Perfil Epidemiológico da Hanseníase na Bahia no Período de 2010 a 2020

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27228

Palavras-chave:

Doenças Epidemiológicas; Hanseníase; Saúde Pública.

Resumo

A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica granulomatosa da pele e do sistema nervoso periférico causada pelo Mycobacterium leprae. Essa doença possui largo espectro de apresentações clínicas, cujo diagnóstico baseia-se, principalmente, na presença de lesões de pele, perda de sensibilidade e espessamento neural. É um problema grave de saúde pública, sendo endêmica no Brasil e altamente prevalente na Bahia. Neste sentido, para contribuir com ações de prevenção e de controle da doença no estado, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico da Hanseníase na Bahia no período de 2010 a 2020. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos por meio de consulta ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Entre 2010 e 2020 foram notificados 30.426 casos de Hanseníase na Bahia, dos quais a maioria eram homens (53%), pardos (61%), entre a 1ª a 4ª série do ensino fundamental incompleta (21,4%), na faixa etária de 30 a 39 anos (18,3%), com cinco ou mais lesões cutâneas (39%), que não apresentaram episódio reacional (56%) e foram tratados com poliquimioterapia para multibacilares com uso de 12 doses (64%). Os dados indicam que a Hanseníase na Bahia, ocorre mais comumente na população economicamente ativa e com pouco acesso à informação. O conteúdo do presente estudo pode direcionar estratégias para reduzir o desenvolvimento dessa doença, a fim de melhorar a saúde pública, além de reforçar a necessidade de estudos similares.

Referências

Amador, M., Barros, V., Albuquerque, P., Buna, M., Campos, J. (2001). Hanseníase na infancia no municipio de Curionopolis - sudeste do Estado do Para: relato de caso. Hansen. Int. 26(2):121–5.

A Tarde, (2021). Bahia ocupa 5o lugar no país em casos de hanseníase. Sociedade Brasileira de Dermatologia. https://www.sbd.org.br/noticias/bahia-ocupa-5-lugar-no-pais-em-casos-de-hanseniase/

Araújo, M. (2003). Hanseníase no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 36(3):373–82.

Azevedo, Y., Bispo, V., Oliveira, R., Gondim, B., Santos, S., Natividade, M., ... Nery,J. (2021). Perfil epidemiológico e distribuição espacial da hanseníase em Paulo Afonso, Bahia. Rev baiana enferm.;35:e37805.

Bakirtzief, Z. (1996). Identificando barreiras para aderência ao tratamento de hanseníase. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro. 12(4), 497-505.

Carneiro, S., Azulay-Abulafia, L. (2005). Pele Na Gestação. Revista Brasilera de Reumatologia. 45 (3), 146-54.

Cordeiro, M., Franco, A., Mariano, G., Macedo, M., Menezes, B., Machado, F. (2014). Perfil De Casos E Fatores De Risco Para Hanseníase, Em Menores De Quinze Anos, Em Município Hiperendêmico Da Região Norte Do Brasil. Revista Paraense de Medicina, 28 (4).

Cunha M., Santos R., Matos H., Oliveira M. (2012). Aspectos epidemiológicos da hanseníase: uma abordagem espacial. Cadernos de Saúde Pública. 28(6), 1143–55.

Focaccia, R. (2015).Veronesi: Tratado de Infectologia. São Paulo, SP: Atheneu.

Gandra, A. (2020). Brasil é o segundo em número de casos de hanseníase no mundo. Agência Brasil. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-01/brasil-e-o-segundo-em-numero-de-casos-de-hanseniase-no-mundo

Goulart, I., Arbex G., Carneiro, M., Rodrigues, M., Gadia, R. (2002). Efeitos adversos da poliquimioterapia em pacientes com hanseníase: um levantamento de cinco anos em um Centro de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 35(5), 453–60.

Goulart, I., Penna, O., Cunha G. (2002). Imunopatologia da hanseníase: a complexidade dos mecanismos da resposta imune do hospedeiro ao Mycobacterium leprae. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 35(4), 363–75.

Helmer, K., Fleischfresser, I., Kucharski-Esmanhoto, L., Neto, J., Santamaria, J. (2004) Fenômeno de Lúcio (eritema necrosante) na gestação. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro. 79 (2), 205-210.

IBGE. (2019). Cor ou Raça. IBGE - Educa | Jovens. https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html

Imbiriba, E., Hurtado-Guerrero, J., Garnelo, L., Levino, A., Cunha, M., Pedrosa, V. (2008). Perfil epidemiológico da hanseníase em menores de quinze anos de idade, Manaus (AM), 1998-2005. Revista de Saúde Pública. 42, 1021–6.

Jesudasan, K., Bradley, D., Smith, P., Christian, M. (1984) Incidence rates of leprosy among household contacts of “primary cases.” Indian Journal of Leprosy. 56(3), 600–14.

Lana, F., Amaral, E., Lanza, F., Lima, P., Carvalho A., Diniz, L. (2007) Hanseníase em menores de 15 anos no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Enfermagem. 60(6), 696–700.

Lima, H., Sauaia. N., Costa, V., Neto, G., Figueiredo, P. (2010). Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde em São Luís, MA. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. 8(4), 323-327.

Martins, B., Nascimento, E., Coelho, V., Souza, C., Bigatello, C., Sobral, L. (2020). Caracterização das Incapacidades Físicas em Pacientes Diagnosticados com Hanseníase Multibacilar Almenara-MG. Revista Multidisplinar de Psicologia. 14 (52), 924-935.

Ministério da Saúde. (2002). Guia para o Controle da Hanseníase. Brasília, DF. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf

Ministério da Saúde. (2017). Guia prático sobre a Hanseníase. Brasília, DF. 68 p. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf

Miranzi, S., Pereira, L., Nunes, A. (2010). Perfil epidemiológico da hanseníase em um município brasileiro, no período de 2000 a 2006. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 43(1). 62–7.

Nunes, J., Oliveira, E., Vieira, N. (2011). Hanseníase: conhecimentos e mudanças na vida das pessoas acometidas. Ciência & Saúde Coletiva, 16 (Supl. 1), 1311-1318.

Organização Mundial de Saúde. (2000). Guia Para Eliminação da Hanseníase Como Problema de Saúde Pública. 1 ed. https://www.who.int/lep/resources/Guide_Brasil_P1.pdf

Regina, V., Cunha, D., Palácios, M. (2015). Hanseníase Associada À Gravidez Em Estado Endêmico Na Região Norte Do Brasil (Tese de Doutorado). Universidade Federal Do Pará, Brasil.

Ribeiro, M., Silva J., Oliveira S. (2018). Estudo epidemiológico da hanseníase no Brasil: reflexão sobre as metas de eliminação. Revista Panamericana de Salud Pública. 1–7.

Sampaio, A., Rivitti, E. (2007). Dermatologia Sampaio & Rivitti. 3ª ed. São Paulo: Artes Médicas.

SINAN/SESA-PR (2021). Hanseníase https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Hanseniase

Sociedade Brasileira de Hansenologia. (2020). SBH publica orientações sobre o COVID-19 e hanseníase. NHR Brasil. https://www.nhrbrasil.org.br/atividades/noticias/201-sbh-publica-orientacoes-para-medicos-sobre-o-covid-19-e-hanseniase.html

Downloads

Publicado

14/03/2022

Como Citar

OLIVEIRA, L. de O. e .; RODRIGUES DA COSTA BARROS, I.; SIEGA, A. C. .; ALCÂNTARA, Y. de F. V. .; LIMA, L. B. S. B. .; BARCELOS, L. S. .; VASCONCELOS, J. F. . Perfil Epidemiológico da Hanseníase na Bahia no Período de 2010 a 2020. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 4, p. e16911427228, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i4.27228. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27228. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde