Resistência bacteriana pelo uso indiscriminado da azitromicina frente a Covid-19: uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25035

Palavras-chave:

Resistência bacteriana; Antimicrobianos; Covid-19; Azitromicina.

Resumo

Recentemente uma doença causada por um novo corona vírus, o sars-cov2, foi descrita como Covid-19, e se espalhou obtendo o caráter pandêmico, espalhou-se a disseminação viral e consequente elevação no número de mortes em todo o mundo, houve uma crescente ascensão na divulgação de notícias origem profilática, notou-se um crescimento na curva de automedicação por indivíduos, em grande parte, influenciados por notícias falsas disponibilizadas em mídias sociais e em debates sem embasamento científico. Neste sentido, um fármaco que se evidencia é a Azitromicina, um antibiótico do tipo azalida, que foi amplamente prescrita e utilizada em larga escala pela população em geral. Ao utilizar a Azitromicina pelo seu efeito imunomodulador dentro de uma patologia que é essencialmente viral, abre-se as portas para o aumento da resistência bacteriana à essa medicação e sua classe medicamentosa. Há plausibilidade para afirmar que o uso indiscriminado desse antibiótico, independentemente de sua função buscada, aumenta a possibilidade de seleção de bactérias resistentes. Objetivo: Para tanto, objetivou-se descrever a resistência bacteriana pelo uso indiscriminado da Azitromicina frente a Covid-19. Material e Método: Tratou-se de uma revisão integrativa de literatura junto às bases de dados LILACS, PUBMED/MEDELINE e SCIELO, entre 2019 e 2021. Identificaram-se 75 artigos, sendo 10 utilizados na elaboração do trabalho. Resultados mostram que a automedicação durante este período pandêmico, enfatizando o uso indiscriminado da azitromicina, além de ressaltar os fatores que contribuem para tal prática que corroboram para o aumento da resistência bacteriana. Fatores como erros nas indicações médicas, automedicação por parte da população e uma fiscalização ineficaz na venda dos antimicrobianos, em farmácias e drogarias, onde se concentram estes medicamentos, colaboram para a multirresistência bacteriana. Conclusão: É necessário orientar e esclarecer, tanto profissionais da saúde como a população, sobre a resistência bacteriana, assim como a indicação e utilização correta e eficaz dos antibióticos contra as doenças infecciosas.

Referências

Almeida, F. B., Cabral, S. A. A. O., Alencar, M. C. B., Figueiredo, C. H. A., Silveira, D. C., & Farias, W. K. A. (2010). Atenção farmacêutica em análises da dispensação de antimicrobianos em farmácia. Revista Brasileira de Educação e Saúde. 5(4),23-29. doi.org/10.51891/rease. v7i8.1984.

Adam, A. M. A., Saad, H. A., Alsuhaibani, A. M., Refat, M. S., & Hegab, M. S. (2021). Química de transferência de carga da azitromicina, o antibiótico usado mundialmente para tratar a doença do coronavírus (Covid-19). Parte III: Um protocolo verde para síntese fácil de complexos com aceitadores TCNQ, DDQ e TFQ., Jornal de moléculas líquidas, Elsevier.355(1), 1-12.

Berson, L. R. S. (2020). ZitromaxIV azitromicinadi-hidratada. Wyeth Indústria Farmacêutica Ltda.7(80)1-5 21. doi.org/10.51891/rease. v7i8.1984.

Baptista, M. G. F. M. (2013). Mecanismos de Resistência aos Antibióticos,monografia (Dissertação de Mestrado) Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Lisboa. 42.

Braz., H.., et al. (2020). Estudo in silico da azitromicina, cloroquina e hidroxicloroquina e seus potenciais mecanismos de ação contra a infecção por SARS-CoV-2.7(6), 56547-56556. 10.34117/bjdv7n6-18

Blair, J. M. et, al. (2017). Molecular Mechanisms of Antibiotic Resistance. Nature. 13(2), 42- 51. 10.18468/estcien. 2017v7n2.p45-57.

Bosseboeuf, E., Aubry, M., Nhan, T., Pina, J. J., Rolain, J. M., Raoul, T. D. et al. (2018).Azithromycin Inhibits the Replication of Zika Virus. J Antivir Antiretrovir. 10(6) 6-11. 10.4172/1948-5964.1000173.

Colson, P., et, al. Chloroquine and hydroxychloroquine as available weapons to fight Covid-19. Int J Antimicrob Agents. 55(4),105-932.

Costa., Anderson Luiz., Silva Junior., Antonio Carlos Souza. (2016) Resistência bacteriana aos antibióticos e Saúde Pública: uma breve revisão de literatura. Estação Científica (UNIFAP), Macapá. 7(2),45-57.

Calderón, J. L. M., Márquez, F. C. L., & Flores. (2018). PR.Azitromicina como tratamento contra Chlamydia trachomatis?Centro de Pesquisa Biomédica – Mexico. 154 (6), 689-69.

Davidson, R.J. (2019) In vitro activity and pharmacodynamic/pharmacokinetic parameters of clarithromycin and azithromycin: why they matter in the treatment of respiratory tract infections. Infect Drug Resist. 12:585.

Ferracini, F. T., Filho, W. M. B., & Almeida, S.M. (2014) Atenção à Prescrição Médica, Atheneu.P.53

Fuchs, F. D.; & Wannmacher, L. (2010). Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica racional. (4a ed.), Guanabara Koogan.P 55.

Fantini, J., Chahinian, H., Yahi, N. (2020) .Synergistic antiviral effect of hydroxychloroquine and azithromycin in combination against SARS-CoV-2: what molecular dynamics studies of virus-host interactions reveal. International Journal of Antimicrobial Agents. 7(6), 56547-56556. 10.34117/bjdv7n6-18

Guimarães, D. O., Momesso, L. S., Pupo, M. T. (2010). Antibióticos: Importância Terapêutica e Perspectivas para a Descoberta de Novos Agentes. Química Nova. 33(30), 667- 679. 10.18468/estcien. 2017v7n2.p45-57.

Gautret, et al. (2020) Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of Covid19: results of an open-label non-randomized clinical trial. Ed.1, P.105 949.

Holmes, A. H., Moore, L. S., Sundsfjord, A., Steinbakk, M., Regmi, S., Karkey, A., et, al. (2016). Understanding the mechanisms and drivers of antimicrobial resistance. Lancet. 387(10014),176-87.

Iriarte, D. F. (2020) Resistência bacteriana aosmacrolídeos: um olhar sobre a azitromicina.monografia, SãoCartos:Universidade Federal de São Carlos.7(8),19-84. doi.org/10.51891/rease. v7i8.1984.

Júnior, A. M. (2019). Multirresistência a antibióticos em hospitais. ScireSalutis. 9(2), 1-8.

Kelleni, M. (2020). Nitazoxanide/Azithromycin combination for Covid-19: A suggested new protocol for Covid-19 early management. Pharmacological Research, 157(2) 104-874.

Michael, J., et al. (2014). Azithromycin: Mechanisms of action and their relevance for clinical applications, Pharmacology & Therapeutics.143(2),225-245.

Meireles, M. A. O. M. (2008). Uso de Antimicrobianos e Resistência Bacteriana: Aspectos Socioeconômicos e Comportamentais e seu Impacto Clínico e Ecológico. 7(2) ,47. 10.18468/estcien.

Marquioti, C. M. J., Lanes, L. C., & Castro, G. F. P. (2015). Uso irracional de antibióticos na infância: contribuição do profi ssional farmacêutico para a promoção da saúde. Rev transformar. [citado em 20 fev. 2016]. 13(3),39-77.

Moreno, K. M. M. (2013). Carbapenêmicos: tipos y mecanismos de resistência bacterianos. Rev Med Costa Rica y Centroamericana. 608(8), 599-605.

Neto, I. F. S., Ricardino, I. E. F., Souza, M. N. C., & Mendes, R. C., (2020) Alvos moleculares dos Fármacos no tratamento da Covid-19. Cadernos de prospecção – Salvador. 13(5), 1251-1271.

Oliveira, A. C., & Silva, R. S. (2008). Desafios do Cuidar em Saúde Frente à Resistência Bacteriana: Uma Revisão. Revista Eletrônica de Enfermagem. 1(10), 189-197.

Opa-Oms., Anvisa. (2007). Medidas de prevenção e controle da resistência Microbiana e programa de uso racional de antimicrobianos em serviços de saúde – RM controle.

Opal, S. M., & Pop-Vicas, A. (2015). Molecular mechanisms of antibiotic resistance in bacteria. In: Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases / [editedby] John E. Bennett, Raphael Dolin, Martin J. Blaser. – Eighth edition. Philadelphia: Elsevier. 234-251.

Oliveira,R & Aires ,T.(2016). Resistência aos antibacterianos. Artigo de revisão Gazeta Médica. 3(2), 14-21.

Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria: UAB/NTE/UFSM.9(9). http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7245

Pani, A., Lauriola, M., Romandini, A., & Scaglione, F. (2020). Macrolídeos e infecções virais: enfoque na azitromicina na patologia de Covid-19., Jornal internacional de agentes antimicrobianos.56(2), 1-18.

Rang, H. P., & Dale, M. M. (2016). Editora Elsevier, 8aedição, 2016. Farmacologia Clínica. Fuchs, F.D.; Wannmacher, L. Editora Guanabara Koogan.4°ed, P55.

Uzunian, A. (2020). Coronavirus SARS-CoV-2 and Covid-19. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 56(4).

Vieira, P. N, & Vieira, S. L. V. (2017). Uso irracional e resistência a antibióticos em hospitais. Arquivos de ciências e da saúde da UNIPAR. 21(3), 209-212.

Wong, A. (2020). Covid-19 e toxidade de tratamentos potenciais: panaceia ou veneno. EMA Medicina de Emergência Australasia. 32(1), 697-699.

Wang, X. et, al. (2020). Nosocomial outbreak of Covid-19 pneumonia in Wuhan, China. European Respiratory Journal. 55(60).

Ye, Q., Wang, B., & Mao, J. (2020). The pathogenesis and treatment of theCytokineStorm'in Covid-19. Journal of infection, 80(6), 607-13.

Downloads

Publicado

07/01/2022

Como Citar

FREIRES, M. S. .; RODRIGUES JUNIOR, O. M. . Resistência bacteriana pelo uso indiscriminado da azitromicina frente a Covid-19: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e31611125035, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i1.25035. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25035. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde