Relação entre uso do esquema antirretroviral e aterosclerose coronariana em pacientes HIV positivos no estado de Sergipe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26076

Palavras-chave:

Doença da artéria coronariana; Terapia antirretroviral de alta atividade; HIV.

Resumo

A terapia antirretroviral (TARV) coincide com a evidencia da ocorrência de doenças crônicas cardiovasculares de origem aterosclerótica, quando associada a uma terapia de longo prazo. O objetivo foi avaliar a relação entre aterosclerose e uso de esquema antirretroviral no tratamento de pacientes HIV positivo, e quantificar o escore de cálcio neste grupo, correlacionando-o com o tempo de uso da TARV. Trata-se de um estudo tranversal de pacientes adultos portadores de HIV/AIDS, selecionados de forma consecutiva e não-aleatória, assintomáticos do ponto de vista cardiovascular, provenientes dos dois serviços de referência em atendimento ambulatorial do estado de Sergipe, com idade maior que 18 anos e em uso de TARV. Da amostra, 65,4% eram do sexo masculino e 34,6% do sexo feminino, com idade média de 46 anos. A aterosclerose coronariana, detectada pelo escore de cálcio, foi encontrado em 24 pacientes (31,17%). A duração da terapia antirretroviral se relacionou à aterosclerose e houve diferenças significativas entre os diferentes esquemas antirretrovirais. Além disso, os resultados mostram uma associação entre TARV contendo IP. A idade e o tempo de exposição ao uso da TARV foram significativos na presença de aterosclerose. Os valores de p foram considerados estatisticamente significativos em 100% das variáveis analisadas e o desafio é promover a prevenção de riscos cardiovasculares para reduzir o número de eventos coronarianos, e o perfil traçado com esta coleta permitirá uma abordagem mais criteriosa desses pacientes, sobretudo no  caráter preventivo com o cuidado dos pacientes portadores de HIV/AIDS no estado de Sergipe.

Referências

Arruda Júnior, E. R., Lacerda, H. R., Moura, L. C. R. V., Albuquerque, M. F. P. M., Miranda Filho, D. B., Diniz, G. T. N., Albuquerque, V. M. G., Amaral, J. C. Z., Monteiro, V. S., & Ximenes, R. A. A. (2010). Perfil dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica incluídos em uma coorte com HIV/Aids em Pernambuco, Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 95(5), 640-647. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2010005000138

Brasil. (2020). Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmíssiveis. (2020). Boletim epidemiológico – Brasília, 2020. aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-hivaids-2020

Colafigli, M., Di Giambenedetto, S., Bracciale, L., Tamburrini, E., Cauda, R., & Luca, A. (2008). Cardiovascular risk score change in HIV-1-infected patients switched to an atazanavir-based combination antiretroviral regimen. HIV medicine, 9(3), 172-179. https://doi.org/10.1111/j.1468-1293.2007.00541.x

Grinspoon, S. K. (2005). Metabolic syndrome and cardiovascular disease in patients with human immunodeficiency virus. The American journal of medicine, 118(Suppl 2), 23S-28S. https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2005.01.047

Oh, J., & Hegele, R. A. (2007). HIV- associated dyslipidaemia: pathogenesis and treatment. The Lancet infectious diseases, 7(12), 787-796. https://doi.org/10.1016/s1473-3099(07)70287-6

Ho, J. S., Fitzgerald, S. J., Stolfus, L. L., Wade, W. A., Reinhardt, D. B., Barlow, C. E., & Cannaday, J. J. (2008). Relation of a coronary artery calcium score higher than 400 to coronary stenoses detected using multidetector computed tomography and to traditional cardiovascular risk factors. The American journal of cardiology, 101(10), 1444–1447. https://doi.org/10.1016/j.amjcard.2008.01.022

Hulten, E., Mitchell, J., Scally, J., Gibbs, B., & Villines, T. C. (2009). HIV positivity, protease inhibitor exposure and subclinical atherosclerosis: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Heart, 95(22), 1826-1835. https://doi.org/10.1136/hrt.2009.177774

