Representações sociais de enfermeiras acerca do cuidado familiar recebido por mulheres usuárias de crack durante a internação na maternidade e centro obstétrico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i3.2762Palavras-chave:
Mulheres; Gravidez; Cocaína Crack; Família; Enfermagem.Resumo
Conhecer as representações sociais de enfermeiras que atuam em Maternidade e Centro Obstétrico acerca do cuidado familiar recebido por mulheres usuárias de crack durante a internação nos setores. Pesquisa com abordagem qualitativa. Teve como referencial teórico a Teoria das Representações Sociais. Participam 14 enfermeiras que atuavam na maternidade e centro obstétrico de um hospital do sul do Brasil. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2018, por entrevistas semiestruturadas e organizados pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. As representações sociais são de que a maioria dessas mulheres enfrenta problemas familiares, laços fragilizados, não tendo uma estrutura familiar consolidada. Chegam ao serviço desacompanhadas e ficam sozinhas no hospital. Algumas são acompanhadas pela mãe ou pela irmã que ficam responsáveis por cuidar do seu filho no hospital e após a alta. Algumas são trazidas para o hospital ou acompanhadas pelos amigos, companheiros, cafetões, clientes e/ou pessoas que não tem laços consanguíneos. Muitos familiares, também, têm envolvimento com drogas. O cuidado à mulher gestante usuária de crack na Maternidade e Centro Obstétrico é complexo, exige capacitação da equipe de enfermagem para dar conta da sua necessidade de assistência. A mesma não tem conseguido exercer seu direito a um acompanhante no hospital, sendo necessário já durante o pré-natal ou no momento da sua internação no hospital captar um familiar para ser seu apoio neste momento tão importante. Acredita-se que sentir-se apoiada pode servir de estímulo a esta mulher para diminuir/ evitar o uso do crack e exercer a maternidade de forma mais comprometida.
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