Lesões orais em pacientes idosos: uma análise descritiva de uma população brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.23227

Palavras-chave:

Assistência Odontológica para Idosos; Patologia Bucal; Carcinoma de Células Escamosas Oral; Leucoplasia Oral; Líquen Plano Bucal; Hiperplasia.

Resumo

O objetivo deste estudo retrospectivo e observacional foi descrever as lesões bucais diagnosticadas em pacientes idosos por meio de laudos histopatológicos do serviço de patologia bucal de uma universidade privada do Rio de Janeiro em um período de 19 anos (1999-2017) e chamar a atenção à saúde bucal do idoso. As informações foram coletadas e analisadas em 713 prontuários de pacientes com idade ≥ 60 anos. Os dados coletados incluíram a idade do paciente, o sexo e o tipo e localização da lesão. A idade média dos pacientes foi de 68,1 anos, com maior prevalência de lesões na faixa etária de 60 a 74 anos. Os resultados mostraram que três das quatro lesões orais mais comuns foram mais frequentes em mulheres e apenas uma (carcinoma de células escamosas oral) foi mais comum em homens. As 4 lesões mais comuns foram: hiperplasia fibrosa inflamatória (187; 26,2%), carcinoma de células escamosas oral (78; 10,9%), leucoplasia (40; 5,6%) e líquen plano oral (36; 5,0%). Essas lesões distribuíram-se principalmente na rebordo alveolar (71; 20,8%), seguida da língua (57; 16,7%), fundo de vestíbulo (55; 16,1%) e mucosa jugal (44; 12,9%). Os resultados obtidos devem servir para alertar os profissionais de saúde, principalmente os dentistas, para que o diagnóstico precoce dessas lesões possa ser feito e, assim, contribuir para a melhoria da qualidade da assistência ao idoso.

Referências

Alencar, J. A. (2017). Prevalência de lesões bucais em idosos assistidos no Centro de Convivência do Idoso - Gama - DF. Dissertation (Master in Gerontology) - Universidade Católica de Brasília.

Araujo M. V. A., Pinheiro H. H. C., Pinheiro J. J. V., Quaresma J. A., Fuzii H. T. & Medeiros R. C. (2014). Prevalence of human papillomavirus (HPV) in Belém, Pará State, Brazil, in the oral cavity of individuals without clinically diagnosable injuries. Cad. Saúde Pública. 30(5):1115-9.

Bertoja I. C., Tomazini J. G., Braosi A. P. R., Zielak J. C., Reis L. F. G. & Giovanini A. F. (2007). Prevalência de lesões bucais diagnosticadas pelo Laboratório de Histopatologia do UnicenP. RSBO. 4(2): 41-6.

Bezerra N. V., Leite K. L., de Medeiros M. M., Martins M. L., Cardoso A. M., Alves P. M., et al. (2018). Impact of the anatomical location, alcoholism and smoking on the prevalence of advanced oral cancer in Brazil. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 1;23(3):e295-e301.

Carvalho M. V., Iglesias D. P., Nascimento G. J. & Sobral A. P. (2011). Epidemiological study of 534 biopsies of oral mucosal lesions in elderly Brazilian patients. Gerodontology. 28(2):111-5.

Chi A. C., Neville B. W., Krayer J. W. & Gonsalves W. C. (2010). Oral Manifestations of Systemic Disease. Am Fam Physician. 82(11):1381-1388.

Chen J. K.,Eisenberg E., Krutchkoff D. J. & Katz R. V. (1991). Changing Trends in oral câncer in United States, 1935 to 1985; A Connecticut Study. J Oral Maxillofac. Surg. 49(11):1152-8.

Corrêa L., Frigerio M. L., Sousa S. C. & Novelli M. D. (2006). Oral lesions in elderly population: A biopsy survey using 2250 histopathological records. Gerodontology. 23(1):48-54.

Cueto A., Martínez R., Niklander S., Deichler J., Barraza A. & Esguep A. (2013). Prevalence of oral mucosal lesions in an elderly population in the city of Valparaiso, Chile. Gerodontology. 30(3):201-6.

De Visschere L. M., Van der Putten G. J., Vanobbergen J. N., Schols J. M. & de Baat C. (2011). An oral health care guideline for institutionalised older people. Gerodontology. 28(4):307-10.

Dhanuthai K., Rojanawatsirivej S., Somkotra T., Shin H. I., Hong S. P., Darling M., et al. (2016). Geriatric oral lesions: A multicentric study. Geriatr Gerontol Int. 16(2):237-43.

Durazzo M. D., Araujo C. E. N., Brandão Neto J. S., Potenza A. S., Costa P., Takeda F., et al. (2005). Clinical and epidemiological features of oral cancer in medical school teaching hospital from 1994 to 2002: increasing incidence in women, predominance of advanced local disease, and low incidence of neck metastases. Clinics. 60(4):293-298.

Espinoza I., Rojas R., Aranda W. & Gamonal J. (2003). Prevalence of oral mucosal lesions in elderly people in Santiago, Chile. J Oral Pathol Med. 32(10):571-5.

Gleiznys A., Zdanavičienė E. & Žilinskas J. (2015). Candida albicans importance to denture wearers. A literature review. Stomatologija. Baltic Dental and Maxillofacial Journal. 17(2):54-66.

Gutmacher Z., Teich S., Lin S., Ghantous Y. & Abu El-Naaj I. (2016). Practitioners’ challenges in diagnosing oral and maxillofacial tumors. Quintessence Int. 47(7):603-608.

Hung W. W., Ross J. S., Boockvar K. S. & Sir A. L. (2011). Recent trends in chronic disease, impairment and disability among older adults in the United States. BMC Geriatr. 11:47.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Censo Demográfico. (2010). Available in: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010.html?=&t=resultados. Accessed in: Oct 31, 2021.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades de Federação. (2021). Available in: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/. Accessed in: Oct 31, 2021.

Llewellyn C. D., Linklater K., Bell J., Johnson N. W. & Warnakulasuriya S. (2004). An analysis of risk factors for oral cancer in young people: a case-control study. Oral Oncol. 40(3):304-13.

Mohan B. C., Angadi P. V., Hallikerimath S. & Kale A. D. (2016). Diagnoses of 964 oral biopsies from people aged over 50 years in Karnataka State, India. Gerodontology. 33(2):217-24.

Montero P. H. & Patel S. G. (2015). Cancer of the oral cavity. Surg Oncol Clin N Am. 24(3):491-508.

Moresco F. C., Nora Filho M. R. & Balbinot M. A. (2003). Levantamento epidemiológico dos diagnósticos histopatológicos da disciplina de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da ULBRA - Canoas/RS. Stomatos. 9(17): 29-34.

Mosele J. C., Stangles L. P., Trntin M. S., Silva S. O. & Carli J. P. (2008). Levantamento epidemiológico dos casos de carcinoma epidermoide da cavidade bucal registrados no serviço de diagnóstico histopatológico do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo/RS. Revista Odonto. 16(32):18-24.

Pomorska-Wesołowska M., Różańska A., Natkaniec J., Gryglewska B., Szczypta A., Dzikowska M., et al. (2017). Longevity and gender as the risk factors of methicillin-resistant Staphylococcus aureus infections in southern Poland. BMC Geriatr. 10;17(1):51.

Rahib L., Wehner M. R., Matrisian L. M. & Nead K. T. (2021). Estimated Projection of US Cancer Incidence and Death to 2040. JAMA. 4(4):e214708.

Silva L. P., Leite R. B., Sobral A. P. V., Arruda J. A., Oliveira L. V., Noronha M. S., et al. (2017). Oral and maxillofacial lesions diagnosed in older people of a brazilian population: a multicentric study. J Am Geriatr Soc. 65(7):1586-1590.

Silveira E. J. D., Lopes M. F. F., Silva L. M. M., Ribeiro B. F., Lima K. C. & Queiroz L. M. G. (2009). Lesões orais com potencial de malignização: análise clínica e morfológica de 205 casos. J. Bras. Patol. Med. Lab. 45(3):233-238, 2009.

Thiagarajan S., Nair S., Nair D., Chaturvedi P., Kane S. V., Agarwal J. P., et al. (2014). Predictors of prognosis for squamous cell carcinoma of oral tongue. J Surg Oncol. 109(7):639-44.

United Nations (2020). Human Development Index. Available in: http://hdr.undp.org/en/data. Accessed in: Oct 31, 2021.

World Health Organization (2005). World Health Organization Classification of Tumours. Pathology & Genetics. Head and Neck Tumours. Lyon: International Agency for Research on Cancer (IARC) IARC Press. P. 177-9.

Downloads

Publicado

02/12/2021

Como Citar

ALMEIDA, R. F.; FERREIRA, K. D. M.; SILVA, A. M. P. da; VIEIRA, M. S.; PIRES, F. R.; THOLT, B.; AZEVERO, A. L. R.; SANTOS, T. C. R. B.; ARMADA, L.; FERREIRA, D. de C. Lesões orais em pacientes idosos: uma análise descritiva de uma população brasileira. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e516101523227, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.23227. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23227. Acesso em: 24 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde