Covid-19 e transtornos mentais comuns em familiares de um serviço de psiquiatria
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27362Palavras-chave:
Covid-19; Relações familiares; Estresse psicológico; Saúde mental.Resumo
Objetivo: verificar a suspeição de transtornos mentais comuns em familiares dos usuários de um ambulatório de psiquiatria durante a pandemia do Covid-19 e analisar as queixas. Método: estudo transversal realizado em 2021 com 31 familiares dos usuários de um ambulatório de saúde mental no município do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados foram coletados por meio de um instrumento com variáveis sociodemográficas e aspectos psicossociais da Covid-19 e na verificação dos transtornos mentais comuns utilizou-se o Self Report Questionnaire-20. Resultados: a frequência de suspeição de transtornos mentais comuns na amostra foi de 51,6%. As queixas com maiores frequências de respostas positivas foram: “sentir-se nervoso, tenso ou preocupado” (83,1%), “sentir-se triste ultimamente” (54,8%), “tem dores de cabeça frequentes” (41,9%). Na percepção dos familiares as queixas foram associadas, principalmente ao “cuidado do familiar com transtorno mental durante a pandemia” (67,7%), “problemas financeiros” (67,7%) e “mudanças na rotina familiar devido ao Covid-19” (54,8%). Conclusão: a alta frequência de suspeição de transtornos mentais comuns e as queixas identificadas requerem do serviço de saúde mental o suporte as famílias de modo a minimizar o sofrimento no grupo.
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