Relação da espécie Commiphora leptophloeos com aedes aegypti: uma revisão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26680

Palavras-chave:

Commiphora leptophloeos; Aedes aegypti; Controle; Produtos naturais; Biopesticida; Atividade repelente.

Resumo

Commiphora leptophloeos (Burseraceae) é uma planta pertencente ao gênero Commiphora e é conhecida popularmente como imburana ou umburana. É encontrada na caatinga e cerrado do Brasil. As espécies pertencentes ao gênero Commiphora são utilizadas na medicina popular como anti-inflamatórios, antimicrobianos e no tratamento de diversas doenças. Nas últimas décadas, os casos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti aumentaram consideravelmente, tornando necessário buscar medidas alternativas de combate ao vetor. O presente trabalho teve como objetivo analisar por meio de revisão bibliográfica a Commiphora leptophloeos quanto aos aspectos da família, gênero e espécie; e descrever a relação desta espécie com o Aedes aegypti, destacando os produtos naturais no controle. Os achados apontam atividade repelente de espécies do gênero Commiphora sobre insetos, além da presença de compostos mono e sesquiterpenos, distribuídos amplamente no gênero, dentre eles α-pineno, canfeno e β-pineno. Estudos confirmam também os usos etnobotânicos de C. leptophloeos, como o seu potencial no tratamento de doenças. A literatura analisada indica a atividade antimicrobiana do extrato aquoso da casca e do caule de Commiphora leptophloeos contra Staphylococcus epidermidis. Outros dados revelam que o óleo essencial desta espécie apresenta atividade larvicida e deterrente frente A. aegypti. A literatura revisada sugere a importância dos produtos naturais, suas vantagens como biopesticidas, bem como a efetividade de Commiphora leptophloeos no combate ao mosquito A. aegypti, salientando a necessidade de outros estudos e testes, para isolar os compostos presentes nesta espécie.

Referências

Araújo Filho, J. D., & Carvalho, F. D. (1997). Desenvolvimento sustentável da caatinga. Sobral: Embrapa Caprinos.

Autran, E. S., Neves, I. A., Da Silva, C. S. B., Santos, G. K. N., Da Câmara, C. A. G., & Navarro, D. M. A. F. (2009). Chemical composition, oviposition deterrent and larvicidal activities against Aedes aegypti of essential oils from Piper marginatum Jacq.(Piperaceae). Bioresource technology, 100(7), 2284-2288.

Agra, M. D. F., Baracho, G. S., Nurit, K., Basílio, I. J. L. D., & Coelho, V. P. M. (2007). Medicinal and poisonous diversity of the flora of “Cariri Paraibano”, Brazil. Journal of ethnopharmacology, 111(2), 383-395.

Barnett, J. R. (2004). Langenheim, JH Plant resins: chemistry, evolution, ecology and ethnobotany.

Becerra, J. X. (2003). Evolution of Mexican Bursera (Burseraceae) inferred from ITS, ETS, and 5S nuclear ribosomal DNA sequences. Molecular phylogenetics and evolution, 26(2), 300-309.

Beserra, E. B., Castro-Junior, F.P., Dos Santos, J. W., Santos, T. S. & Fernandes, C. R. M. (2006). Biology and thermal requirements of Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae) from four bioclimatic regions of Paraíba. Neotropical Entomology 35(6):853-860.

Bissinger, B. W., & Roe, R. M. (2010). Tick repellents: past, present, and future. Pesticide biochemistry and physiology, 96(2), 63-79.

Braga, I. A., & Valle, D. (2007). Aedes aegypti: histórico do controle no Brasil. Epidemiologia e serviços de saúde, 16(2), 113-118.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Brasília, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para a prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília, 2009.

Campbell, C., Gries, R., & Gries, G. (2011). Forty‐two compounds in eleven essential oils elicit antennal responses from Aedes aegypti. Entomologia Experimentalis et Applicata, 138(1), 21-32.

Carvalho, P. E. R. (2009). Imburana-de-Espinho-Commiphora leptophloeos. Embrapa Florestas-Comunicado Técnico.

Carvalho, R.G., Oliveira, L. R., Braga, I. A. (2014). Updating the geographical distribution and frequency of Aedes albopictus in Brazil with remarks regarding its range in the Americas. Mem Inst Oswaldo Cruz, 109(6):787-96.

Cartaxo, S. L., de Almeida Souza, M. M., & de Albuquerque, U. P. (2010). Medicinal plants with bioprospecting potential used in semi-arid northeastern Brazil. Journal of ethnopharmacology, 131(2), 326-342.

Consoli, R. A., & Oliveira, R. L. D. (1994). Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil. Editora Fiocruz.

Coutinho, H. D., Vasconcellos, A., Lima, M. A., Almeida-Filho, G. G., & Alves, R. R. (2009). Termite usage associated with antibiotic therapy: enhancement of aminoglycoside antibiotic activity by natural products of Nasutitermes corniger (Motschulsky 1855). BMC Complementary and Alternative Medicine, 9(1), 1-4.

Daly, D. C. D. B., Fine, P. V. A., & Martínez-Habibe, M. C. (2012). Burseraceae: a model for studying the Amazon flora. Rodriguésia, 63(1), 021-030.

da Silva Trentin, D., Giordani, R. B., Zimmer, K. R., Da Silva, A. G., Da Silva, M. V., dos Santos Correia, M. T., ... & Macedo, A. J. (2011). Potential of medicinal plants from the Brazilian semi-arid region (Caatinga) against Staphylococcus epidermidis planktonic and biofilm lifestyles. Journal of Ethnopharmacology, 137(1), 327-335.

de Novais, J. S., e Lima, L. C. L., & dos Santos, F. D. A. R. (2010). Bee pollen loads and their use in indicating flowering in the Caatinga region of Brazil. Journal of arid environments, 74(10), 1355-1358.

de Sousa, L. M. M., Marques-Vieira, C. M. A., Severino, S. S. P., & Antunes, A. V. (2017). A metodologia de revisão integrativa da literatura em enfermagem. Nº21 Série 2-Novembro 2017, 17.

do Nordeste, A. P. (2011). Centro Nordestino de Informações sobre Plantas. Planos de manejo florestal sustentado na Caatinga. Recife,[2011]. Disponível em:< http://www. cnip. org. br/planos_manejo. html>. Acesso em: 23 de jan. 2020.

Felipe, L. O., & Bicas, J. L. (2017). Terpenos, aromas e a química dos compostos naturais. Química Nova na Escola, 39(2), 120-130.

Ferreira Junior, W. S., Siqueira, C. F. Q., & de Albuquerque, U. P. (2012). Plant stem bark extractivism in the Northeast semiarid region of Brazil: A new aport to utilitarian redundancy model. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, 2012.

Figueiró, A. C., Sóter, A. P., Braga, C., Hartz, Z. M. D. A., & Samico, I. (2010). Análise da lógica de intervenção do Programa Nacional de Controle da Dengue. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 10, s93-s106.

Foster, W. A., & Walker, E. D. (2019). mosquitoes (Culicidae). In Medical and veterinary entomology (pp. 261-325). Academic press.

Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). Brasilia: Ministério da Saúde; 2002. 32 p.

Galdino, P. M., Nascimento, M. V. M., Florentino, I. F., Lino, R. C., Fajemiroye, J. O., Chaibub, B. A., ... & Costa, E. A. (2012). The anxiolytic-like effect of an essential oil derived from Spiranthera odoratissima A. St. Hil. leaves and its major component, β-caryophyllene, in male mice. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, 38(2), 276-284.

Khandagle, A. J., Tare, V. S., Raut, K. D., & Morey, R. A. (2011). Bioactivity of essential oils of Zingiber officinalis and Achyranthes aspera against mosquitoes. Parasitology research, 109(2), 339-343.

Lakatos, E. M., & Marconi, M. D. A. (2001). Do trabalho científico. São Paulo: Atlas.

Leite, A. A. M., & Neto, A. F. F. (2009). CONHECIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NO SETOR TRADICIONAL: O CASO DOS ARTESÃOS DE PETROLINA-PE. Revista Gestão Industrial, 5(ESPECIAL).

Lemenih, M., Abebe, T., & Olsson, M. (2003). Gum and resin resources from some Acacia, Boswellia and Commiphora species and their economic contributions in Liban, south-east Ethiopia. Journal of Arid Environments, 55(3), 465-482.

Lima, A. L. A. (2010). Tipos funcionais fenológicos em espécies lenhosas da caatinga, Nordeste do Brasil (Doctoral dissertation, Tese (Doutorado). Recife, UFRPE).

Lucena, R. F. P. D., Soares, T. D. C., Vasconcelos Neto, C. F. A. D., Carvalho, T. K. N., Lucena, C. M. D., & Alves, R. R. D. N. (2012). Uso de recursos vegetais da Caatinga em uma comunidade rural no Curimataú Paraibano (Nordeste do Brasil). Polibotánica, (34), 237-258.

Maia, G. N. (2012). Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades (413p). Fortaleza: Print color.

Maia-Silva, C., Silva, C. D., Hrncir, M., Queiroz, R. D., & Imperatriz-Fonseca, V. L. (2012). Guia de plantas visitadas por abelhas na Caatinga. Fortaleza: Fundação Brasil Cidadão, 196.

Manrique-Saide, P., Che-Mendoza, A., Barrera-Perez, M., Guillermo-May, G., Herrera-Bojorquez, J., Dzul-Manzanilla, F., ... & Arredondo-Jimenez, J. I. (2015). Use of insecticide-treated house screens to reduce infestations of dengue virus vectors, Mexico. Emerging infectious diseases, 21(2), 308.

Navarro, D. M. A. F., De Oliveira, P. E. S., Potting, R. P. J., Brito, A. C., Fital, S. J. F., & Sant'Ana, A. G. (2003). The potential attractant or repellent effects of different water types on oviposition in Aedes aegypti L.(Dipt., Culicidae). Journal of Applied Entomology, 127(1), 46-50.

Paraskeva, M. P., Van Vuuren, S. F., Van Zyl, R. L., Davids, H., & Viljoen, A. M. (2008). The in vitro biological activity of selected South African Commiphora species. Journal of Ethnopharmacology, 119(3), 673-679.

Pereira, Á. I. S., Pereira, A. D. G. S., Sobrinho, O. P. L., Cantanhede, E. D. K. P., & Siqueira, L. F. S. (2014). Atividade antimicrobiana no combate às larvas do mosquito Aedes aegypti: homogeneização dos óleos essenciais do linalol e eugenol. Educación química, 25(4), 446-449.

Rüdiger, A. L., Siani, A. C., & Junior, V. V. (2007). The chemistry and pharmacology of the South America genus Protium Burm. f.(Burseraceae). Pharmacognosy reviews, 1(1), 93-104.

Sampaio, E. V. S. B. (2002). Uso das plantas da caatinga. Sampaio, EVS B; Giulietti, A. M; Virgínio, J. & Gamarra-Rojas, CFL Vegetação e flora da caatinga. Recife, 49-90.

Simas, N. K., Lima, E. D. C., Conceição, S. D. R., Kuster, R. M., Oliveira Filho, A. M. D., & Lage, C. L. S. (2004). Produtos naturais para o controle da transmissão da dengue: atividade larvicida de Myroxylon balsamum (óleo vermelho) e de terpenóides e fenilpropanóides. Química nova, 27, 46-49.

Simões, C. (1999). SPITZER. V. Óleos voláteis. SIMÕES, CMO, SCHENKEL, EP, GOSMANN, G., MELLO, JCP, MENTZ, LA, PETROVICK, PR Farmacognosia: da planta ao medicamento, 2, 387-415.

Silva, H. H. G., Silva, I. G. (1999). Influência do período de quiescência dos ovos sobre o ciclo de vida de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera, Culicidae) em condições de laboratório. Rev Soc Bras Med Trop 32(4):349-55.

Silva, L. Á. D., & Scariot, A. (2004). Composição e estrutura da comunidade arbórea de uma floresta estacional decidual sobre afloramento calcário no Brasil Central. Revista Árvore, 28, 69-75.

Shen, T., Li, G. H., Wang, X. N., & Lou, H. X. (2012). The genus Commiphora: a review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal of ethnopharmacology, 142(2), 319-330.

Shulse, C. D., Semlitsch, R. D., & Trauth, K. M. (2013). Mosquitofish dominate amphibian and invertebrate community development in experimental wetlands. Journal of Applied Ecology, 50(5), 1244-1256.

Souza, M. T. D., Silva, M. D. D., & Carvalho, R. D. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), 8, 102-106.

Tomazzoni, M. I., Negrelle, R. R. B., & Centa, M. D. L. (2006). Fitoterapia popular: a busca instrumental enquanto prática terapêuta. Texto & Contexto-Enfermagem, 15, 115-121.

Weeks, A., & Simpson, B. B. (2007). Molecular phylogenetic analysis of Commiphora (Burseraceae) yields insight on the evolution and historical biogeography of an “impossible” genus. Molecular phylogenetics and evolution, 42(1), 62-79.

World Health Organization. (2004). WHO guidelines on safety monitoring of herbal medicines in pharmacovigilance systems. World Health Organization.

World Health Organization. (2012). WHO Weekly epidemiological record Relevé épidémiologique hebdomadaire. Geneva.

Downloads

Publicado

04/03/2022

Como Citar

SILVA, J. P. da .; FLOREAN, E. O. P. T. .; SILVA, R. B. .; SANTOS, Y. D. .; PEREIRA, M. M. S. .; SILVA, L. R. da . Relação da espécie Commiphora leptophloeos com aedes aegypti: uma revisão. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 3, p. e48711326735, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i3.26680. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/26680. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde