A atuação neuroendócrina no controle da fome e saciedade e sua relação com a obesidade
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25621Palavras-chave:
Obesidade; Fome; Saciedade.Resumo
A obesidade é um distúrbio crônico de origem multifatorial (fatores neuroendócrinos, psíquicos, intestinais e genéticos) que resulta de um desequilíbrio metabólico-energético, pelo qual um excesso de longo prazo da ingestão de energia sobre o gasto, leva ao armazenamento em forma de gordura. O controle do balanço energético é realizado pelo sistema nervoso central por meio de conexões neuroendócrinas, em que hormônios periféricos circulantes, como a leptina e a insulina, sinalizam neurônios especializados do hipotálamo sobre os estoques de gordura do organismo e induzem respostas apropriadas para a manutenção da estabilidade desses estoques. Assim, o balanço energético positivo por longo período, determinado pela ingestão de macronutrientes, pelo gasto energético e pela termogênese, resultará em ganho de peso corporal na forma de gordura, enquanto o balanço energético negativo resultará no efeito oposto. Nesta revisão sistemática de trabalhos publicados entre 2008 e 2021, serão discutidos os mecanismos neuroendócrinos que atuam no controle da fome e saciedade e como eles implicam na obesidade. Evidenciando assim, que essa regulação é realizada por um mecanismo complexo que precisa ser muito bem compreendido para que se possa tratar ou até mesmo prevenir a obesidade.
Referências
Araújo, T. F. D., Guimarães, D. F., Ferreira, F. R., Luz, J. C. D. M., & Spini, V. B. M. G. (2009). Leptina e o controle neuroendócrino do peso corporal. RBM Revista Brasileira de Medicina, 66(10), 325-30.
Bauer, P. V., Hamr, S. C., & Duca, F. A. (2016). Regulation of energy balance by a gut–brain axis and involvement of the gut microbiota. Cellular and molecular life sciences, 73(4), 737-755. https://doi.org/10.1007/s00018-015-2083-z
Borsato, D., Zanetti, C., Kalegari, M., Zanin, S., & Miguel, M. (2008). O papel do farmacêutico na orientação da obesidade. Visão acadêmica, 9(1). http://dx.doi.org/10.5380/acd.v9i1.14636
Bressan, J., Hermsdorff, H. H., Zulet, M. Á., & Martínez, J. A. (2009). Impacto hormonal e inflamatório de diferentes composições dietéticas: ênfase em padrões alimentares e fatores dietéticos específicos. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 53, 572-581. https://doi.org/10.1590/S0004-27302009000500010
Brown, R. E. (2008). Could there be a fine-tuning role for brain-derived adipokines in the regulation of bodyweight and prevention of obesity?.McGill Journal of Medicine: MJM, 11(2), 177–184.
Damiani, D., & Damiani, D. (2011). Sinalização cerebral do apetite. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 9(2), 138-45.
Feijó, F. D. M., Bertoluci, M. C., & Reis, C. (2011). Serotonina e controle hipotalâmico da fome: uma revisão. Revista da Associação Médica Brasileira, 57, 74-77.
Ferreira, A. de S. (2020). Consulta de enfermagem na Estratégia Saúde da Família: Prevenção do sobrepeso e obesidade infantil. Research, Society and Development, 9(5), e17952610. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i5.2610
González-munieza, P., Mártinez-gonzález, M.A., Hu, F.B., Després, J.P., Matsuzawa, Y., Loos, R.J.F., Moreno, L.A., Bray, G.A., & Martinez, J.A. (2017). Obesity. Nature reviews. Disease primers, 3, 17034. https://doi.org/10.1038/nrdp.2017.34
Hallschmid, M., Benedict, C., Schultes, B., Born, J., & Kern, W. (2008). Obese men respond to cognitive but not to catabolic brain insulin signaling. International journal of obesity, 32(2), 275-282. https://doi.org/10.1038/sj.ijo.0803722
Jastroch, M., Morin, S., Tschöp, M. H., & Yi, C. X. (2014). The hypothalamic neural–glial network and the metabolic syndrome. Best Practice & Research Clinical Endocrinology & Metabolism, 28(5), 661-671. https://doi.org/10.1016/j.beem.2014.02.002
Landeiro, F. M., & Quarantini, L. de C. (2011). Obesidade: Controle Neural e Hormonal do Comportamento Alimentar. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 10(3), 236–245. https://doi.org/10.9771/cmbio.v10i3.5883
Leite, L. D., & Neto, J. (2009). Integração neuroendócrina na regulação da ingestão alimentar. Neurobiologia, 72(2), 127-143.
Machado, W., Monteiro, E. R., & Salerno, V. (2016). Leptina e exercício físico: mecanismos para controle do peso corporal. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, 9(54), 471-480.
Madsbad S. (2014). The role of glucagon-like peptide-1 impairment in obesity and potential therapeutic implications. Diabetes, Obesity & Metabolism, 16(1), 9–21. https://doi.org/10.1111/dom.12119
Mishra, A. K., Dubey, V., & Ghosh, A. R. (2016). Obesity: An overview of possible role(s) of gut hormones, lipid sensing and gut microbiota. Metabolism: clinical and experimental, 65(1), 48–65. https://doi.org/10.1016/j.metabol.2015.10.008
Morales Clavijo, M., & Carvajal Garcés, C. F. (2010). Obesidad y resistencia a la leptina. Gaceta médica boliviana, 33(1), 63-68.
Morton, G. J., Meek, T. H., & Schwartz, M. W. (2014). Neurobiology of food intake in health and disease. Nature reviews. Neuroscience, 15(6), 367–378. https://doi.org/10.1038/nrn3745
Perelló, M., & Zigman, J. M. (2012). The role of ghrelin in reward-based eating. Biological psychiatry, 72(5), 347–353. https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2012.02.016
Prado, E. S., Almeida, R. D. D., & Melo, L. A. D. (2008). Controle do apetite e exercício físico: uma atualização. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 16(2): 109-116
Ribeiro, E. B. (2009). Studying the central control of food intake and obesity in rats. Revista de Nutrição, 22 (1), 163-171. https://doi.org/10.1590/S1415-52732009000100015
Rodrigues, G. B. de O., Lima, G. P., Sampaio, H. A. de C., Pinto, F. J. M., Carneiro, C., Cordeiro, M. D., & Carioca, A. A. F. (2021). A Escala de Analogia Visual do Apetite como ferramenta de apoio na detecção do risco de fracasso da persistência de perda de peso de pacientes com obesidade submetidos à gastroplastia. Research, Society and Development, 10(7), e50410716568. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16568
Saltiel, A. R., & Olefsky, J. M. (2017). Inflammatory mechanisms linking obesity and metabolic disease. The Journal of Clinical Investigation, 127(1), 1–4. https://doi.org/10.1172/JCI92035
Santanna, S., Caiado, N. M., & Silva, L. D. (2014). Neuromodulação Hipotalâmica: uma proposta terapêutica para obesidade. Revista Medicina e Saúde de Brasília, 3(2), 192-204.
Schneeberger, M., Gomis, R., & Claret, M. (2014). Hypothalamic and brainstem neuronal circuits controlling homeostatic energy balance. The Journal Of Endocrinology, 220(2), T25–T46. https://doi.org/10.1530/JOE-13-0398
Stoeckel, L. E., Birch, L. L., Heatherton, T., Mann, T., Hunter, C., Czajkowski, S., Onken, L., Berger, P. K., & Savage, C. R. (2017). Psychological and neural contributions to appetite self-regulation. Obesity (Silver Spring, Md.), 25 Suppl 1(Suppl 1), S17–S25. https://doi.org/10.1002/oby.21789
Valassi, E., Scacchi, M., & Cavagnini, F. (2008). Neuroendocrine control of food intake. Nutrition, metabolism, and cardiovascular diseases. NMCD, 18(2), 158–168. https://doi.org/10.1016/j.numecd.2007.06.004
Van de Sande-Lee, S., & Velloso, L. A. (2012). Disfunção hipotalâmica na obesidade. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 56 (6), 341-350. https://doi.org/10.1590/S0004-27302012000600001
Veiga, L. (2016). Obesidade: regulação hormonal. Saúde & Tecnologia, (16), 5-15. http://dx.doi.org/10.25758/set.1421
Velloso, L. A., & Schwartz, M. W. (2011). Altered hypothalamic function in diet-induced obesity. International Journal Of Obesity, 35(12), 1455–1465. https://doi.org/10.1038/ijo.2011.56
Wanderley, E. N., & Ferreira, V. A. (2010). Obesidade: uma perspectiva plural. Ciência & Saúde Coletiva, 15(1), 185-194. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000100024
World Healthy Organization (WHO). (2021). Obesity and overweight. Genebra. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Saray Sallin da Silva; Shara Hozana Silva; Géssica Adorno Aguiar; Stefane Oliveira Batista; Ana Clara Marinho Santos ; Fernanda Láuria Chaves Bandeira; Maryana Teixeira Alves; Áthila Gabriele Ferreira da Silva; Vanessa Alves de Sousa; Cicera Natália da Silva Rodrigues; Nibsyan Cristina da Silva; Letícia Aparecida de Souza; Thaysa Renata Jorge Oliveira ; Bianca Silva Cardoso; Josyane Borges da Silva Gonçalves
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.