Fatores que interferem na adesão ao tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24861Palavras-chave:
Diabetes Mellitus tipo 2; Autocuidado; Atividade física.Resumo
Objetivo: Este estudo buscou identificar e definir quais os fatores que interferem na adesão às atividades de autocuidado com o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Métodos: Participaram deste estudo 103 adultos, ambos os sexos, com diagnóstico de DM2, que foram avaliados através de questionário socioeconômico, Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes (QAD) e Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). O estudo foi realizado no município de Três Corações-MG, no período de agosto de 2018 a outubro de 2019. Resultados: No questionário QAD a atividade com maior adesão foi relacionada à ingestão de medicamentos (6,52 dias ±1,52) e a menor adesão foi a atividade relacionada à prática de exercícios físicos específicos (1,29 dias ±2,11). O questionário IPAQ determinou que 66,0% dos participantes atingiram as recomendações de atividade física da Associação Americana de Diabetes. Identificando os fatores que interferem na adesão às atividades de autocuidado com DM2 e à recomendação de atividade física, foram encontrados através da análise de cluster, que o baixo grau de escolaridade (p<0,001) e baixos índices de hemoglobina glicada (p=0,032) foram significativos na discriminação dos agrupamentos quando se considerou as variáveis de não adesão às atividades de autocuidado. O grau de escolaridade (p<0,001), por sua vez, foi fator significativo na discriminação, considerando as variáveis de não adesão às recomendações de atividade física. Conclusão: Foi possível demostrar que fatores sociais e clínicos podem influenciar na adesão ao tratamento dos pacientes diagnosticados com DM2.
Referências
American Diabetes Association. (2019). Diabetes Care: Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care. Virgínia.
Ausili, D., Bulgheroni, M., Ballatore, P., Specchia, C., Ajdini, A., Bezze, S., Di Mauro, S., & Genovese, S. (2017). Self-care, quality of life and clinical outcomes of type 2 diabetes patients: an observational cross-sectional study. Acta Diabetologica, 54 (11), 1001-1008.
Borba, A. K. O. T., Marques, A. P. O., Ramos, V. P., Leal, M. C. C., Arruda, I. K. G., & Ramos, R. S. R. S. (2018). Fatores associados à adesão terapêutica em idosos diabéticos assistidos na atenção primária de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 23 (3), 953-961.
Gibicoski, F. S., Moreschi, C., Rodrigues, S. O., Silva, S. O., Tolfo, A. P. D., & Busnelo, E. D. S. (2020). Adesão de atividades de autocuidado de usuários com diabetes atendidos na atenção primária. Research, Society and Development, 9 (5), e20952977.
Gomides, D. S., Villas-Boas, L. C. G., Coelho, A. C. M., & Pace, A. E. (2013). Autocuidado das pessoas com diabetes mellitus que possuem complicações em membros inferiores. Acta Paulista de Enfermagem, 26 (3), 289-293.
Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística. Índice de desenvolvimento humano. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística
International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas: Ninth edition 2019. (2019). Brussels: International Diabetes Federation.
Jannoo, Z., & Khan, N. M. (2018). Summary of Diabetes Self-care Activities: A confirmatory factor analytic approach. Primary Care Diabetes, 12 (5), 425-431.
Kassahun, T., Gesesew, H., Mwanri, L., & Eshetie, T. (2016). Diabetes related knowledge, self-care behaviours and adherence to medications among diabetic patients in Southwest Ethiopia: a cross-sectional survey. BMC Endocrine Disorders, 16 (1), 28.
Lu, Y., XU, J., Zhao, W., & Han, H. (2016). Measuring Self-Care in Persons With Type 2 Diabetes: A Systematic Review. Evaluation and the Health Professions, 39(2), 131-184.
Marinho, F. S., Moram, C. B. M., Rodrigues, P. C., Leite, N. C., Salles, G. F., & Cardoso, C. R. L. (2018). Treatment Adherence and Its Associated Factors in Patients with Type 2 Diabetes: Results from the Rio de Janeiro Type 2 Diabetes Cohort Study. Journal of Diabetes Research, (8970196), 1-8.
Matsudo, S., Araújo, T., Matsudo, V., Andrade, D., Andrade, E., Oliveira, L. C., & Braggion, G. (2001). Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 6 (2), 5-18.
Michels, M. J., Coral, M. H. C., Sakae, T. M., Damas, T. B., & Furlanetto, L. M. (2010). Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes: tradução, adaptação e avaliação das propriedades psicométricas. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 54(7), 644-651.
Nolan R C, Raynor, A. J., Berry, N. M., & May, E. J. (2016). Self-reported physical activity using the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) in Australian adults with type 2 Diabetes, with and without peripheral neuropathy. Canadian Diabetes Association, 40 (6), 576-579.
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria/RS: UAB/NTE/UFSM.
Pereira, P. F., Santos, J. C., Cortez, D. N., Reis, I. A., & Torres, H. C. (2021). Avaliação das estratégias de educação em grupo e intervenção telefônica para o diabetes tipo 2. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 55, e03746.
Simpson, S. H., Lin, M., & Eurich, D. T. (2016). Medication Adherence Affects Risk of New Diabetes Complications: A Cohort Study. Annals of Pharmacotherapy, 50 (9), 741-746.
Sociedade Brasileira De Diabetes. (2019). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo: Editora Clannad.
Van De Velden, M., D’enza, A. I., & Palumbo, F. (2017). Cluster Correspondence Analysis. Psycometrika, 82 (1), 158-185.
World Health Organization. (2003). Adherence to long-term therapies: evidence for action. Geneva: World Health Organization.
World Health Organization. (2016). Global report on diabetes. Geneva: World Health Organization.
World Health Organization. (2019). Classification of diabetes mellitus. Geneva: World Health Organization.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Patricia Tavares dos Santos; Rafaela Côrrea Pereira; Priscila Missaki Nakamura; Rodrigo Ferreira de Moura

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.