Processo de trabalho de Agentes Comunitários e saúde mental: percepções de trabalhadores da saúde de um município do interior do Ceará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25520Palavras-chave:
Saúde Mental; Saúde do Trabalhador; Agentes Comunitários de Saúde; Atenção Primária à Saúde.Resumo
Introdução: O papel do agente comunitário de saúde na Atenção Primária é fundamental, pois o mesmo é o elo entre a comunidade e a equipe de saúde. No desenvolvimento das atividades laborais estes profissionais enfrentam muitos desafios, podendo gerar frustrações e desesperança, causando sofrimento psíquico. Objetivo: Compreender os fatores que geram sofrimento mental na rotina laboral dos agentes comunitários de saúde. Método: Pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas semiestruturadas realizadas entre o mês de agosto e setembro de 2020 com sete agentes comunitárias de saúde atuantes numa Unidade Básica de Saúde de Iguatu- Ceará. O material empírico gerado foi transcrito e analisado pela técnica de Análise de Conteúdo do tipo temática. Resultados: O contexto laboral gera sofrimento psíquico por ser permeado por pressões, cobranças, muitos impasses na microárea, acúmulo de trabalho e pelo desafio de ser moradora, trabalhadora e usuária dos serviços de saúde no mesmo território. Conclusão: É necessário o planejamento de ações para aperfeiçoar o processo de trabalho do agente comunitário de saúde, a fim de reduzir o sofrimento mental e melhorar qualidade de vida dessas trabalhadoras.
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