Etnofarmacologia de plantas medicinais utilizadas pela população rural e ribeirinha do município de Itacoatiara-AM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27735

Palavras-chave:

Etnofarmacologia; Plantas medicinais; Unidade Básica de Saúde.

Resumo

A importância cultural do saber tradicional dos povos amazônicos acerca das plantas medicinais tem sido cada vez mais valorizado no contexto dos sistemas públicos de saúde e despertado o interesse da indústria farmacêutica pelos estudos farmacológicos, fitoquímicos e agronômicos aplicados à busca de novos medicamentos. Neste estudo buscou-se dimensionar os hábitos advindos do uso tradicional de plantas medicinais por usuários de uma Unidade Básica de Saúde. Tratou-se de um estudo etnofarmacológico, realizado mediante análise de entrevistas a população rural e ribeirinha assistida por uma Unidade Básica de Saúde do município de Itacoatiara- AM, cujos dados coletados foram analisados e interpretados por meio de estatística descritiva. As variáveis demonstraram prevalência de indivíduos de sexo feminino, idade entre 18 e 81 anos, ensino médio e renda familiar menor que um salário mínimo. Foram citadas 36 espécies de plantas medicinais, com predomínio do preparo de infusões e indicações como calmante, na dor epigástrica e em processos inflamatórios. Os resultados contribuem para o resgate e valorização do saber popular; para ampliar e consolidar o uso seguro e eficaz de plantas medicinais no contexto da atenção primária à saúde e para promover o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população do município de Itacoatiara – AM.

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Publicado

29/03/2022

Como Citar

MOTA, L. A. da; PEREIRA, D. T. M.; ASSIS, M. E. S.; MARQUES, S. B.; SILVA, B. B. da. Etnofarmacologia de plantas medicinais utilizadas pela população rural e ribeirinha do município de Itacoatiara-AM. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 5, p. e5111527735, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.27735. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27735. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde