Coleta e separação de materiais recicláveis potencialidades e limitações de associações de catadores
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25260Palavras-chave:
Segregadores de resíduos sólidos; Coleta seletiva; Contaminação; Associações de catadores.Resumo
Esta pesquisa teve por objetivo descrever as potencialidades e limitações de 14 associações de catadores de materiais recicláveis e sua inclusão na coleta seletiva da cidade de Chapecó-SC. Para isso realizou-se um estudo qualiquantitativo. A coleta das informações ocorreu por meio de um questionário semiestruturado no período entre outubro e novembro de 2020. As análises foram realizadas a partir da técnica de categorização dos conteúdos. Foram entrevistados 14 profissionais de associações de materiais recicláveis. Com base nos resultados obtidos aponta-se como principal potencialidade a constituição jurídica do Regimento Interno e Estatuto Social de Constituição de Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, a construção de novos barracões e as cargas de material reciclável recebidas diariamente pelas associações. Observou-se como limitação no processo da coleta seletiva a mistura do lixo orgânico com reciclável comprometendo a geração de renda e o não uso ou uso inadequado dos equipamentos de proteção individual. Todos os atores entrevistados necessitam de maiores informações, capacitações e apoio dos gestores públicos para melhorar as condições, gestão, renda e vida.
Referências
Abreu, M. (2001). Do lixo à Cidadania: Estratégias para a Ação. Brasília. Caixa.
Alencar, M. C. B.; Cardoso, C. C. O. & Antunes, M. C. (2009) Condições de trabalho e sintomas relacionados à saúde de catadores e catadoras de materiais recicláveis em Curitiba. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 20, n. 1, p. 36-42.
Alves, F. F. de A., Lehfeld, L. de S., & Contin, A. C. (2021). Políticas públicas e gestão de resíduos sólidos: educação ambiental a partir de estudo de caso em Poços de Caldas/MG. Revista Interfaces da Educação, 12(35), 659–685.
Aquino, I. F.; Castilho Júnior, A. B & Pires, T. S. L. (2009). A organização em rede dos catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva reversa de pós-consumo da região da grande Florianópolis: uma alternativa de agregação de valor. Revista Gestão da Produção, v. 16, n. 1, p. 15-24.
Aragão Neto, F. A.; Gomes, A. V. M. (2016). Dignidade humana, desenvolvimento e o
trabalho dos catadores de resíduos sólidos. Revista Direito e Desenvolvimento, João Pessoa, v. 7,n. 2, p. 189-207.
Barros, V. A.; Pinto, J. B. M. (2008). Reciclagem, trabalho e cidadania. In: Kemp, V. H.; Crivellari, H. M. T. (org.). Catadores da Cena Urbana, construção de políticas socioambientais. Belo Horizonte: Autêntica, p. 65-82.
Botello-Álvarez, J. E., Rivas-García, P., Fausto-Castro, L., Estrada-Baltazar, A., & Gomez-Gonzalez, R. (2018). Informal collection, recycling and export of valuable waste as transcendent factor in the municipal solid waste management: A Latin – American reality. Journal of Cleaner Production. 182 (1), 485 – 495.
Boaventura, S. S. (2007). La reinvención del Estado y el Estado plurinacional. Bolívia: Cenda.
Brasil. (2015). Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupação-CBO. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2021/fevereiro/05/Boletimepidemiolo gico-SVS-05.pdf
Cardoso, U. C. (2014a). Associação: Série Empreendimentos Coletivos. Brasília, DF: Sebrae www.sebraesp.com.br/arquivos_site/biblioteca/guias_cartilhas/empreendimentos_coletivos_associacao.pdf. Acesso em: 06 dez. 2019.
Cardoso, U. C. (2014b). Cooperativa: Série Empreendimentos Coletivos. Brasília, DF: Sebrae. http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/biblioteca/guias_cartilhas/empreendimentos_coletivos_cooperativa.pdf. Acesso em: 06 dez. 2019.
CARRANÇA, T. (2019). Crise multiplica catadores, mas reduz o lixo. Valor Econômi-co. São Paulo, 10 maio, 2019. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/05/10/crise-multiplica-catadores-mas-reduz-o-lixo.ghtml. Acesso em: 18 nov. 2021.
Cerqueira Streit, J. A. (2013). Estudo das oportunidades propiciadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos: o caso das cooperativas de catadores de materiais recicláveis do DF. Brasília – DF, 2013. 89f. Monografia (Bacharelado em Administração) – Universidade de Brasília, Brasília.
Chapecó. Lei n. 5.493, de 19 de dezembro de 2008. Cria o Programa de Redução gradativa do número de veículos de tração animal, no Município de Chapecó. Chapecó, SC.
Chapecó (2021). Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.ibere.org.br/anexos/325/2940/minuta-do-pgirs-chapeco769-pdf. Acesso em: 01 mar. 2021.
Cruviel, V. R. N. et al. (2020a). Condições de saúde e ocupacionais riscos em um novo grupo: catadores no maior lixão a céu aberto da América Latina. BMC Public Saúde.
Cruviel, V. R. N. et al. (2020b). Doenças transmitidas por vetores em catadores em Brasília Brasil. Waste Manage, v. 105, p. 223-232,
Fernandes, M. S. S.; Costa, B. A. L. & Souza, N. D. (2020). Coleta seletiva e as associações de catadores(as) de materiais recicláveis de Viçosa (Minas Gerais): do “lixão” ao Fórum Municipal Lixo e Cidadania. Revista Brasileira de Meio Ambiente. v. 8, n. 4, p. 196-211.
Ferreira, J. A.; Anjos L. A. (2001). Aspectos de saúde coletiva e ocupacional associados à gestão de resíduos sólidos municipais. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 3, p. 689-696.
Fuzzi, R. F.; Leal, A. C. (2019). Cooperativas de materiais recicláveis organizadas em rede: Rede Cataoeste. Revista Formação (Online), v. 25, n. 45.
Fuzzi, F. R. (2016). Organização de cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis em rede: um estudo de caso da Rede Cataoeste com polo em Assis – São Paulo – Brasil. 2016. 257 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente.
Gomes, F. L. A.; Faria, M. F.; Silva, A. B. (2012). Cata a dor e Colhe Esperança: O papel das Cooperativas e Associações de Materiais Recicláveis nas Condições de Trabalho e da Vida dos Catadores de Materiais Recicláveis. São Paulo: Enapegs. Disponível em: http://anaisenapegs.com.br/2012/dmdocuments/261.pdf. Acesso em: 06 dez. 2019.
Guadagnin, F. et al. (2018). Compartimentação morfoestrutural da Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim, sul do estado do Espírito Santo. Geologia USP. Série Científica, [S. l.], v. 18, n. 2, p. 57-70.
IPEA. (2013). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. A crise financeira e os catadores de materiais recicláveis.
IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (2020). Diagnóstico sobre catadores de resíduos sólidos. Relatório de Pesquisa. Brasília, DF: IPEA.
Lahmann, D. F. P., Borges, T. J, Fonseca, L. R., Magalhães, S. R. S., Silva, S. W. ., Silva, M. R. ., Fávaro, L. C. ., & Pereira, G. M. . (2021). Os desafios e benefícios do trabalho realizado por uma associação de catadores. Research, Society and Development, 10(14), e127101421688. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i14.21688
Lima, L. C.; Meneses, I. A. (2017). Caracterização dos resíduos de um equipamento transmissor de TV analógica e sua viabilidade econômica para reciclagem. Anais do Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 5.
Lutinski, J. A.; Souza, M. F. (2009). Avaliação do sistema de coleta de resíduos recicláveis realizado por catadores e suas implicações sociais, econômicas, ambientais e sanitárias na cidade de Chapecó - SC. 56 p. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental e Energias Alternativas) – Faculdades Alternativas Santo Augusto, Chapecó.
Maciel, R. H. et al. (2011). Precariedade do trabalho e da vida de catadores de recicláveis em Fortaleza. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 63, p. 71-82.
Magalhães, B. J. (2012). Liminaridade e exclusão: os catadores de materiais recicláveis e suas relações com a sociedade brasileira. 131 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Minayo, M. C. S. (2014). O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec.
Moura, S. R. S. de; Vieira, R. (2020). Integração dos serviços de saúde pública na gestão de riscos de desastres naturais: Revista Sociedade e Território, v. 31, n. 2, p. 49-72.
Movimento Nacional Dos Catadores De Materiais Recicláveis. (2019). Home. http://www.mncr.org.br/. Acesso em: 27 fev. 2020.
Nascimento Neto, J. A. N.; Moraes, P. D. (2019). Avaliação de riscos aos catadores da associação de catadores de resíduos do município de João Pessoa, Paraíba. Fórum Internacional de Resíduos Sólidos. Gestão Ambiental.
Oliveira, L. D. (2011). A geopolítica do desenvolvimento sustentável: um estudo sobre a Conferência do Rio de Janeiro (Rio-92). 267 p. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas.
Pardo Martínez, C. & Piña, W. (2017) Solid waste managementin Bogotá: the role of recycling associations as investigated through SWOT analysis. Environment, Development & Sustainability.19 (1), 1067-1086.
Pinhel, J. (2013). Catador de Resíduos Recicláveis: um perfil profissional em construção. In: ZANIN, Maria; GUTIERREZ, Rafaela Francisconi (org.). Cooperativas de Catadores: reflexos sobre práticas. Clara Luz, p. 53-101.
Queiroz, P. C. D. (2010). O plano de gerenciamento do resíduo sólido urbano como ferramenta de implantação do programa Lixo Zero em Araguari MG. 2010. 356 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.
Ramos, J. (2015). Limitações na responsabilidade socioambiental no agronegócio do oeste baiano. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade – Geosul, v. 4, n. 1.
Rode, G. F. (2015). Limites e potencialidades para a organização coletiva de catadores de materiais recicláveis no município de Laranjeiras do Sul/ PR. 129 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Econômicas) – Universidade Federal Fronteira Sul.
Santos, M. C. L. (2011). Resíduos Sólidos Urbanos e seus Impactos Socioambientais. São Paulo: IEE-USP.
Santos, A. A. et al. (2019). Segurança no trabalho de catadores de reciclados. Work safety of recyclers. Brazilian Journal of Business, v. 1, n. 2, p. 698-710.
Silva, M. C. (2006). Trabalho e saúde dos catadores de materiais recicláveis em uma cidade do sul do Brasil. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, n. 49, p. 327-336.
Silva, M. S. F. (2013). Resíduos Sólidos Domiciliares e os múltiplos desafios ao seu gerenciamento. São Cristóvão: Ed. UFS.
Silva, M. N.; Siqueira, V. L. (2017). Riscos Ocupacionais de Catadores de Materiais Recicláveis: ações em saúde e segurança do trabalho. Revista Acadêmica Oswaldo Cruz, v. 4, n. 14.
Slivinki, A.; Falvo, J. F.; Sato, N. K. (2011). Cooperativas de manejo de resíduos sólidos urbanos: apontamentos para uma política de geração de trabalho e de renda. Revista Associação Brasileira de Estudos do Trabalho, v. 11, n. 1, p. 98-113.
Tavares, I. A. F. (2009). Do lixo à reciclagem: uma visão sobre o trabalho dos catadores no município de Divinópolis. Dissertação (Mestrado em Educação, Cultura e Organizações Sociais) – Universidade do Estado de Minas Gerais, Divinópolis.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Josieli Agostini; Maria Assunta Busato
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.