Perfil sociodemográfico e econômico das famílias produtoras de milho: evidência empírica do Distrito de Sussundenga, Moçambique

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27675

Palavras-chave:

Agricultura; Autoconsumo; Economia; Família rural; Gênero.

Resumo

Este estudo objetivou descrever as características sociodemográficas e econômicas das famílias produtoras de milho do distrito de Sussundenga, Moçambique.  A coleta de dados foi por aplicação de questionário a 140 produtores de milho e quatro reuniões em grupo focal com esses agricultores nos meses de fevereiro e março de 2018. Após a coleta, os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Os resultados apontam que apesar de a maioria da população do distrito ser do sexo feminino, as famílias produtoras de milho são majoritariamente chefiadas por homens. Verificou-se relação inversa entre idade e nível escolar dos chefes desses agregados. Se comparadas com os homens, as mulheres apresentam menor escolaridade e estão menos envolvidas em atividades diferentes da agricultura. A maioria das famílias tem baixa renda per capita. Embora muitas famílias sejam pluriativas, a agricultura continua atividade econômica importante. As famílias cultivam uma multiplicidade de culturas, sendo o milho o mais importante. As falhas de mercado limitam a predisposição das famílias em produzir essa cultura com orientação ao mercado. Nesse sentido, ações visando reduzir as falhas de mercado podem ser cruciais para os produtores tirarem mais proveito econômico da produção de milho.

Referências

Baker, P. (1988). Participation in small groups: Social, physical, and situational predictors. Small group behavior. 19 (1), 3-18.

Brumer. A. (2004). Gênero e agricultura: A situação da mulher na agricultura do Rio Grande do Sul. Estudos Feministas, Florianópolis. 12 (1), 205-227.

Candido, J. (2013). Falhas de mercado e regulação no saneamento básico. Revista Informe Econômico, 1 (1), 85-89.

Cunguara, B. et al. (2013). O Sector Agrário em Moçambique: Análise situacional, constrangimentos e oportunidades para o crescimento agrário.

Dias, P. (2013). Analysis of incentives and disincentives for maize in Mozambique. Technical notes series. MAFAP. FAO. Rome. http://www.fao.org/3/a-at575e.pdf.

Feijó, J, & Mosca, J. (2016). Menos Pobreza e Mais Pobres: Reflexões Sobre o IOF 2014/5. Destaque Rural Nº 17. Observatório do Meio Rural. Maputo.

Grisa, C, & Schneider, S. (2008a). Plantar pro gasto": a importância do autoconsumo entre famílias de agricultores do Rio Grande do Sul. Revista de Economia e Sociologia Rural, 46 (2), 481-515.

Grisa, C. & Schneider, S. (2008b). Fatores Determinantes na produção para autoconsumo na agricultura familiar: um estudo comparativo no Rio Grande do Sul. Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, 17 (2), 47-74.

Instituto Nacional De Estatística-INE (2015). Relatório Final do Inquérito ao Orçamento Familiar - Iof-2014/15. Maputo.

King, E., & Winthrop, R. (2015). Today's challenges for girls' education. Brookings Global Working Paper Series.

Maluf, R. (2003). A multifuncionalidade da agricultura na realidade rural brasileira. In “Para além da produção: multifuncionalidade e agricultura familiar”. Mauad, p. 135-152, Carneiro, M, & Maluf, R. (Organizadores).

Manala, M. (2015). African traditional widowhood rites and their benefits and/or detrimental effects on widows in a context of African Christianity. HTS Theological Studies, 71 (3), 01-09. http://dx.doi.org/10.4102/hts.v71i3.2913

Marassiro, M. Oliveira, M. & Pereira, G. (2021). Agricultura familiar em Moçambique: Características e desafios. Research, Society and Development. 10 (6), e22110615682-e22110615682.

Melesse, B. (2018). A Review on Factors Affecting Adoption of Agricultural New Technologies in Ethiopia. Journal of Agricultural Science and Food Research. 9 (3), 1-4.

Ministério da Administração Estatal-MAE. (2005). Perfil do distrito de Sussundenga. Província de Manica.

Ministério da Administração Estatal-MAE. (2014). Perfil do distrito de Sussundenga. Província de Manica. Maputo. Disponível em: http://www.maefp.gov.mz/wp-content/uploads/2017/04/Sussundenga.pdf Acesso em: maio. 2018.

Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar-Masa (2015). Anuário de Estatísticas Agrárias. Maputo.

Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (2016). Boletim Informativo do Mercado do Trabalho–Nº 1, Maputo, 2016. http://www.mitess.gov.mz/sites/default/files/documents/files/Boletim%20I%20Trimestre%202016%20%20%20COMPLETO.pdf. Acesso em maio de 2019.

Mudema, J. Sitole, R. & Mlay, G. (2012). Rentabilidade da cultura do milho na zona sul de Moçambique: Estudo de caso do distrito de Boane. Relatório Preliminar de Pesquisa. n. 3, Maputo.

Mwangi, M. & Kariuki, S (2015). Factors determining adoption of new agricultural technology by smallholder farmers in developing countries. Journal of Economics and sustainable development. 6 (5), 208-217.

Neitzke, D. Favarão, S. & Dos Santos, M. (2014). Perfil das Agroindústrias Familiares Situadas na Região Centro-Ocidental do Estado do Paraná. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente. 7 (2).

Olmos, G. (2011). The benefits of educating girls in developing countries with a case study in Livingston. Zambia. Project work 100 points.

Richardson, R. J. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas. (3a ed.), Atlas.

Sakamoto, C. Nascimento, C. & Maia, A. (2016). As Famílias Pluriativas e Não Agrícolas no Rural Brasileiro: condicionantes e diferenciais de renda. Revista de Economia e Sociologia Rural. São Paulo, 54 (3), 561-582. http://dx.doi.org/10.1590/1234-56781806-94790540309.

Schwarze, S. (2004). Determinants of Income Generating Activities of Rural Households." A Quantitative Study in the Vicinity of the Lore-Lindu National Park in Central Sulawesi/Indonesia. Göttingen.

Sousa, L., & Guedes, D. (2016). A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estudos Avançados. 30 (87), 123-139. doi: 10.1590/S0103-40142016.30870008.

Swanepoel, J. Van Niekerk, J. & D’haese, L. (2017). The socio-economic profile of urban farming and non-farming households in the informal settlement area of the Cape Town Metropole in South Africa. South African Journal of Agricultural Extension. 45 (1) 131-140. DOI: http://dx.doi.org/10.17159/2413-3221/2017/v45n1a447.

Uaiene, R. Arndt, C. & Masters, W. (2009). Determinants of agricultural technology adoption in Mozambique. Discussion papers. 67.

Zidora, C. et al. (2018). O papel dos contratos e das ações coletivas na produção e comercialização do milho em Moçambique. Revista Brasileira de Planejamento e Desenvolvimento. (7) 4, 461-478, 10.3895/rbpd.v7n4.8745

Van Der Ploeg, J. (2003). Uitgeverij Van Gorcum. The virtual farmer: past, present and future of the Dutch peasantry.

Downloads

Publicado

26/03/2022

Como Citar

COME, S. F.; FERREIRA NETO, J. A. .; CAVANE, E. P. A. Perfil sociodemográfico e econômico das famílias produtoras de milho: evidência empírica do Distrito de Sussundenga, Moçambique. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 4, p. e55111427675, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i4.27675. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27675. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas