Valorização e mercantilização da água

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.2403

Palavras-chave:

Riqueza; Água; Valorização; Mercantilização.

Resumo

Século XXI e as nações e corporações visam aumentar seu patrimônio através de políticas e medidas que nem sempre beneficiam a população ou o país como um todo em que atuam. Com o objetivo de mercantilizar bens, existe a necessidade de definir valores e preços para que mercadorias possam ser comercializadas pelo mundo. Através dessa prática que se dá início ao lucro e ao enriquecimento. Entretanto, não é possível comprar ou vender algo que não tenha seu valor pré-definido. Comercializar algo envolve primeiramente definir qual valor tal mercadoria possui. Um dos maiores desafios de comercialização tem sido em relação à mercantilização da água. Esse trabalho aborda o tema referente a evolução do comércio da água, as tentativas de dar valor e mercantilizá-la e o pouco conhecido mercado da água que persiste em capitalizar a água através do processo de valorização e mercantilização como se esse recurso natural fosse propriedade particular de uma pessoa, empresa, corporação ou até mesmo de um mesmo país. Nesse trabalho foi utilizada a revisão bibliográfica que consiste em reunir material já existente em artigos, livros, revistas, dentre outros com o objetivo de defender ou refutar uma ideia. Foi abordado o esforço que grandes corporações estão empenhando com o intuito de controlar a posse e distribuição de água que é um bem que deveria ser disponível a todos sem custos adicionais. Por fim é concluído que esse comércio já está bem estruturado e movimentando bilhões de dólares todos os anos, entretanto, de forma bem sutil passando despercebido pela população mundial.

Biografia do Autor

Ramon de Souza Ferreira, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Possui graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Presidente Antônio Carlos (2016), atual Faculdade Unica. Mestrando pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) com pesquisa em desenvolvimento de tecnologias para reutilização de resíduos voltada para a produção de biogás utilizando rejeitos industriais produzidos por uma indústria de celulose. Pós-graduado em Direito Ambiental e Sustentabilidade pela Faculdade Educacional da Lapa (FAEL) em 2019. Tem experiência na área de Ciências Ambientais, com ênfase em Engenharia Ambiental e Sanitária.

Referências

Aguilera KF (2002). Los mercados del agua en tenerife. Bilbao: Bakeaz.

Bakker K (2004). An uncooperative commodity privatizing water in england and wales. Oxford: Oxford University Press.

Bakker K (2010). Privatizing water. Governance Failure and the World’s Urban Water Crisis. Ithaca; London: Cornell University Press.

Barlow M & Clard T (2003). Ouro azul. São Paulo: M. Books.

Bauer CJ (2004). Siren song: chilean water law as a model for international reform. Washington DC: RFF Press.

Bissio B (2000). As soluções não se situam mais dentro da economia. Revista Ecologia e Desenvolvimento, 76.

Bjornlund H & Mckay J (2002). Aspects of water markets for developing countries: experiences from Australia, Chile, and the US. Environment and Development Economics, 7: 769-95. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/environment-and-development-economics/article/aspects-of-water-markets-for-developing-countries-experiences-from-australia-chile-and-the-us/FB217F07AF4E3C18D8FE9ABFBBE55AA7.

Boff L (2002). Do iceberg à arca de Noé: O nascimento de uma ética planetária. Rio de Janeiro: Garamond.

Bond P (2004). Water commodification and decommodification narratives: pricing and policy debates from Johannesburg to Kyoto to Cancun and back. Capitalism Nature Socialism, 15, p. 17-25. Disponível em: http://ccs.ukzn.ac.za/files/bondcnswater.pdf.

Carcanholo R & Nakatami P (1999). O capital especulativo parasitário: uma precisão teórica sobre o capital financeiro. Ensaios FEE, Porto Alegre, 20(1): 6.

Castree N (2003). Commodifying what nature? Progress in Human Geography, 27(1): 273-97. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1191/0309132503ph428oa.

Castro JE (2013). A água (ainda) não é uma mercadoria: aportes para o debate sobre a mercantilização da água. rev. UFMG, Belo Horizonte, 20(2): 190-221, jul./dez.

Castro JE (2008). Neoliberal water and sanitation policies as a failed development strategy: lessons from developing countries. Progress in Development Studies, 8: 63-83. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/146499340700800107.

Civic MA. (1998). A comparative analysis of the Israeli and Arab water law traditions and insights for modern water sharing agreement. Denver Journal of International Law and Policy, 26: 437-52. Disponível em: http://lawlib.wlu.edu/LJ/index.aspx?mainid=223.

Cohen BJ (1973). A questão do imperialismo: a economia política da dominação e da dependência. Rio de Janeiro: Zahar. p.113.

Dourojeanni A & Jouravlev A (1897). El codigo de aguas de chile: entre la ideología y la realidad. documento LC/R. Santiago de Chile: United Nations Economic Commission for Latin America and the Caribbean (ECLAC), 1999.

Galeano E (1994). As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Goddard M (2000). Of cabbages and kin: The value of an analytic distinction between gifts and commodities. Critique of Anthropology, 20(2):137-51. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0308275X0002000203.

Goldman M (Ed.). (1998). Privatizing nature: political struggles for the global commons. London: Pluto Press.

Goubert JP (1986). The conquest of water. the advent of health in the industrial age, Cambridge and Oxford: Polity Press and Basil Blackwell.

Gran P (1999). Islamic roots of capitalism. Egypt, 1760-1840. Cairo: The American University of Cairo Press.

Herz EG (1979). História del agua en buenos aires. buenos aires: Municipality of Buenos Aires.

Jaffe E (2006). Old world, high tech. Smithsonian Magazine, Dec. Disponível em: http://www. smithsonianmag.com/.

Júnior MR (2002). O desenvolvimento sustentável como política de recolonização para o capital. Texto apresentado no IV Encontro Nacional da ANPEGE, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, entre 23 a 26 de março de 2002.

Kaiser RA & Phillips LM (1998). Dividing the waters: water marketing as a conflict resolution strategy in the Edwards Aquifer Region. Natural Resources Journal, 38: 411-44.

Kucinski B. (1981). O que são multinacionais. São Paulo: Brasiliense.

Lapavitsas C (2004). Commodities and gifts: why commodities represent more than market relations. Science and Society, 68(1): 33-56.

Lênin VI (1987). O imperialismo: fase superior do capitalismo. São Paulo: Global.

Lewis L, Smith L (2007). Water whets the appetite of commodity traders with an eye to the next fortune. The Times, London, 19 Oct.. Disponível em: http://www.thetimes.co.uk/tto/business/industries/banking/article2155587.ece.

Llamas FR (1991). Abastecimiento de agua a la ciudad de México en el siglo XVI. In: Centro de Estudios Históricos de Obras Públicas y Urbanismo (CEHOPU) (Ed.). Antiguas Obras Hidraulicas en America. Madrid: Centro de Estudios Históricos de Obras Públicas y Urbanismo (CEHOPU). p. 189-200.

Macías HAM. (1990). Aproximación al proceso de privatización del agua en Canarias c. 1500-1879. In: Pérez Picazo MT, Lemeunier G. (Ed.). Agua y Modo de Produccion [Water and Mode of Production]. Barcelona: Editorial Crítica. p. 121-49.

Mallol FJ (1989). Alicante y el comercio de la nieve en la edad moderna. Alicante: Universidad de Alicante and Caja de Ahorros Provincial de Alicante.

Mccarthy J (2005). Commons as counterhegemonic projects. Capitalism Nature Socialism, 16(1): 9-24. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/1045575052000335348.

Mcdonald DA & Ruiters G (2004). The Age of Commodity: water privatization in southern africa. London; Sterling, VA: Earthscan.

Magdoff H Apud. Cohen BJ (1973). A questão do imperialismo: a economia política da dominação e da dependência. Rio de Janeiro: Zahar.

Marx K. Capital. (1974). A Critical Analysis of Capitalist Production. London: Lawrence and Wishart. v. 1.

Meinzen-Dick RS. (2000). Public, private and shared water: groundwater markets and access in Pakistan. In: Bruns BR (Ed.). Negotiating Water Rights. London: International Food Policy Research Institute. p. 245-68.

Moreira MS. (2018). Passivo Ambiental: O conceito em debate. Website INDG. Disponível em:

http://www.indg.com.br/iso14000/texto3.asp.

North DC & Thomas RP (1973). The rise of the western world: a new economic history. Cambridge: Cambridge University Press.

Petrella R (2003). A conquista da água. In: Le monde diplomatique. a disputa pelo ouro azul. São Paulo: Anita Garibaldi. p. 16-17.

Petrella R (2000). A nova conquista da água. Entrevista ao jornal francês Le Monde Diplomatique. Disponível em: http://diplo.uol.com.br/2000-02,a1672.

Ramos TJ (1997). Os Negros em Portugal - Uma presença silenciosa. Lisboa: Aminho.

Sadeque SZ (2000). Nature’s bounty or scarce commodity: competition and consensus over groundwater in rural Bangladesh. In: Bruns BR (Ed.). Negotiating Water Rights, London: International Food Policy Research Institute. p. 269-91.

Salzman J (2005). Thirst: a Short History of Drinking Water. Duke Law School Legal Studies Research Paper Series, n. 92. Durham, NC, Duke University, Duke Law School. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=869970.

Sant’anna DB (2007). Cidade das águas: usos de rios, córregos, bicas e chafarizes em São Paulo. São Paulo: SENAC.

Soares LC (1988). Os escravos de ganho no Rio de Janeiro do século XIX. Revista Brasileira de História, 16, p. 107-42. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=01020188&nrm=iso&rep=&lng=pt.

Strang V (2005). Common senses: water, sensory experience and the generation of meaning. Journal of Material Culture, 10(1): 92-120. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/249632227_Common_Senses_Water_Sensory_Experience_and_the_Generation_of_Meaning.

Strang V (2004). The meaning of water. Oxford; New York: Berg.

Swyngedouw E (2005). Dispossessing H2O: the contested terrain of water privatization. Capitalism Nature Socialism, 16(1):8-98. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/1045575052000335384?journalCode=rcns20.

United Nations Educational Scientific and Cultural Organization (UNESCO) – World Water Assessment Programme (WWAP). (2006). Water, a Shared Responsibility. The United Nations World Water Report 2. Paris; New York: UNESCO; Berghahn Books. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001454/145405E.pdf.

Urs K & Whitell R (2009). Resisting Reform? Water Profits and Democracy. New Delhi; Thousand Oaks CA; London; Singapore: Sage.

Vending Machine Business. (2009). History of vending machine. Disponível em: http://www.1st-vending-machine-business.com/history.html. Acesso em: 20 de Janeiro de 2018.

Weber M (1946). Science as a vocation. In: Gerth HH, Mills CW (Ed.). From Max Weber: Essays in Sociology. Oxford: Oxford University Press. p. 129-56.

Wolf A (20000029. Indigenous approaches to water conflict negotiations and implications for international waters. International Negotiation, 5, p. 357-73.

Downloads

Publicado

01/06/2020

Como Citar

FERREIRA, R. de S. Valorização e mercantilização da água. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e682972403, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.2403. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2403. Acesso em: 11 jun. 2025.

Edição

Seção

Artigos de Revisão