O uso de medicamentos controlados durante a pandemia da Covid-19 observado em uma drogaria na região do sudoeste baiano
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23752Palavras-chave:
Saúde mental; Distanciamento social; Medicamentos controlados.Resumo
O período pandêmico e as medidas de proteção, principalmente o distanciamento social, podem ter causado impactos na saúde mental da população. Assim, a pesquisa buscou analisar como se deu o uso de medicamentos controlados durante a pandemia da Covid-19, com base em uma drogaria localizada em um município do sudoeste baiano. Objetivou-se analisar este uso através de receitas médicas, a fim de identificar os principais grupos farmacológicos bem como o perfil dos medicamentos e suas relações com o cenário pandêmico. Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, sendo um caso-controle de caráter básico. Como fonte de dados utilizou-se receituários médicos referentes à Portaria n°344/98, atendidos na drogaria durante os meses de março de 2020 a março de 2021, totalizando 334 medicamentos prescritos. A abordagem adotada para análise de dados foi qualitativa e quantitativa descritiva. Os resultados apontaram um aumento nas prescrições no mês de maio/2020, com um pico no mês de julho, apresentando pequenas oscilações nos meses subsequentes até novembro. Em dezembro houve um declínio, sendo elevado nos meses posteriores. Os grupos mais comuns foram os Antidepressivos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (32,9%), com destaque para a Fluoxetina (7,8%); os Benzodiazepínicos (24,5%) com o Clonazepam (13,8%); e antidepressivos tricíclicos (18,0%), a Amitriptilina (15,3%). Numa análise panorâmica, estudos mais profundos são capazes de identificar de forma precisa o cenário nacional e aliados às medidas de educação que orientem o uso e prescrição racional de medicamentos no Brasil podem diminuir o uso inapropriado e evitar prejuízos à saúde no país.
Referências
Alves, A. M., Couto, S. B., Santana, M. DE. P., Baggio, M. R. V., & Gazarini, L. (2021). Medicalização do luto: limites e perspectivas no manejo do sofrimento durante a pandemia. Cadernos de Saúde Pública, 37(9), e00133221. https://doi.org/10.1590/0102-311X00133221.
Barros, M. B. DE. A., Lima, M. G., Malta, D. C., Szwarcwald, C. L., De Azevedo, R. C. S., Romero, D., Júnior, P. R. B. DE. S., Azevedo, L. O., Machado, I. E., Damacena, G. N., Gomes, C. S., Werneck, A. DE. O., Da Silva, D. R. P., De Pina, M. DE. F., & Gracie, R. (2020). Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde 29(4), e2020427. https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000400018.
Boger, B., Federhen, C., Brand, M., Szpak, R., Patriota, B., Morishita, L., & Gomes, E. (2018). Medicamentos sujeitos a controle especial mais utilizados em centros de atenção psicossocial em uma cidade do Paraná. Visão Acadêmica. 18(4), e2020427. http://dx.doi.org/10.5380/acd.v18i4.5568.
Brooks SK, Webster RK, Smith LE, Woodland L., Wessely S, Greenberg N., & Rubin GJ. (2020). O impacto psicológico da quarentena e como reduzi-lo: revisão rápida das evidências. The Lancet, 395 (10227), 912–920. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30460-8.
Cruz, A. F. P., Melho, V. M., De Souza, B. F. X., Silva, G. R., Silva, P. E. E. M., & Carvalho, S. J. (2020). Fármacos antidepressivos: prevalência, perfil e conhecimento da população usuária. Brazilian Journal of Health and Pharmacy, 2(2). https://doi.org/10.29327/226760.2.2-3.
Fiorillo, A., & Gorwood, P. (2020). As consequências da pandemia COVID-19 na saúde mental e implicações para a prática clínica. European Psychiatry, 63 (1), e32. https://doi.org/10.1192/j.eurpsy.2020.35.
Fontelles, M. J., Simões, M. G., Farias, S. H., & Fontelles, R. G. S. (2009). Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa. Revista paraense de medicina, 23(3), 1-8. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-588477.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (Vol. 4, p. 175). São Paulo: Atlas.
Goetze, A. C. (2016). Conscientização sobre o uso crônico de benzodiazepínicos [Trabalho de conclusão de curso]. https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/12645.
Lei n. 5.991, de 17 de dezembro de 1973 (1973). Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5991.htm.
Oliveira, L.P.D. de, Silva, H.R. da, Silva, A.P.R. e, Ferraz, I.S. de O., Reis, L.D. da S., Silva, V.G. da, Pinheiro, P. de N.Q., & Luz, D.A. da. (2020). Análise da demanda de medicamentos sujeitos a controle especial em unidades de saúde em Belém-PA. Brazilian Journal of Health Review, 3 (4), 10405–10418. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n4-305.
Portaria n. 344, de 12 de maio de 1998 (1998). Aprova o Regulamento Técnico Sobre Substâncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1998.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html.
Renovato, R. D. (2008). O uso de medicamentos no Brasil: uma revisão crítica. Rev. Bras. Farm., 89(1), 64-69.
Sabin, J. G., Ferrão, M. F., & Furtado, J. C. (2004). Análise multivariada aplicada na identificação de fármacos antidepressivos. Parte II: Análise por componentes principais (PCA) e o método de classificação SIMCA. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. 40 (3), 387-396. https://doi.org/10.1590/S1516-93322004000300015.
Sagiorato, E. da C. (2016). Abuso de antidepressivos tricíclicos: Um plano de intervenção para a equipe de Saúde da Família São Judas, município de Ouro Fino, Minas Gerais [Trabalho de conclusão de curso]. https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9595.
Segre, M., & Ferraz, F. C. (1997). O conceito de saúde. Revista de Saúde Pública, 31(5), 538–542. https://doi.org/10.1590/S0034-89101997000600016.
Serafim, A. de P., Gonçalves, P. D., Rocca, C. C., & Lotufo Neto, F. (2020). The impact of COVID-19 on Brazilian mental health through vicarious traumatization. Brazilian Journal of Psychiatry, 42(4), 450–450. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2020-0999.
Shigemura, J., Ursano, R. J., Morganstein, J. C., Kurosawa, M., & Benedek, D. M. (2020). Public responses to the novel 2019 coronavirus (2019-nCoV) in Japan: Mental health consequences and target populations. Psychiatry and clinical neurosciences, 74(4), 281–282. https://doi.org/10.1111/pcn.12988.
Silva, S. N., & Lima, M. G. (2017). Prescrições em serviços de saúde mental: aspectos legais e indicadores do uso racional de medicamentos. Scientia Medica. 27 (3), 25597. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2017.3.25597.
Xiang, Y. T., Yang, Y., Li, W., Zhang, L., Zhang, Q., Cheung, T., & Ng, C. H. (2020). Timely mental health care for the 2019 novel coronavirus outbreak is urgently needed. The lancet. Psychiatry, 7 (3), 228–229. https://doi.org/10.1016/S2215-0366(20)30046-8.
Yi, Y., Lagniton, P., Ye, S., Li, E., & Xu, RH (2020). COVID-19: o que foi aprendido e o que deve ser aprendido sobre a nova doença coronavírus. Jornal internacional de ciências biológicas, 16 (10), 1753–1766. https://doi.org/10.7150/ijbs.45134.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Irlana Nascimento da Silva Penha; Ana Luísa Moura Santos ; Aila Cohim Hereda de Freitas Marinho; Léia Alexandre Alves
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.