Processo de trabalho de Agentes Comunitários e saúde mental: percepções de trabalhadores da saúde de um município do interior do Ceará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25520

Palavras-chave:

Saúde Mental; Saúde do Trabalhador; Agentes Comunitários de Saúde; Atenção Primária à Saúde.

Resumo

Introdução: O papel do agente comunitário de saúde na Atenção Primária é fundamental, pois o mesmo é o elo entre a comunidade e a equipe de saúde. No desenvolvimento das atividades laborais estes profissionais enfrentam muitos desafios, podendo gerar frustrações e desesperança, causando sofrimento psíquico. Objetivo: Compreender os fatores que geram sofrimento mental na rotina laboral dos agentes comunitários de saúde. Método: Pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas semiestruturadas realizadas entre o mês de agosto e setembro de 2020 com sete agentes comunitárias de saúde atuantes numa Unidade Básica de Saúde de Iguatu- Ceará. O material empírico gerado foi transcrito e analisado pela técnica de Análise de Conteúdo do tipo temática. Resultados: O contexto laboral gera sofrimento psíquico por ser permeado por pressões, cobranças, muitos impasses na microárea, acúmulo de trabalho e pelo desafio de ser moradora, trabalhadora e usuária dos serviços de saúde no mesmo território. Conclusão: É necessário o planejamento de ações para aperfeiçoar o processo de trabalho do agente comunitário de saúde, a fim de reduzir o sofrimento mental e melhorar qualidade de vida dessas trabalhadoras.

Biografia do Autor

Ana Carolina Souza Torres, Universidade Federal da Bahia

Graduada em Odontologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2011. Concluiu a Residência Multiprofissional em Saúde da Família na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-FIOCRUZ), em 2013. Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 2016. Doutoranda do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA).

Referências

Alcântara, M. A. de, & Assunção, A. Á. (2016). Influência da organização do trabalho sobre a prevalência de transtornos mentais comuns dos agentes comunitários de saúde de Belo Horizonte. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 41(0), 1–11.

Almeida, M. C. dos S., Baptista, P. C. P., & Silva, A. (2016). Cargas de trabalho e processo de desgaste em Agentes Comunitários de Saúde. Revista Da Escola de Enfermagem, 50(1), 95–103.

Amarante, P. (2007). Saúde mental, territórios e fronteiras. Fiocruz.

Andrade, C. C. B., Paschoalin, H. C., Sousa, A. I., Greco, R. M., & Almeida, G. B. S. (2018). Agentes comunitários de saúde: perfil sociodemográfico, condições laborais e hábitos de vida. Revista de Enfermagem UFPE on Line, 12(6), 1648.

Araujo, E. F. dos S., Paz, E. P. A., Ghelman, L. G., Mauro, M. Y. C., Donato, M., & Farias, S. N. P. de. (2018). Os agentes comunitários de saúde nas práticas educativas: potencialidades e fragilidades. Revista Enfermagem UERJ, 26, e18425.

Bezerra, Y. R. do N., & Feitosa, M. Z. de S. (2018). A afetividade do agente comunitário de saúde no território: Um estudo com os mapas afetivos. Ciencia e Saude Coletiva, 23(3), 813–822.

Brasil (2016) Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Diário Oficial da União.

Brasil (2012) Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União.

Brasil (2002) Lei no 10.507, de julho de 2002. Diário Oficial da União.

Brasil (2006) Lei nº 11.350 de 05 de outubro de 2006. Diário Oficial da União.

Chuengue, A. P. G., & Franco, T. B. (2018). O reconhecer e o lidar dos agentes comunitários de saúde diante da bioética: entre a ética do cuidado e os poderes disciplinares. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 28(4), 1–18.

Cremonese, G. R, Motta, R. F, & Traesel, E. (2013). Implicações do trabalho na saúde mental dos Agentes Comunitários de Saúde. Cadernos de Psicologia Social Do Trabalho, 16(2), 279–293.

Dejours, C. (1987). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. Cortez Editora, (5a ed.), 1–168.

Dejours, C. (1994). Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. Atlas.

Dejours, C. (1993). Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. Atlas.

Fernandes, G. A. B., Coelho, A. da C. O., Paschoalin, H. C., Sarquis, L. M. M., & Greco, R. M. (2018). Demandas Psicológicas, Controle E Apoio Social No Trabalho De Agentes Comunitários De Saúde. Cogitare Enfermagem, 23(4).

Filho, N. D. A., Coelho, M. T. Á., & Peres, M. F. T. (1999). O conceito de saúde mental. Revista USP, 0(43), 100.

Foucault, M. (2004). Ética, sexualidade e política (Ditos e Escritos, V). Forense Universitária.

Franco, T. B., & Hubner, L. C. M. (2019). Clínica, cuidado e subjetividade: afinal, de que cuidado estamos falando? Saúde Em Debate, 43(spe6), 93–103.

Guanaes-Lorenzi, C., & Pinheiro, R. L. (2016). A (des)valorizeção do agente comunitário de saúde na Estratégia Saúde da Família. Ciencia e Saude Coletiva, 21(8), 2537–2546.

Lopes, D.M.Q, Filho, W.D.L, Beck, C.L.C, Coelho, A. P. . (2018). Cargas De Trabalho Do Agente Comunitário De Saúde: Pesquisa E Assistência Na Perspectiva Convergente-Assistencial. Texto & Contexto - Enfermagem, 27(4), 1–10.

Menegussi, J.M, Ogata, M.N, Rosalini, M. H. . (2014). O Agente Comunitário De Saúde Como Morador, Trabalhador E Usuário Em São Carlos,São Paulo. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, 12(1), 87–106.

Moreira, I. J. B., Horta, J. A., Duro, L. N., Borges, D. T., Cristofari, A. B., Chaves, J., Bassani, D. C. H., Cerizolli, E. D., & Teixeira, R. M. (2016). Perfil sociodemográfico, ocupacional e avaliação das condições de saúde mental dos trabalhadores da Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul, RS. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 11(38), 1–12.

Oliveira, J. D. S., & Nery, A. A. (2019). Condições de trabalho e saúde de agentes comunitários de saúde. Revista de Enfermagem UFPE on Line, 13(5), 1503.

Oliveira, L. A. (2019). O prazer-sofrimento psíquico no trabalho e a perspectiva de Christophe Dejours. Revista Psicologia & Saberes, 8(11), 360–369.

Paim, J. S., (2017). Sociedade, saúde e história. Porto Alegre: Rede Unida.

Peduzzi, M., & Agreli, H. F. (2018). Teamwork and collaborative practice in primary health care. Interface: Communication, Health, Education, 22, 1525–1534.

Peduzzi, M., Schraiber, B., Do, N., Pioneiramente, C., Cec, M., & Donnangelo, F. (2008). Marina Peduzzi e Lília Blima Schraiber. 1–11.

Pereira, A. M., Jucá, A. L., Lima, I. de A., Facundes, V. L. D., & Falcão, I. V. (2018). A qualidade de vida do agente comunitário de saúde e possíveis contribuições da terapia ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 26(4), 784–796.

Santos, A. C, Hoppe, A. S, & Krug, S. B. (2018). Agente Comunitário de Saúde: implicações dos custos humanos laborais na saúde do trabalhador. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 28(4), 1–18.

Santos, D. de S., Mishima, S. M., & Merhy, E. E. (2018). Processo de trabalho na Estratégia de Saúde da Família: Potencialidades da subjetividade do cuidado para reconfiguração do modelo de atenção. Ciencia e Saude Coletiva, 23(3), 861–870.

Silva Filho, O. C. da. Minayo M. C. S., & Costa A. P. (2019). Técnicas que fazem uso da Palavra, do Olhar e da Empatia: Pesquisa Qualitativa em Ação. Aveiro: Ludomedia, 2019. Ciência & Saúde Coletiva, 25(5), 1991–1992.

Souza, H. A., & Bernardo, M. H. (2019). Prevenção de adoecimento mental relacionado ao trabalho: a práxis de profissionais do Sistema Único de Saúde comprometidos com a saúde do trabalhador. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 44, 1–8.

Speroni, K. S, Fruet, I. M. A, Dalmolin, G. L, & Lima, S. B. (2016). Percepções dos agentes comunitários de saúde: contribuições para a gestão em saúde. Revista Cuidarte, 7(2), 1325–1337.

Downloads

Publicado

18/01/2022

Como Citar

COSTA, I. S. da S. .; TORRES, A. C. S. .; BEZERRA, M. I. C. .; PIRES, R. R. . Processo de trabalho de Agentes Comunitários e saúde mental: percepções de trabalhadores da saúde de um município do interior do Ceará . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 2, p. e4711225520, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i2.25520. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25520. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde