As barreiras das mulheres que fazem sexo com mulheres no acesso à saúde no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i17.23602

Palavras-chave:

LGBT; Mulheres que fazem sexo com mulheres; Sexualidade feminina; Infecções sexualmente transmissíveis; Barreiras ao Acesso aos cuidados de saúde.

Resumo

As mulheres lésbicas e bissexuais são uma minoria invisível quando buscam serviços de atendimento à saúde sexual. Devido a esta invisibilidade dentro de uma cultura milenar de heteronormatividade, a saúde sexual das mulheres lésbicas e bissexuais é, frequentemente, mal conduzida por profissionais da saúde. Partido desse pressuposto, este artigo tem como objetivo identificar as dificuldades na relação médico-paciente e avaliar as barreiras no acesso enfrentadas por mulheres que fazem sexo com mulheres. O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa, o levantamento das publicações científicas foi nas bases de dados: Lilacs, PubMed, Medline e SciELO. Através das pesquisas, verifica-se que a menor procura pelos serviços de saúde está, muitas vezes, associada à existência de discriminação nos serviços de saúde e ao despreparo dos profissionais para lidar com as especificidades existentes. Além disso, observa-se uma menor frequência de realização de exames ginecológicos, de exames de Papanicolau e de prevenção de câncer de mama entre as mulheres lésbicas e bissexuais. Por fim, faz-se necessário que mais estudos sejam realizados a fim de se colocar em números tais dificuldades e que gerem políticas e estratégias para a melhoria da assistência ginecológica destinada à mulher que faz sexo com mulheres.

Biografia do Autor

Júlia Maria Gonçalves Dias, Universidade Federal de Sergipe

Docente da Universidade Federal de Sergipe – UFS 

Graduada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba

Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia Instituto no Materno Infantil de Pernambuco – IMIP

Mestre em Saúde Materno Infantil pelo Materno Infantil de Pernambuco – IMIP Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe – UFS

Thaís Serafim Leite de Barros Silva, Universidade Federal de Sergipe

Médica ginecologista e obstetra docente da Universidade Federal de Sergipe – UFS

Amanda Silvestre Santos Gonçalves, Universidade Federal de Sergipe

Médica pela Universidade Federal de Sergipe – UFS.

Alessandra Aleixo Albuquerque, Universidade Federal de Sergipe

Ginecologista e obstetra no Hospital Universitario de Sergipe , como professora e preceptora do departamento de ginecologia e obstetricia. Major Medica da Policia Militar de Sergipe atuando em consultas de ginecologia e obstetricia e membro da Junta Medica da Policia militar e Corpo de Bombeiros Militar. 

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Publicado

21/12/2021

Como Citar

ARAUJO, R. A. S. de .; OLIVEIRA, R. de S. .; DIAS, J. M. G. .; FONTES, G. de Q. .; SILVA, T. S. L. de B. .; GONÇALVES, A. S. S. .; ALBUQUERQUE, A. A. . As barreiras das mulheres que fazem sexo com mulheres no acesso à saúde no Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 17, p. e60101723602, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i17.23602. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23602. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde