Associação do vírus Epstein-Barr com Linfoma de Hodgkin: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27793Palavras-chave:
Linfoma de Hodgkin; Vírus Epstein-Barr; Células de Reed-Stenberg; Hematologia.Resumo
O manejo do Linfoma de Hodgkin tem sido um grande desafio nas últimas décadas, dada a sua heterogeneidade do ponto de vista histopatológico e a gama de alterações celulares que causa. Muitos estudos e pesquisas são empreendidos com o objetivo de elucidar qual a associação entre o Vírus Epstein Barr com a respectiva patologia, em termos prognósticos e clínicos. O Linfoma de Hodgkin é uma neoplasia atípica, outrora confundida, até mesmo, com outras doenças como a tuberculose, uma vez que a célula que a caracteriza, chamada de Reed-Sternberg, célula B transformada, compõe a minoria (1-5%) na população tumoral. O trabalho teve a sua metodologia fundada em uma pesquisa bibliográfica, levando em consideração autores renomados e obras cientificas, respaldada de fundamentação teórica e com ampla aceitação no meio acadêmico. Não obstante ser indene de dúvidas a correlação do vírus Epstein Barr (EBV) em células cancerosas, especialmente em pacientes que apresentaram mononucleose infecciosa, na infância ou juventude, não há, no mundo científico, certeza da correlação prognóstica desta associação. Ainda assim, estudos e trabalhos demonstram piora prognóstica e de sobrevida naqueles pacientes em cujas células são expressos genes de EBV. Ademais, serão avaliadas possíveis investigações quanto à classificação da doença, fatores de risco, manifestações clínicas, diagnóstico, estadiamento, fatores favoráveis ou desfavoráveis e tratamento da doença, além de alguns mecanismos que envolvem a patogênese do câncer e EBV. A metodologia neste estudo de caso constitui-se de uma pesquisa fundamental, descritiva, explicativa, bibliográfica, longitudinal e retrospectiva.
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