Johnsen, S., Dolan, S. E., Fitch, K. V., Kanter, J. R., Hemphill, L. C., Connelly, J. M., Lees, R. S., Lee, H., & Grinspoon, S. (2006). Carotid intimal medial thickness in Human Immunodeficiency Virus-infected women: effects of protease inhibitor use, cardiac risk factors, and the metabolic syndrome. The journal of clinical endocrinology and metabolism, 91(12), 4916-4924. https://doi.org/10.1210/jc.2006-1140

Kingsley, L. A., Cuervo-Rojas, J., Muñoz, A., Palella, F. J., Post, W., Witt, M. D., Budoff, M., & Kuller, L. (2008). Subclinical coronary atherosclerosis, HIV infection and antiretroviral therapy: Multicenter AIDS Cohort Study. AIDS, 2008, 22(13), 1589-1599. https://dx.doi.org/10.1097%2FQAD.0b013e328306a6c5

Lai, S., Lai, H., Celentano, D. D., Vlahov, D., Ren, S., Margolick, J., Lima, J. A. C., & Bartlett, J. G. (2003). Factors associated with accelerated atherosclerosis in HIV-1 infected persons treated with protease inhibitors. AIDS Patient Care STDs, 17(5), 211-219. https://doi.org/10.1089/108729103321655863

Monte, I. P., França, S. L., Vasconcelos, R. N. O., & Vieira, J. R. S. (2019). Comparação entre quatro diferentes critérios de diagnóstico de síndrome metabólica em indivíduos do Arquipélago do Marajó (Pará, Brasil). Revista da Associação Brasileira de Nutrição - RASBRAN, 10(1), 96-102. https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/1242

Paula, A. A., Falcão, M. C. N., & Pacheco, A. G. (2013). Metabolic syndrome in HIV-infected individuals: underlying mechanisms and epidemiological aspects. AIDS Research and Therapy, 10(1). https://dx.doi.org/10.1186%2F1742-6405-10-32

Rogalska-Płońska, M., Grzeszczuk, A., Rogalski, P., Łucejko, M., & Flisiak, R. (2018). Metabolic syndrome in HIV infected adults in Poland. Kardiologia Polska, 76(3), 548–553. https://doi.org/10.5603/KP.a2017.0249

Saddi, P., & Giraldez, V. Z. R. (2009). Alterações metabólicas e risco cardiovascular associados ao HIV. http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pages/alteracoes-metabolicas-e-risco-cardiovascular-associados-ao-hiv.aspx

Talwani, R., Falusi, O. M., Leon, C. F. M., Nerad, J. L., Rich, S., Proia, L. A., Sha, B. E., Smith, K. Y., & Kessler, H. A. (2002). Electron beam computed tomography for assessment of coronary artery disease in HIV-infected men receiving antiretroviral therapy. Journal of acquired immune deficiency syndromes, 30(2), 191-195. https://doi.org/10.1097/00042560-200206010-00008

Thienemann, F., Sliwa, K., & Rockstroh, J. K. (2013). HIV and the heart : the impact of antiretroviral therapy: a global perspective. European heart journal, 34(46), 3538-3546. https://doi.org/10.1093/eurheartj/eht388

UNAIDS. (2010). Global report: UNAIDS report on the global AIDS epidemic 2010.

https://files.unaids.org/en/media/unaids/contentassets/documents/unaidspublication/2010/20101123_globalreport_en%5b1%5d.pdf

UNAIDS. (2011). UNAIDS 2011 World AIDS Day report.

https://www.unaids.org/en/resources/documents/2011/20111121_JC2216_WorldAIDSday_report_2011

WHO. (2016). Global health sector strategy on HIV 2016-2021. Towards ending AIDS. World Health Organization.

https://apps.who.int/iris/handle/10665/246178

Downloads

Publicado

11/02/2022

Como Citar

OLIVEIRA, D. K. S. de .; AGUIAR, J. E. A. T. de; RODRIGUES, A. F.; CARVALHO, V. F. A.; OLIVEIRA, J. L. M.; SOUSA, A. C. S.; CORREIA, D.; SILVA, Ângela M. da. Relação entre uso do esquema antirretroviral e aterosclerose coronariana em pacientes HIV positivos no estado de Sergipe. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e4911326076, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26076. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26076. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde