O perfil de usuários dos centros de atenção psicossocial em situação de rua
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23673Palavras-chave:
População em situação de rua; Exclusão social; Transtorno mental; Raça cor; Saúde mental.Resumo
Objetivos: conhecer o perfil sociodemográfico da população em situação de rua com transtorno mental atendidas em CAPS adulto da região Oeste do município de São Paulo; comparar resultados obtidos no presente estudo com dados do censo da secretaria do desenvolvimento social do Município de São Paulo; e analisar semelhanças e diferenças. Método: Este estudo quantitativo, transversal. Resultado: indivíduos do sexo masculino, negros, provenientes do estado de São Paulo, com idades médias de 42,83 anos, solteiros, com baixa escolaridade, desempregados, sem rendimento, já esteve internado em hospital psiquiátrico por mais de um ano, fazem uso de tabaco e que vive em abrigo. A maioria já sofreu algum tipo de violência e discriminação na rua. Os diagnósticos prevalentes foram os transtornos mentais comuns. Os dados do presente estudo são semelhantes aos dados encontrados no censo municipal de pessoas em situação de rua do município. Conclusão: graças à política pública de saúde mental as pessoas em situação de rua com transtorno mental possuem mais acesso a abrigo quando comparado com as pessoas em situação de rua sem transtorno mental. No entanto, os demais eixos como trabalho e rede social, ainda, necessitam de mais estratégias em rumo a inclusão social. Constata-se que o estigma do transtorno mental, além da marginalidade, do racismo e do desemprego agrava ainda mais o imaginário da sociedade em relação a essas pessoas. Desta maneira, sugere-se a necessidade de mais ações intersetoriais a fim de atender as demandas dessa população específica e de combater o estigma do transtorno mental.
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