Panorama epidemiológico da Hanseníase, doença tropical negligenciada que assola o nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24884Palavras-chave:
Doenças Negligenciadas; Hanseníase; Brasil; Epidemiologia.Resumo
As doenças negligenciadas constituem um conjunto de doenças que não só prevalecem em condições de pobreza mas contribuem para a manutenção da desigualdade do país. O objetivo foi apresentar dados epidemiológicos sobre a hanseníase no Nordeste Brasileiro, tratando de questões determinantes da doença na região, tais como sexo, escolaridade e outros; de forma a auxiliar o aprimoramento e planejamento das estratégias de combate à disseminação da infeção no Brasil. Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, quantitativo e descritivo dos casos confirmados e notificados de hanseníase na região Nordeste brasileira, no período de 2011 a 2020. A análise dos dados disponíveis no sistema TABNET/DATASUS no período de 2011 a 2020 foram confirmados e notificados 121.606 novos casos de hanseníase na região Nordeste do Brasil, sendo a região com maior número de casos do país. O número de hanseníase na região Nordeste foi de 285.570 casos, verificou-se que tal região é responsável por quase metade do total de casos da doença no Brasil (43%). Apesar de ações desenvolvidas com o intuito de minimizar a hanseníase como problema de saúde pública no país, a distribuição desigual desta doença que persiste e demonstra uma realidade de falta de equidade no Sistema de Saúde Nacional. É notório a necessidade de programas voltados para a assistência em saúde e orientação da população quanto a essa infecção negligenciada e cercada de discriminação.
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