Perfil clínico-socioeconômico e demográfico de pacientes soropositivos para HIV/Aids em região de tríplice fronteira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23316Palavras-chave:
Sorodiagnóstico de HIV; Perfil de saúde; Áreas de fronteira; Anticorpos anti-HIV; Terapia antirretroviral de alta atividade.Resumo
Objetivo: Analisar o perfil clínico-socioeconômico e demográfico de pacientes soropositivos para HIV/Aids em região de tríplice fronteira. Materiais e métodos: Os pacientes atendidos no Serviço de Assistência Especializada na cidade de Foz do Iguaçu foram avaliados por meio de um questionário estruturado e de prontuários médicos. Os dados foram agrupados de acordo com o sexo. Foi verificada a razão de chance de um evento acontecer (predominância de um gênero em relação ao outro) nas variáveis sociodemográficas e clínicas, intervalo de confiança de 95% (p≤0,05). Resultados: Dos 332 pacientes avaliados com HIV/Aids, 55,4% eram do sexo masculino e 42,5% do sexo feminino (p=0,0590). Predominância do sexo masculino também foi observada em algumas outras variáveis, tais como: idade entre 18 a 30 anos, (31,0%) (p=0,0112), estado civil solteiro (53,3%) (p=0,0001), cor da pele branca (56,5%) (p>0,05) e escolaridade 3º grau incompleto ou completo (42,9%) (p>0,05). A infecção foi prevalente em mulheres com renda familiar <1 salário mínimo (85,9%) (p=0,0016), pacientes que residiam em Foz do Iguaçu, homens e mulheres (73,0%) (p>0,05) e com naturalidade brasileira, homens e mulheres (89,2%) (p>0,05). Quanto a clínica, 60,3% dos pacientes homens possuíam linfócitos T CD4+ >200 (p=0,0011), 95,3% com carga viral indetectável >40 cópias/mm3 e 96,0% faziam uso regular do tratamento antirretroviral (p>0,05). Conclusão: Os resultados contribuem para a saúde pública em região de fronteira, indicando a criação de ações e de estratégias, além do fortalecimento das políticas públicas já existentes, com o objetivo de reduzir a incidência da população infectada.
Referências
Abreu, S. R., Pereira, B. M., Silva, N. M., Moura, L. R. P., Brito, C. M. S., & Câmara, J. T. (2016). Estudo epidemiológico de pacientes com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana/síndrome da imunodeficiência adquirida (HIV/aids), Caxias-MA. Revista Interdisciplinar, 9(2), 1321-41.
Ayres, M., Ayres, M., Ayres, D. L., & Santos, A. A. S. (2003). BioEstat 5.0: aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Belém: Sociedade Civil Mamirauá.
Barbosa, A. J. C., Bertin, F., Silva, R. M. M., Faller, J. W., Silva-Sobrinho, R. A., & Zilly, A. (2016). Perfil comportamental de gestantes atendidas no centro de testagem e aconselhamento em município de fronteira. Cogitare Enfermagem, 21(1), 01-08. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i1.42957.
Bolfarine, H., & Bussab, W. O. (2005). Elementos de amostragem. ABE - Projeto Fisher. São Paulo: Editora Blucher.
Brasil. Departamento de Informática do SUS (Datasus). Casos de Aids identificados no Brasil, município de residência: Foz do Iguaçu. http://www2.aids.gov.br/cgi/tabcgi.exe?tabnet/br.def.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico HIV/Aids, 2019. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-de-hivaids-2019.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico HIV/Aids, 2019. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-de-hivaids-2019.
Brasil. (2020). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico-HIV Aids. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-hivaids-2020.
Brasil. 2018. Programa Nacional de DST/Aids. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/Aids. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-epidemiologico-hivaids-2018.
Castro, S. S., Scatena, L. M., Miranzi, A., Neto, A. M., & Nunes, A. A. (2020). Tendência temporal dos casos de HIV/aids no estado de Minas Gerais, 2007 a 2016. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, 29(1), 1-11. http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742020000100016.
Cavatorta, M. G., Caldana, N. F. S., & Campanha, T. G. (2017). Relações fronteiriças entre Foz do Iguaçu, Ciudad Del Este e Puerto Iguazu: aspectos políticos, econômicos e sociais que promovem a integração. Geografia Opportuno Tempore, (3), 220-33.
Coelho, L. E., Cardoso, S. W., Amancio, R. T., Moreira, R. I., Ribeiro, S. R., Coelho, A. B., Campos, D. P., Veloso, V. G., Grinsztejn, B., & Luz, P. M. (2016). Predictors of opportunistic illnesses incidence in post combination antiretroviral therapy era in an urban cohort from Rio de Janeiro, Brazil. BMC Infectious Diseases, 16(134), 1-9. http://dx.doi.org/10.1186/s12879-016-1462-x
Conte, C. H. (2018). A aglomeração urbana de fronteira de Foz do Iguaçu/PR, Ciudad del Este/PY e Puerto Iguazú/AR e suas dinâmicas. Revista Espaço e Geografia, 21(1), 241-75.
Ferreira, A. L. C., Carvalho, F. F., Nihei, O. K., Nascimento, I. A., Shimabuku-Junior, R. S., Fernandes, R. D., & Moreira, N. M. (2021). Prevalence of intestinal parasites in children from public preschool in the Triple Border Brazil, Argentina, and Paraguay. ABCS Health Sciences, 46:e021205.1-9. https://doi.org/10.7322/abcshs.2019136.1401.
Ferreira, C. O., Davoglio, R. S., Silva, A. A., Viana, A. S. A., Rezende, R. E. A. R., & Gomes, A. V. T. M. (2016). Perfil Epidemiológico dos Usuários de um Centro de Testagem e Aconselhamento da Bahia. Revista Baiana de Saúde Pública, 40(2), 388-409. https://doi.org/10.22278/2318-2660.2016.v40.n2.a1980.
Foz do Iguaçu. O que fazer em Foz do Iguaçu, quando ir e onde ficar. https://aresdomundo.com/o-que-fazer-em-foz-do-iguacu/.
Galvão, J. M. V., Costa, A. C. M., & Galvão, J. V. (2017). Demographic and socio-demographic profile of people living with HIV/AIDS. Revista de Enfermagem UFPI, 6(1), 4-8. https://doi.org/10.26694/reufpi.v6i1.5533.
Gomes, R. R. F. M., Ceccato, M. G. B., & Kerr, L. R. F. S, Guimarães MDC. (2017). Fatores associados ao baixo conhecimento sobre HIV/AIDS entre homens que fazem sexo com homens no Brasil. Caderno de Saúde Pública, 33(10), 1–15. https://doi.org/10.1590/0102-311X00125515.
Gonçalves, M. R., Gonçalves, M. R., Ito, F. Y., Hirota, M. M., Hayashida, M. R., Mizoguti, N. N., & Nasr, A. M. L. F. (2020). Perfil epidemiológico dos portadores de sífilis entre 2010 e 2018 no Estado do Paraná, Brasil. Revista de Saúde Pública do Paraná, 3(2), 61-73. https://doi.org/10.32811/25954482-2020v3n2p61
Medeiros, R. C. D. S. C., Medeiros, J. A., Silva, T. A. L. D., Andrade, R. D., Medeiros, D. C., Araújo, J. S., Oliveira, A. M. G., Costa, M. A. A., & Dantas, P. M. S. (2017). Quality of life, socioeconomic and clinical factors, and physical exercise in persons living with HIV/AIDS. Revista Salde Publica, 51(6), 51-66. https://doi.org/ 10.1590/S1518-8787.2017051006266.
Mendonça, M. F. (2018). Vínculo de trabalho informal, qualidade de sono ruim e pior bem estar subjetivo estão associados à capacidade para o trabalho entre pessoas vivendo com HIV. [Dissertação de Mestrado, Santos, São Paulo: Universidade Católica de Santos].
Mombelli, M. A., Barreto, M. S., Arruda, G. O., & Marconi, S. S. (2015). Epidemia da aids em tríplice fronteira: subsídios para a atuação profissional. Revista Brasileira de Enfermagem, 68(3), 371-378. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680308i.
Moro, J. C., & Moreira, N. M. (2020). Clinico-epidemiological and sociodemographic profile of HIV/AIDS patients who are co-infected with Toxoplasma gondii in the border region of Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 92(4), 1-15. https://doi.org/10.1590/0001-3765202020200293.
Moura, J. P., & Faria, M. R. (2017). Caracterização e perfil epidemiológico das pessoas que vivem com HIV/AIDS. Revista de Enfermagem UFPE, 11(12), 5214-5220. https://doi.org/ 10.5205/1981-8963-v11i12a22815p5214-5220-2017.
Paiva, A. Sem campanhas preventivas, HIV cresce entre idosos. (2019). https://www.medicina.ufmg.br/sem-campanhas-preventivas-hiv-cresce-entre-idosos/.
Pasipamire, L., Nesbitt, R. C., Dube, L., Mabena, E., Nzima, M., Dlamini, M., Rugongo, N., Maphalala, N., Obulutsa, T. A., Ciglenecki, I., & Kerschberger, B. (2020). Implementation of community and facility-based HIV self-testing under routine conditions in southern Eswatini. Tropical Medicine & International Health, 25(6), 723-731. https://doi.org/10.1111/tmi.13396.
Pereira, B. M., Silva, N. M., Moura, L. R. P., Brito, C. M. S., & Câmara, J. T. (2016). Estudo epidemiológico de pacientes com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana Síndrome da Imunodeficiência adquirida (HIVAIDS), CAXIAS-MA. Revista Interdisciplinar, 9(4), 132–141.
Peres, M. M., Scherer, A. A., Moro, J. C., Nihei, O. K., & Moreira, N. M. (2020). Avaliação do nível de conhecimento sobre toxoplasmose por pais e/ou responsáveis de crianças em centros municipais de educação infantil em Foz do Iguaçu-PR/Brasil. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, 24(2), 69-74. https://doi.org/10.25110/arqsaude.v24i2.2020.6918.
Pinto, V. M., Basso, C. R., Barros, C. R. S., & Gutierrez, E. B. (2018). Fatores associados às infecções sexualmente transmissíveis: inquérito populacional no município de São Paulo, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, 23(7), 2423-2432. https://doi.org/10.1590/1413-81232018237.20602016.
Quaresma, M. S. M., Souza, R. S. A., Barreira, C. P. D. M., Oliveira, A. S. R., Pontes, C. D. N., & Silva, Y. J. A. (2019). Prevalência de doenças oportunistas em pacientes HIV positivos em uma unidade de referência da Amazônia. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 11(5), 1-9. https://doi.org/10.25248/reas.e306.
Sales, W. B., Caveião, C., Visentin, A., Mocelin, D., Costa, P. M., & Simm, E. D. (2016). Comportamento sexual de risco e conhecimento sobre IST/SIDA em universitários da saúde. Revista de Enfermagem, 16(10), 19-27. https://doi.org/10.12707/RIV16019.
Setianingrum, F., Rautemaa-Richardson, R., & Denning, D. W. (2019). Pulmonary cryptococcosis: a review of pathobiology and clinical aspects. Journal of Medical Mycology, 57(2), 133–150. https://doi.org/ 10.1093/mmy/myy086.
Silva, C. M., Jorge, A. S., Dalbosco, K., Peder, L. D., Horvath, J. D., Teixeira, J. J. V., & Bertolini, D. A. (2017). Perfil epidemiológico dos pacientes com HIV em um centro de referência no Sul do Brasil: característica de dez anos. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, Santa Cruz do Sul, 7(4), 1-7. https://doi.org/10.17058/reci.v7i4.9150.
Souza, C. A., & de Ramos, M. A. M. (2019). A população negra com HIV e Aids em Sergipe: recortes da desigualdade racial. [Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe].
Souza, H. C., Passos, X. S., Camplesi Júnior, M., Silva, A. M. T. C., Oliveira, A. K. S., Marques, L. O. R., Marques, J. M. S., Quixabeira, V. B. L., & Silva, L. L. (2020). Contagem de linfócitos TCD4+ e carga viral em pacientes HIV+ de um laboratório de referência. Revista Brasileira Militar de Ciências, 6(15), 73-78. https://doi.org/10.36414/rbmc.v6i15.50.
Souza, M. E., Peres, M. M., Goetten, L. F., Scherer, A. A., & Moreira, M. N. (2019). Analise comparativa do conhecimento de gestantes sobre toxoplasmose em fronteira brasileira. SaBios-Jornal de Saúde e Biologia, 14(2), 25-34.
Unaids. Data Global AIDS update. (2019). Geneva: World Health Organization; 2019. https://unaids.org.br/estatisticas/.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Janielle Chrislaine Moro ; Neide Martins Moreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.