Itinerário terapêutico de pacientes hematológicos: a importância do diagnóstico precoce
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27670Palavras-chave:
Itinerário Terapêutico; Serviços de Saúde; Hematologia; Diagnóstico Precoce; Atraso.Resumo
Objetivo: identificar a trajetória de pacientes com leucemias agudas e anemia aplástica severa na busca por atendimento até um centro de referência. Métodos: pesquisa transversal, observacional, quantitativa e analítica. A pesquisa foi realizada em um hospital universitário no sul do Brasil, em dois serviços de atendimento a pacientes onco-hematológicos. No período de 18 meses, 237 pacientes foram atendidos, de acordo com os critérios de inclusão: adultos maiores de 18 anos, sem tratamento prévio para a doença e com confirmação diagnóstica, sendo elegíveis para o estudo, 31 pacientes com leucemias agudas e 19 com anemia aplástica severa (n=50). Resultados: a mediana de tempo do intervalo de busca por ajuda foi de 7 (0-158) dias; intervalo de diagnóstico de 14 (0-390) dias; e intervalo de pré-tratamento 2 (71-783) dias. A procura por atendimento, nos primeiros dez dias após início dos sintomas, ocorreu por 16 (61,5%) pacientes com leucemias agudas e por 7 (41,2%) pacientes com anemia aplástica severa (p≥0,05). O intervalo de tempo entre o diagnóstico, proximidade ao centro especializado e tipo da doença demostraram significância estatística. Conclusão: o conhecimento dos fatores que levam ao retardo no diagnóstico dessas doenças contribui para a compreensão relativa aos cuidados com a saúde, contribuindo para melhorar a assistência hematológica e com a formulação de políticas públicas, incluindo estratégias eficazes para melhorar o acesso ao serviço especializado.
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