Consequências da automedicação em portadores de insuficiência renal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23544

Palavras-chave:

Automedicação; Farmacêutico; Insuficiência renal.

Resumo

A automedicação refere-se ao consumo de medicamentos para tratamento de doenças e sintomas, decorrentes de uma autoavaliação, sem participação de médico ou profissional habilitado. Essa prática apesar de compreendida como parte do autocuidado, quando realizada de forma negligente representa um grande risco. Os efeitos dessa prática podem ocasionar desde interações medicamentosas e reações adversas, até casos graves de intoxicação levando à morte. Logo, o presente estudo tem por objetivos verificar os índices da automedicação em portadores de insuficiência renal, descrever suas consequências, analisar suas principais causas e a importância da atuação do farmacêutico neste contexto. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem quali-quantitativa, realizada no período de agosto a outubro de 2021. A coleta dos dados foi realizada através da aplicação de um questionário online, fechado, estruturado, autoaplicado e anônimo, cujo modelo se insere na técnica de snowball. Posteriormente foi realizada análise e construção de tabela com parâmetros pré-definidos, discussão acerca dos resultados obtidos, bem como uma correlação com estudos disponíveis na literatura. Os resultados desvelaram que o índice da automedicação em portadores de insuficiência renal é elevado. Conclui-se é elevado o índice de pacientes renais que se automedicam, e que essa prática pode inferir negativamente no tratamento desses pacientes, ademais, a inserção do profissional farmacêutico mostrou-se primordial para redução da automedicação e melhoria da qualidade de vida, contribuindo para um tratamento mais seguro e adoção de uma terapia medicamentosa mais adequada e efetiva.

Referências

Aguiar, L. K. d., Prado, R. R., Gazzinelli, A., & Malta, D. C. (2020). Fatores associados à doença renal crônica: inquérito epidemiológico da Pesquisa Nacional de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, 23. https://doi.org/10.1590/1980-549720200044. Acesso em: 4/11/2021.

Albuquerque, E. M. d. (2009). Avaliação da técnica de amostragem respondent-driven sampling na estimação de prevalências de doenças transmissíveis em populações organizadas em redes complexas [PublishedVersion, reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ]. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2411

Aquino, D. S. d. (2008). Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade? Ciência & Saúde Coletiva, 13(suppl), 733–736. https://doi.org/10.1590/s1413-81232008000700023. Acesso em: 27/03/2021.

BRASIL. (2015, 13 de maio). Você sabe o que é insuficiência renal? Ministério da Saúde / Blog da Saúde. http://www.blog.saude.gov.br/zfa9rd. Acesso em: 23/03/2021.

Campos, F., Raquel Uhdich Kleibert, K., Renz Pretto, C., Barros Klein, K., Miladi Fernandes Stumm, E., & de Fátima Colet, C. (2021). Use of drugs and potential drug interactions in chronic renal patients in hemodialysis. Revista Saúde (Santa Maria), 47(1), Artigo e40770. https://doi.org/10.5902/223658340770.

Carvalho Michel, N. C. M., Schwartz, E., Pozza dos Santos, B., & Lise, F. (2021). O uso dos fármacos na doença renal crônica pelos pacientes em hemodiálise. Revista Saúde em Redes, 7(1), 1-11. https://doi.org/10.18310/2446-48132021v7n1.3012g632.

Cherchiglia, M. L., Machado, E. L., Szuster, D. A. C., Andrade, E. I. G., Acúrcio, F. d. A., Caiaffa, W. T., Sesso, R., Guerra Junior, A. A., Queiroz, O. V. d., & Gomes, I. C. (2010). Perfil epidemiológico dos pacientes em terapia renal substitutiva no Brasil, 2000-2004. Revista de Saúde Pública, 44(4), 639–649. https://doi.org/10.1590/s0034-89102010000400007. Acesso em: 4/11/2021.

Constantino, V. M., Fregonesi, B. M., Tonani, K. A. d. A., Zagui, G. S., Toninato, A. P. C., Nonose, E. R. d. S., Fabriz, L. A., & Segura-Muñoz, S. I. (2020). Estoque e descarte de medicamentos no domicílio: Uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, 25(2), 585–594. https://doi.org/10.1590/1413-81232020252.10882018.

Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito dos Serviços de Diálise, de natureza pública ou privada, Resolução nº 500 (2009) (Brasil). https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/500.pdf

Duarte Vernizi, M., & Lange da Silva, L. (2016). A prática de automedicação em adultos e idosos: Uma revisão de literatura. Revista Saúde e Desenvolvimento, 10(5). https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/579.

Egidio Romão Junior, J. (2004). Doença renal crônica: Definição, epidemiologia e classificação. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 26(3), 1–3. https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/11/jbn_v26n3s1a02.pdf

Eler Maia, D. E. M., Moreira Alves, S., & Cardoso, G. (2018). Revisão bibliográfica: Atenção farmacêutica nos pacientes em hemodiálise. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, 21(2) 135-139. https://www.mastereditora.com.br/periodico/20180103_170647.pdf Acesso em: 7/11/021.

Faqihi, A. H. M. A., & Sayed, S. F. (2020). Self-medication practice with analgesics (NSAIDs and acetaminophen), and antibiotics among nursing undergraduates in University College Farasan Campus, Jazan University, KSA. Annales Pharmaceutiques Françaises. https://doi.org/10.1016/j.pharma.2020.10.012.

Gil, A. C. (2002). - Como elaborar projetos de pesquisa (6.). Atlas. (Original work published 1946).

Günther, H. (2006). Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Psicologia Teoria e Pesquisa, 22(2), 201–209. https://doi.org/10.1590/s0102-37722006000200010.

Jassal, S. V., Krishna, G., Mallick, N. P., & Mendelssohn, D. C. (2002). Attitudes of British Isles nephrologists towards dialysis modality selection: A questionnaire study. Nephrology Dialysis Transplantation, 17(3), 474–477. https://doi.org/10.1093/ndt/17.3.474. Acesso em: 26/10/2021.

Lemos, L. B., Moraes, G. S., Lemos, G. d. S., & Nery, A. A. (2020). Automedicação em pacientes renais crônicos hemodialíticos. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 33, 1–10. https://doi.org/10.5020/18061230.2020.9906.

Marquito, A. B., Fernandes, N. M. d. S., Colugnati, F. A. B., & Paula, R. B. d. (2014). Identifying potential drug interactions in chronic kidney disease patients. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 36(1), 26–34. https://doi.org/10.5935/0101-2800.20140006.

Melo, J. R. R., Duarte, E. C., Moraes, M. V. d., Fleck, K., & Arrais, P. S. D. (2021). Automedicação e uso indiscriminado de medicamentos durante a pandemia da COVID-19. Cadernos de Saúde Pública, 37(4). https://doi.org/10.1590/0102-311x00053221.

Neves, P. D. M. d. M., Sesso, R. d. C. C., Thomé, F. S., Lugon, J. R., & Nasicmento, M. M. (2020). Brazilian Dialysis Census: Analysis of data from the 2009-2018 decade. Brazilian Journal of Nephrology, 42(2), 191–200. https://doi.org/10.1590/2175-8239-jbn-2019-0234.

Pereira, D. G. (2007). Importância do metabolismo no planejamento de fármacos. Química Nova, 30(1), 171–177. https://doi.org/10.1590/s0100-40422007000100029

Pereira, F. G. F., Araújo, M. D. J. P., Pereira, C. R., Nascimento, D. D. S., Galiza, F. T. d., & Benício, C. D. A. V. (2017). Automedicação em idosos ativos. Revista De Enfermagem UFPE on Line, 11(12), 4919. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22289p4919-4928-2017.

Rang y dale: Farmacologia (Gea Consultoría Editorial, Trad.; 8a ed.). (2016). Elsevier. (Obra original publicada em 1987).

Ribeiro, R. d. C. H. M., Oliveira, G. A. S. A. d., Ribeiro, D. F., Bertolin, D. C., Cesarino, C. B., Lima, L. C. E. Q. d., & Oliveira, S. M. d. (2008). Caracterização e etiologia da insuficiência renal crônica em unidade de nefrologia do interior do Estado de São Paulo. Acta Paulista de Enfermagem, 21(spe), 207–211. https://doi.org/10.1590/s0103-21002008000500013

Rudnicki, T. (2014). Doença renal crônica: Vivência do paciente em tratamento de hemodiálise. Contextos Clínicos, 7(1). https://doi.org/10.4013/ctc.2014.71.10.

Sánchez-Gili, M., Toro-Chico, P., Pérez-Encinas, M., Gómez-Pedrero, A. M., & Portolés-Pérez, J. M. (2011). Intervención farmacéutica en la adherencia al tratamiento de pacientes con enfermedad renal crónica. Revista de Calidad Asistencial, 26(3), 146–151. https://doi.org/10.1016/j.cali.2010.11.012.

Santana da Silva Soares, L., Soares de Brito, E., Vitória da Silva, E., & Galato, D. (2019). Eventos adversos relacionados ao uso de imunossupressores em pacientes transplantados. Boletim Farmacoterapeutica, (3), 11–17. http://crfmt.org.br/wp-content/uploads/2019/11/2628-8937-1-SM.pdf.

Santos, V. F. C. d., Borges, Z. N., Lima, S. O., & Reis, F. P. (2018). Percepções, significados e adaptações à hemodiálise como um espaço liminar: A perspectiva do paciente. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 22(66), 853–863. https://doi.org/10.1590/1807-57622017.0148.

Secoli, S. R. (2010). Polifarmácia: Interações e reações adversas no uso de medicamentos por idosos. Revista Brasileira de Enfermagem, 63(1), 136–140. https://doi.org/10.1590/s0034-71672010000100023

Simões Fernandes, W., & César Cembranelli, J. C. C. (2015). Automedicação e o uso irracional de medicamentos: O papel do profissional farmacêutico no combate a essas práticas. Revista Univap, 21(37), 5–11. http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/265/259

World Health Organization. (1998). The role of the pharmacist in self-care and self-medication (Report). WHO.

Downloads

Publicado

05/12/2021

Como Citar

SILVA, G. S.; RIBEIRO, I. S.; MARQUES, M. S. Consequências da automedicação em portadores de insuficiência renal. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 16, p. e45101623544, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i16.23544. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23544. Acesso em: 5 out. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde