Etnofarmacologia de plantas medicinais utilizadas pela população rural e ribeirinha do município de Itacoatiara-AM
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27735Palavras-chave:
Etnofarmacologia; Plantas medicinais; Unidade Básica de Saúde.Resumo
A importância cultural do saber tradicional dos povos amazônicos acerca das plantas medicinais tem sido cada vez mais valorizado no contexto dos sistemas públicos de saúde e despertado o interesse da indústria farmacêutica pelos estudos farmacológicos, fitoquímicos e agronômicos aplicados à busca de novos medicamentos. Neste estudo buscou-se dimensionar os hábitos advindos do uso tradicional de plantas medicinais por usuários de uma Unidade Básica de Saúde. Tratou-se de um estudo etnofarmacológico, realizado mediante análise de entrevistas a população rural e ribeirinha assistida por uma Unidade Básica de Saúde do município de Itacoatiara- AM, cujos dados coletados foram analisados e interpretados por meio de estatística descritiva. As variáveis demonstraram prevalência de indivíduos de sexo feminino, idade entre 18 e 81 anos, ensino médio e renda familiar menor que um salário mínimo. Foram citadas 36 espécies de plantas medicinais, com predomínio do preparo de infusões e indicações como calmante, na dor epigástrica e em processos inflamatórios. Os resultados contribuem para o resgate e valorização do saber popular; para ampliar e consolidar o uso seguro e eficaz de plantas medicinais no contexto da atenção primária à saúde e para promover o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população do município de Itacoatiara – AM.
Referências
Borges, L. S., Vietta, G. G., Borges, K. R., Nazario, N. O. (2018). Estudo dos critérios determinantes de procura pelo serviço de emergência, por pacientes classificados como pouco urgentes e não urgentes, em um Hospital Geral do Sul do Brasil. Arquivos Catarinenses de Medicina, 47 (3): 60-73. http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/363
BRASIL, B. (2006). Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Assistência farmacêutica na atenção básica: instruções técnicas para sua organização (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009b.(Série A. Normas e Manuais Técnicos). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/fitoterapia_no_sus.pdf
BRASIL, B. (2009). Ministério da Saúde. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Espécies vegetais DAF/SCTIE/MS - RENISUS - Agência Saúde. Brasília, DF. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/pdf/marco/ms_relacao_plantas_medicinais_sus_0603.pdf
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2011). Formulário de fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira, (1° edição). https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/8084json-file-1
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2016). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira, (1ª edição). https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/memento-fitoterapico/memento-fitoterapico.pdf/@@download/file/Memento%20Fitoterapico.pdf
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2021). Formulário de fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira, (2ª edição). https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/2021-fffb2-final-c-capa2.pdf.
Brito, S. F., Evangelista, A. W. L. (2020). Plantas medicinais utilizadas na comunidade de Campo Preto, Arneiroz, Ceará. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 15(4), 434-441. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7634388
Carvalho, D. S., Garcia, T. V. L., Lima, J. P. S., Souza, D. W. N., Vaz, M. A. B. (2018). Plantas medicinais na Amazônia: um diagnóstico da produção científica. Anais do Seminário Internacional em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. Manaus: EDUA. https://www.even3.com.br/anais/5sicasa/93446-plantas-medicinais-na-amazonia--um-diagnostico-da-producao-cientifica/
Cervelatti, E. (2018). Conhecimento popular e ciência: uma parceria de sucesso no interior da Amazônia. Araçatuba: Missão Salesiana de Mato Grosso. https://unisalesiano.com.br/lins/wp-content/uploads/2018/06/Livro_conhecimento_popular_ciencia_2018.pdf
Costa- Lotufo, L. V., Montenegro, R. C., Alves, A. P. N. N., Madeira, S. V. F., Pessoa, C., Moraes, M. E. A., Moraes, M. O. (2010). A Contribuição dos Produtos Naturais como Fonte de Novos Fármacos Anticâncer: Estudos no Laboratório Nacional de Oncologia Experimental da Universidade Federal do Ceará. Revista Virtual de Química, 2(1), 47-58. http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v2n1a06.pdf
Flor, A. S. S. O., Barbosa, W. L. R. (2015). Sabedoria popular no uso de plantas medicinais pelos moradores do bairro do sossego no distrito de Marudá – PA. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 7(4),757-768. https://doi.org/10.1590/1983-084X/14_064.
Fraxe, T. J. P., Pereira, H. S., Witkoski, A. C. (2007). Comunidades ribeirinhas amazônicas: modos de vida e uso dos recursos naturais. Manaus: EDUA.
Gama, A. S. M., Fernandes, T. G., Parente, R. C. P., Secoli, S. R. (2018). Inquérito de saúde em comunidades ribeirinhas do Amazonas, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 34(2):e00002817. https://doi.org/10.1590/0102-311X00002817.
Giraldi, M., Hanazaki, N. (2010). Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botânica Brasileira, 24(2): 395-406. https://doi.org/10.1590/S0102-33062010000200010.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. ITACOATIARA. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/itacoatiara/panorama. Acessado em 21 jun. de 2018.
Lopes, M. A., Nogueira, I. S., Obici, S. (2015). Albiero, A. L. M. Estudo das plantas medicinais, utilizadas pelos pacientes atendidos no programa “Estratégia saúde da família” em Maringá/PR/Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 17(4), 702-706. https://doi.org/10.1590/1983-084X/12_173.
Lopes, B. E. R., Barbieri, M. G. M., Campos, W. A. (2021). Análise comparativa entre o uso de plantas medicinais e medicamentos industrializados em Rolim de Moura do Guaporé-RO. Biodiversidade, 20(1), 129-138. file:///C:/Users/Daniel/Downloads/11963-Texto%20do%20Artigo-46675-1-10-20210304.pdf
Madeiro, A. A. S., Lima, C. R. (2017). Levantamento etnofarmacológico das plantas medicinais utilizadas pelos usuários da Unidade De Saúde da Família Paulo Leal de Melo em Maceió-AL. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente, 5(2), 41-51. https://doi.org/10.17564/2316-3798.2017v5n2p41-52.
Marques, W. P. G., Anjos, T. O., Costa, M. N. R. F. (2020). Plantas medicinais usadas por comunidades ribeirinhas do Estuário Amazônico. Brazilian Journal of Development, 6(10), 74242-74261. https://doi.org/10.34117/bjdv6n10-013.
Mattos, G., Camargo, A., Souza, C. A., Zeni, A. L. B. (2018). Plantas medicinais e fitoterápicos na Atenção Primária em Saúde: percepção dos profissionais. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3735-3744. https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.23572016.
Miranda, G. S., Souza, S. R., Amaro, M. O., Rosa, M. B., Carvalho, C. A. (2013). Avaliação do conhecimento etnofarmacológico da população de Teixeiras - MG, Brasil. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, 34(4):559-563. https://rcfba.fcfar.unesp.br/index.php/ojs/article/view/181
Motta, A. O., Lima, D. C. S., Vale, C. R. (2016). Levantamento do Uso de Plantas Medicinais em um Centro de Educação Infantil em Goiânia – GO. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, 14(1), 629-646. http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v14i1.2613.
Noumi, E., Houngue, F., Lontsi, D. (1999). Traditional medicines in primary healt care: plants used for the treatment of hypertension in Bafia, Cameroon. Fitoterapia, 70(2),134-139. https://doi.org/10.1016/S0367-326X(98)00025-2.
Oliveira, T. B., Costa, J. C. (2017). Concordância de uso e importância das espécies utilizadas como medicinais pela comunidade do Povoado Juá, Paulo Afonso–BA. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação, 5(7), 1-21. https://www.revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/4018
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Método Qualitativo, Quantitativo ou Quali-Quanti. In: Metodologia da Pesquisa Científica. Retrieved from https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Pereira, M. G. S., Coelho-Ferreira, M. (2017). Uso e diversidade de plantas medicinais em uma comunidade quilombola na Amazônia Oriental, Abaetetuba, Pará. Biota Amazônia, 7 (3), 57-68. http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v7n3p57-68.
Pimentel, V., Vieira, V., Mitidieri, T., França, F., Pierone, J. P.(2015). Biodiversidade brasileira como fonte da inovação farmacêutica: uma nova esperança? Revista do BNDES, 43, 41-89. https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/5602
Saab, F., Dias, F. O., Lopes, A. V., Ramalho, P. I. S. (2021). Políticas Públicas e Desenvolvimento Humano: Fatores que impactam o IDH em municípios brasileiros. Race, 20(2), 209-230. https://doi.org/10.18593/race.23354.
Santos, K. F., Cavalho, D. S., Gato, L. C., Souza, F. G., Lima, J. P. S. (2021). Composição florística dos quintais agroflorestais do assentamento São Francisco, município de Canutama-AM. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, 10(3), 131-153. https://doi.org/10.19177/rgsa.v10e32021131-153.
Soares, F. P., Fraga, A. F., Neves, J. P. O., Romero, N. R., Bandeira, M. A. M. (2015). Estudo etnofarmacológico e etnobotânico de Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel (janaguba). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 17(4), 900-908. https://doi.org/10.1590/1983-084X/14_086.
Souza, B. G. R., Silva, M. M. (2017). Conhecimento tradicional e uso de plantas medicinais na Agrovila Carlos Pena Filho, Brasil Novo–PA. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 19(1), 19-30. https://doi.org/10.1590/1983-084X/0082.
Santos, L. S. N., Salles, M. G. F., Pinto, C. M., Pinto, O. R. O., Rodrigues, I. C. S. (2018). O saber etnobotânico sobre plantas medicinais na Comunidade da Brenha, Redenção, CE. Agrarian Academy, 5(9), 409-421. https://doi.org/10.18677/Agrarian_Academy_2018a40.
Souza, M. J. C., Lobato, S. L. Menezes, A. O. (2019). Conhecimento tradicional de plantas medicinais na comunidade ribeirinha do Igarapé Banha no Município de Mazagão - Amapá, Amazônia brasileira. Estação Científica (UNIFAP), 9(1), 51-62. https://doi.org/10.18468/estcien.2019v9n1.p51-62.
Tugume, P., Kakudidi, E. K., Buyinza, M., Namaalwa, J., Kamatenesi, M., Mucunguzi, P., Kalema, J. (2016). Ethnobotanical survey of medicinal plant species used by communities around Mabira Central Forest Reserve, Uganda. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 12(5), 1- 28. https://doi.org/ 10.1186/s13002-015-0077-4.
Xavier, R. A. T., Lima, R. A. (2020). O papel das mulheres na construção do conhecimento em etnobotânica na região norte: uma revisão integrativa. Conhecimento & Diversidade, 12(27), 51-63. https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/conhecimento_diversidade/article/view/7456
Zeni, A. L. B., Parisotto, A. V., Mattos, G., Santa Helena, E. T. (2017). Utilização de plantas medicinais como remédio caseiro na Atenção Primária em Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 22(8):2703-2712. https://doi.org/10.1590/1413-81232017228.18892015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Leidiane Andrade da Mota; Daniel Tarciso Martins Pereira; Maria Emília Santos Assis; Silvia Brito Marques; Betânia Braga da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.