Por uma outra comunicação? A mídia livre e a busca pela efetivação dos Direitos Humanos – Uma Análise de Discursos do coletivo brasileiro Intervozes
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.25167Palavras-chave:
Mídia livre; Direitos Humanos; Análise de Discursos; Intervozes.Resumo
Pesquisa feita em 2017 intitulada Monitor de Propriedade de Mídia (MOM) e organizada pela Repórteres Sem Fronteiras mostra que o Brasil apresenta os piores indicadores para a pluralidade na mídia entre 12 países em desenvolvimento. Quatro das principais redes de TV brasileiras somam mais de 71% de toda a audiência do país. Em contramão a estes conglomerados midiáticos existe o conceito de mídia livre caracterizada por ser uma mídia alternativa aos modelos de comunicação oligárquicos que compõem o cenário midiático brasileiro. Diante deste contexto o presente artigo tem como objetivo analisar os discursos que o coletivo brasileiro Intervozes faz sobre si mesmo ao se denominar como uma mídia livre e democrática. O corpus deste estudo compreende quatro textos do site oficial do Intervozes a saber: Quem somos, Carta de Princípios, Áreas de Atuação Direitos Humanos e Comunicação Pública e Popular. Ancorados sobre o pressuposto teórico metodológico da Análise do Discurso (AD) que entende que todo discurso é uma construção social com o intuito de gerar sentidos, este estudo recorre aos teóricos Benetti (2008), Ferreira (2010), Foucault (1995), Orlandi (1999), Paulillo (1997), Pinto (2002), entre outros, para abordar sobre condições de produção e formação discursiva. Também abordamos sobre comunicação e democracia a partir da visão de Chauí (2018), Kucinsky (2003), Vilela (2018) e outros. Os resultados apontam para um discurso com caráter auto afirmativo no sentido que o Intervozes se entende como um agente transformador enquanto novo meio de comunicação e deseja reforçar no leitor esse sentido.
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