Curta escala temporal de regeneração em floresta tropical seca do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.27880Palavras-chave:
Semiárido; Caatinga; Regeneração natural; Floresta Secundária; Campo de agricultura abandonada.Resumo
As florestas tropicais secas cobrem grandes regiões do mundo e foram amplamente alteradas pelas atividades humanas. Este estudo teve como objetivo caracterizar e comparar a densidade, diversidade e parâmetros estruturais de uma floresta seca secundária alterada pelo homem em um intervalo de cinco anos de regeneração. Duzentas parcelas foram implantadas na floresta e foram realizados dois levantamentos de monitoramento, com intervalo de cinco anos entre eles. Todos os indivíduos de cada parcela com diâmetro ao nível do solo ≥3 cm foram medidos. Após cinco anos, não foram observadas diferenças no número de espécies. A densidade total e a área basal média diminuíram, como resultado da maturação da floresta e possivelmente devido a uma estiagem prolongada em 2012. Em 2008, a área basal total era de 10,59 m².ha-1, aumentando para 11,01 m².ha-1 em 2013. A altura média da comunidade não aumentou significativamente, de 3,59 m em 2008 para 3,65 min em 2013. O número de indivíduos nas classes de maior diâmetro diminuiu entre 2008 e 2013, enquanto o contrário foi observado nas classes menores. Alguns parâmetros estruturais aumentaram ou diminuíram dependendo do grupo de espécies analisadas e ainda houve um grupo que não apresentou alterações significativas. Portanto, a idade desde o abandono pode afetar o processo de regeneração e a resiliência da floresta. Percebemos que a velocidade com que essas alterações ocorreram em um intervalo de cinco anos pode ser considerada lenta e mudanças no processo de recuperação de uma floresta de 16 anos podem não ser detectadas.
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