Narguilé: consumo e conhecimento entre acadêmicos de Odontologia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24805Palavras-chave:
Fumar Cachimbo de Água; Cachimbo de água; Tabagismo.Resumo
O consumo de tabaco através narguilé pela população jovem aumentou nos últimos anos no Brasil. Neste estudo, buscou-se identificar a prevalência do consumo e o perfil dos usuários de narguilé entre os acadêmicos de Odontologia. Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, realizada por meio de questionários autoaplicáveis abordando o hábito de fumar e conhecimento sobre narguilé. Concordaram em participar do estudo 160 acadêmicos matriculados no curso de Odontologia da Universidade Estadual do Paraná (UNIOESTE), no ano de 2016. De acordo com os dados coletados, 69% (n=111) dos acadêmicos entrevistados já haviam experimentado o narguilé, sendo que 59% (n=66) desses iniciaram o uso na faixa etária entre 17 e 19 anos e 41% (n=45) entre 20 e 24 anos. Para 45% (n=50) dos participantes deste estudo, a curiosidade foi responsável pelo contato com o narguilé, e para 23% (n=25) estar na universidade propiciou o uso dessa substância. A influência dos amigos motivou 77% a experimentar o narguilé e a associação desse tipo de tabaco com drogas ilícitas foi relatado por 8% (9/111) dos usuários. Em relação aos conhecimentos dos acadêmicos sobre o assunto, 52% (n=83) acreditam que a fumaça do cigarro possui mais substâncias tóxicas quando comparada com o narguilé. Assim, os achados enfatizam a necessidade de investigar e desenvolver melhores formas de conscientizar os acadêmicos acerca dos componentes encontrados ou produzidos por esse tipo de fumo e das doenças associadas a essa prática.
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