A ordem civilizadora da barbárie: o sistema prisional feminino no brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i3.2769

Palavras-chave:

Sistema Prisional Feminino. Direitos Humanos. Estado Penal. Mulheres. Psicologia Social.

Resumo

Este artigo consiste na análise, por meio de pesquisa bibliográfica, acerca da dualidade entre civilização e barbárie, através da permeação do Estado penal na contemporaneidade e suas relações com a Declaração Universal dos Direitos humanos, utilizando da ótica do Sistema Prisional Feminino no Brasil. Para essa análise, foram abordados temas referentes ao sexismo, racismo, capitalismo e a restrita ação dos Direitos humanos, preeminentes no status quo social e hierarquizado ao qual o Estado penal mantém. Frente a isso, o surgimento de uma cultura punitiva preconizada pelas instâncias políticas reforça a construção de mais “instituições de sequestro” através de uma manifestação do Estado em manter o poder hierárquico diante da individualidade das detentas, privando-as de seus direitos e fixando essa sujeição à estrutura disciplinar em que predomina a falta de recursos básicos para sua saúde física e psicológica. Assim, o intuito principal do artigo é abrir a discussão sobre a quem são voltados os Direitos humanos e questionar as instituições prisionais através da ideia de abolicionismo penal, utilizando dos estudos em Psicologia Social e autores como Michel Foucault, Katie Arguello, Drauzio Varella e Angela Davis.

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Publicado

11/03/2020

Como Citar

MORAES, L. C. de; SOUZA, L. M. de; FRAGOSO, M. F.; OLIVEIRA, V. F. de; CARLESSO, J. P. P. A ordem civilizadora da barbárie: o sistema prisional feminino no brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 3, p. e197932769, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i3.2769. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/2769. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais