Qualidade fisiológica de sementes de Physalis peruviana sob condições de estresse hídrico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25997Palavras-chave:
Propagação sexuada; Germinação; Potencial Osmótico; Polietileno glicol.Resumo
Physalis peruviana é uma planta herbácea, arbustiva e perene, pertence à família Solanaceae. Os seus frutos apresentam alto valor nutricional e propriedades medicinais. Com a crescente importância e sua propagação ser sexuada, buscam-se sementes de alta qualidade. A fase inicial do desenvolvimento de plântulas é delicada e de grande importância; em campo, estão sujeitas a diversos fatores que podem interferir no seu desenvolvimento, como o estresse hídrico. Com isso, objetivou-se avaliar o efeito do estresse hídrico na qualidade fisiológica de sementes de P. peruviana. As sementes foram submetidas ao teste de envelhecimento acelerado conduzido a 41 °C e 100% UR por 0; 48; 72 e 96h para obtenção de diferentes lotes. O estresse hídrico foi induzido com PEG-6000 com quatro potenciais osmótico, 0,0 (controle); -0,2; -0,4 e -0,6 MPa. Avaliou-se a germinação e o vigor das sementes (primeira contagem, comprimento da parte aérea e da raiz). O envelhecimento acelerado reduziu a porcentagem de germinação à medida que aumentou o tempo de exposição. Conclui-se que os lotes de sementes de P. peruviana de maior qualidade fisiológica apesentaram melhor desempenho sob estresse hídrico induzido por PEG 6000 até o potencial -0,2 MPa. A restrição hídrica provocou um menor crescimento de plântulas da parte área, no entanto, quando as sementes foram submetidas ao potencial -0,2 MPa, verificou-se um aumento no comprimento radicular.
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