profissionais. Estes dados lançam elementos reflexivos para a intervenção que deve abranger profissionais e adolescentes, tal como preconizado pelas teorias ecológicas e de empoderamento social.

Referências

Alali, T. (2016). The relationship between anxiety, depression and hopelessness among nonclinical sample. European Psychiatry, 33, S156.

https://doi.org/10.1016/j.eurpsy.2016.01.292

Almeida, B. R., & Teixeira, M. O. (2018). Bem-estar e adaptabilidade de carreira na adaptação ao ensino superior. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 19(1), 19-30. http://dx.doi.org/1026707/1984-7270/2019v19n1p19.

Bandura, A. (1997). Self-efficacy: The exercise of control. New York: Freeman Bao, X. H., & Lam, S.-f. (2008). Who makes the choice? Rethinking the role of autonomy and relatedness in Chinese children’s motivation. Child Development, 79, 269–283. https://doi.org/10.1111/j.1467-8624.2007.01125.x

Beck, A. T., Epstein, N., Brown, G., & Steer, R. A. (1988). An inventory for measuring clinical anxiety: Psychometric properties. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 56(6), 893-897. https://doi.org/10.1037/0022-006X.56.6.893

Beck, A. T., & Steer, R. A. (1993). Beck Anxiety Inventory Manual. San Antonio, TX: Psychological Corporation.

Beck, A. T., Steer, R. A., & Brown, G. K. (1996). Manual for the Beck Depression Inventory. San Antonio, TX: Psychological Corporation.

Beck, A. T.; Steer, R. A. & Garbin, M. G. (1998) – Psychometric Properties of the Beck Depression Inventory: Twenty-Five Years of Evaluation. Clinical Psychology Review 8(1), 77-100. https://doi.org/10.1016/0272-7358(88)90050-5

Brasil (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

Bronfenbrenner, U. (1994). Ecological models of human development. International Encyclopedia of Education, 3 (2), 37-43.

Brunelle, K., Abdulle, S., & Gorey, K. M. (2020). Anxiety and Depression Among Socioeconomically Vulnerable Students with Learning Disabilities: Exploratory Meta-analysis. Child & Adolescent Social Work Journal, 37(4), 359–367. https://doi.org/10.1007/s10560-019-00631-w

Cleary, T. J. & Zimmerman, B. J. (2004). Self-regulation Empowerment Program: a school-based program to enhance self-regulated and self-motivated cycles of student learning. Psychology in the Schools, 41(5), 537-550.

Conselho Federal de Psicologia - CFP (2016). Resolução n° 003, de 19 de dezembro: Altera a Resolução CFP n.o 013/2007, que institui a Consolidação das Resoluções relativas ao Título Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para seu registro. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2016/04/Resolução-003-2016.pdf

Chronister, K. M. & McWhirter, E. H. (2003). Applying Social Cognitive Career Theory to the Empowerment of Battered Women. Journal of Couseling & Development, 81, 418 – 425.

Cicognani, E., Albanesi, C., Valletta, L., Prati., G. (2020) Quality of collaboration within health promotion partnerships: Impact on sense of community, empowerment, and perceived projects' outcomes. Journal of Community Psychology, 48, 323– 336. https://doi.org/10.1002/jcop.22254

Diener, E., Wirtz, D., Tov, W., Kim-Prieto, C., Choi, D., Oishi, S., & Biswas-Diener, R. (2009). New measures of wellbeing: Flourishing and positive and negative feelings. Social Indicators Research, 39, 247-266.

Feijó F. R., Kersting I., Bündchen C., & Oliveira P. A. B. (2017). Occupational stress in workers from a socio-educational assistance foundation: prevalence and associated factors. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 15(2), 124-133.

Ferrão, I. S., Santos, S. S. & Dias, A. C. G. (2016). Psicologia e Práticas Restaurativas na Socioeducação: Relato de Experiência. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(2), 354-363. https://doi.org/10.1590/1982-3703000122014

Fine, A., Baglivio, M. T., Cauffman, E., Wolff, K. T., & Piquero, A. R. (2018). Does the Effect of Self-Regulation on Adolescent Recidivism Vary by Youths’ Attitudes? Criminal Justice & Behavior, 45(2), 214.

García Rubiano, M., Gómez Navarro, P., & Londoño, O. P. (2009). Relación entre motivación y resistencia al cambio en personas que trabajan en una empresa del sector público, en Bogotá (Colombia) / Relationship among motivation and resistence to change in workers of a public sector company in Bogotá (Colombia). Diversitas: Perspectivas En Psicología, 5(1), 141–159.

Gorenstein, C. & Andrade, L. (1998). Inventário de Depressão de Beck: propriedades psicométricas da versão em português. Revista de Psiquiatria Clínica, 25(5), 245-250.

Kalin, N. H. (2020). The critical relationship between anxiety and depression. The American Journal of Psychiatry, 177(5), 365-67. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2020.20030305

Krug, E. G. et al., eds. (2002). World report on violence and health. Geneva, World Health Organization.

Lopes, A. R. & Teixeira, M. O. (2012). Projetos de carreira, autoeficácia e sucesso escolar em ambiente multicultural. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 13(1), 7-14.

Maital, S. & Scher, A. (2003). Consulting about young children: an ecosystemic developmental perspective. In E. Cole & J. A. Siegel (Eds.). Effective consultation in School Psychology, 336-364. Göttingen: Hogrefe & Huber.

Maton, K. I., & Salem, D. A. (1995). Organizational characteristics of empowering community settings: A multiple case study approach. American Journal of Community Psychology, 23(5), 631– 656.

Moneta, G. B. (2014). Positive psychology. A critical introduction. London: Palgrave Macmillan.

Morrel-Samuels, S., Zimmerman, M. A. & Reischl, T. M. (2013). Creating safe and healthy futures. Reclaiming Children and Youth, 22 (3), 31-36.

Peterson, M. & Robbins, B. (2008). Using the MMPI-A to predict recidivism in adjudicated minors. Applied Psychology in Criminal Justice, 4 (2), 172-181.

Peterson, N. A., Peterson, C. H., Agre, L., Christens, B. D., & Morton, C. M. (2011). Measuring youth empowerment: Validation of a sociopolitical control scale for youth in an urban community context. Journal of Community Psychology, 39(5), 592-605. 10.1002/jcop.20456.

Rodrigues, S. S, Coimbra, J. L., Correia, A. N., & Sousa, V. E. (2016). Escala do controlo sociopolítico para Adolescentes: SPCS-Y. Análise Psicológica, 2 (XXXIV): 177-188. 10.14417/ap.1041

Roso, A., & Romanini, M. (2014). Empoderamento individual, empoderamento comunitário e conscientização: um ensaio teórico. Psicologia e Saber Social, 3(1), 83-95.

Ruffo, M., & Toledo, C. (2017). A responsabilização do adolescente na justiça restaurativa. Revista Vianna Sapiens, 6(2), 36, 102-137. https://www.viannasapiens.com.br/revista/article/view/169

Seligman, M. E. P. (2002). Positive Psychology, Positive Prevention, and Positive Therapy. In: Snyder, C. R. & Lopez S. J. (Eds.) Handbook of positive psychology. P. 3-9. New York: Oxford University Press.

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE (2018). Brasil, Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Levantamento Anual. https://www.gov.br/mdh/pt-br/sdh/noticias/2018/janeiro/divulgado-levantamento-anual-do-sistema-nacional-de-atendimento-socioeducativo.

Speer, P.W., & Peterson, N.A. (2000). Psychometric properties of an empowerment scale: Testing cognitive, emotional, and behavioral domains. Social Work Research, 24(2), 109–118. https://doi.org/10.1093/swr/24.2.109

Teixeira, M. O. & Costa, C. J. (2017). Carreira e bem-estar subjetivo no ensino superior. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 18(1), 19-29.

Teixeira, M. O., & Ferreira, I. A. (2018). Fatores familiares e escolares nas aspirações, na autoeficácia e no sucesso académico: um estudo com estudantes de 9º ano. Revista Portuguesa de Psicologia, 47, 44-60.

Teixeira, M. O., Silva, M. C., Laranjeira, M. & Veríssimo, A. (2021). Sentimentos de futuro e objetivos. Um estudo com jovens infratores institucionalizados. IV Seminário Internacional de Desenvolvimento de Carreira e Aconselhamento – Desenvolvimento e bem-estar nos contextos de trabalho e de formação (online). Universidade do Algarve, Portugal.

Uceda-Maza, F. X., & Alonso, J. D. (2017). Vinculación entre la vulnerabilidad y la exclusión social y las trayectorias delictivas. Un estudio de asociación. Psychosocial Intervention, 26(1), 29-37. https://doi.org/10.1016/j.psi.2016.07.003

Volpi, M. (2015). O adolescente e o ato infracional (10th ed.). Cortez.

Winter, K., Spengler, S., Bermpohl, F., Singer, T., & Kanske, P. (2017). Social cognition in aggressive offenders: Impaired empathy, but intact theory of mind. Scientific Reports, 7(1), 1–10. https://doi.org/10.1038/s41598-017-00745-0

Zehr, H. (2008). Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Palas Athena.

Zimmerman, M. A. (1995). Psychological empowerment: Issues and illustrations. American Journal of Community Psychology, 23(5), 581–599. https://doi.org/10.1007/BF02506983

Zimmerman, M. A. & Eisman, A. B. (2017). Empowering interventions: strategies for addressing health inequities across levels of analysis. In Bond, M. A., Serrano-Gracía, I. e Key, C. B. APA Handbook of Community Psychology: vol. 2. American Psychological Association. Cap. 11.

Zimmerman, M. A., Ramirez-Valles, J., & Maton, K. I. (1999). Resilience among urban African American male adolescents: A study of the protective effects of sociopolitical control on their mental health. American Journal of Community Psychology, 27(6), 733–751.

Zimmerman, M. A., Stewart, S. E., Morrel-Samuels, S., Franzen, S. & Reischl, T. M. (2011). Youth Empowerment Solutions for Peaceful Communities: Combining Theory and Practice in a Community-Level Violence Prevention Curriculum. Health Promotion Practice,12 (3), 425-439 10.1177/1524839909357316

Zimmerman, M. A. & Warschausky, S. (1998). Empowerment Theory for Rehabilitation Reserch: Conceptual and Methodological Issues. Rehabilitation Psychology, 43(1), 3-16.

Downloads

Publicado

05/12/2021

Como Citar

SILVA, M. C. da .; TEIXEIRA, M. O. .; CRUZ, A. P. de M. . Duas faces do empoderamento: agenciar e promover. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 16, p. e182101623164, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i16.23164. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23164. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Congresso Internacional sobre a Democracia e a Justiça no Século XXI -JUST2021