Diagnóstico da leishmaniose visceral e percepção dos tutores de cães e gatos sobre a doença no sertão de Sergipe
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27643Palavras-chave:
Educação em saúde; Flebotomíneo; Zoonose.Resumo
A leishmaniose visceral no Brasil é causada por um protozoário, comumente o Leishmania infantum, a transmissão ocorre por repasto sanguíneo das fêmeas do inseto vetor, o flebotomíneo. Esta doença é de relevante impacto para a saúde pública, os cães são considerados reservatórios e sinalizadores da existência de flebotomíneos infectados. Assim, objetivou-se diagnosticar a leishmaniose visceral em cães do sertão sergipano e avaliar a percepção dos tutores de cães e gatos com relação a esta doença. Foi executado um estudo epidemiológico do tipo analítico, observacional e transversal. Sendo realizado o diagnóstico da leishmaniose visceral de cães atendidos no ambulatório do Campus Sertão da Universidade Federal de Sergipe e entrevistas aos tutores de cães e gatos na campanha de vacinação antirrábica de 2020, no município de Nossa senhora da Glória, Sergipe. Em relação ao diagnóstico, 3,33% dos cães testados foram reagentes. Foram entrevistados tutores do gênero feminino (71%), idade entre 26 a 49 anos (52%), 29% concluíram o ensino médio e 45% com renda familiar abaixo de 1 salário mínimo. Dos entrevistados que afirmaram conhecer a doença, 23% conheceram através de profissionais da saúde e 56% afirmaram que a leishmaniose visceral é uma zoonose, porém, desconhecem a transmissão e prevenção. Diante dos dados obtidos, percebe-se que grande parte da população não conhece informações básicas sobre a leishmaniose visceral, sendo necessárias ações de educação em saúde.
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