Mortalidade por reações adversas a medicamentos no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.27897Palavras-chave:
Efeitos colaterais e reações adversas relacionadas a medicamentos; Segurança do paciente; Mortalidade; Sistemas de informação em saúde; Brasil.Resumo
Objetivo: Avaliar a mortalidade por reação adversa a medicamentos (RAM) e a distribuição dos óbitos no Brasil e regiões. Metodologia: Estudo exploratório de série temporal da mortalidade por RAM no Brasil por meio da busca de dados contidos no Sistema de Informação de Mortalidade-DATASUS, durante o período de 2000 a 2019. Utilizou-se a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), com os códigos Y40 a Y59. Foram calculadas as taxas de mortalidade por RAM, segundo sexo, faixa etária e região de residência. Resultados: Nos 20 anos analisados foram registrados 2003 (0,001%) óbitos por RAM. A taxa média de mortalidade por RAM no Brasil foi de 0,0516/100.000 hab, variando de 0,0342 a 0,0715/100.000 hab. A Região Sudeste apresentou as maiores taxas de mortalidade em média no período, seguida pela Região Sul e Centro-Oeste, enquanto as menores taxas foram encontradas na Região Norte. A frequência de mortes foi maior no sexo feminino e as maiores taxas na faixa etária de 60 anos ou mais. Conclusão: A mortalidade por RAM está aumentando no Brasil com diferenças regionais. A pequena quantidade de registros no período demonstra a necessidade de sensibilização dos profissionais de saúde quanto ao preenchimento das certidões de óbito quando a causa mortis estiver relacionada a RAM.
Referências
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2009). Guia Regulatório-ANVISA. Glossário da Resolução RDC No 04/2009. Brasília.
ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (2021). Notificações de Farmacovigilância, VIGIMED. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/acessoainformacao/dadosabertos/informacoes-analiticas/notificacoes-de-farmacovigilancia
Auraaen, A., L. Slawomirski & N. Klazinga (2018), "The economics of patient safety in primary and ambulatory care: Flying blind", OECD Health Working Papers, No. 106, OECD Publishing, Paris. https://doi.org/10.1787/baf425ad-en
Bénard-Laribière, A., Miremont-Salamé, G., Pérault-Pochat, M. C., Noize, P., Haramburu, F., & EMIR. Study Group on behalf of the French network of pharmacovigilance centres (2015). Incidence of hospital admissions due to adverse drug reactions in France: the EMIR study. Fundamental & clinical pharmacology, 29(1), 106–111. https://doi.org/10.1111/fcp.12088
Bertoldi A. D., Pizzol T.S., Ramos L.R., Mengue S.S., Luiza V.L., Tavares N.U.L., Farias, M. R., Oliveira, M. A., & Arrais, P. S. D. (2016). Perfil sócio - demográfico dos usuários de medicamentos no Brasil: resultados da PNAUM 2014. Rev Saúde Pública, 50 Suppl 2:5s.
Brvar, M., Fokter, N., Bunc, M., & Mozina, M. (2009). The frequency of adverse drug reaction related admissions according to method of detection, admission urgency and medical department specialty. BMC clinical pharmacology, 9, 8. https://doi.org/10.1186/1472-6904-9-8
Carrasco-Garrido, P., de Andrés, L. A., Barrera, V. H., de Miguel, G. A., & Jiménez-García, R. (2010). Trends of adverse drug reactions related-hospitalizations in Spain (2001-2006). BMC health services research, 10, 287. https://doi.org/10.1186/1472-6963-10-287
Cheng, Y., Raisch, D. W., Borrego, M. E., & Gupchup, G. V. (2013). Economic, clinical, and humanistic outcomes (ECHOs) of pharmaceutical care services for minority patients: a literature review. Research in social & administrative pharmacy: RSAP, 9(3), 311–329. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2012.05.004
Correr, C. J., Otuki, M. F., & Soler, O. (2011). Assistência farmacêutica integrada ao processo de cuidado em saúde: gestão clínica do medicamento. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 2(3), 41-49. https://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232011000300006
Classen, D. C., & Metzger, J. (2003). Improving medication safety: the measurement conundrum and where to start. International journal for quality in health care: journal of the International Society for Quality in Health Care, 15 Suppl 1, i41–i47. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzg083
Edwards, I. R., & Aronson, J. K. (2000). Adverse drug reactions: definitions, diagnosis, and management. Lancet (London, England), 356(9237), 1255–1259. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(00)02799-9
Gonçalves, S. T., Louro, E., Pedroso, R. B., Soares, A. L. P. P. de P., & Cuman, R. K. N. (2021). Injúria Hepática Induzida por Medicamentos em Pacientes Hospitalizados. Research, Society and Development, 10(16), e70101623236. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23236
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020). IBGE divulga o rendimento domiciliar per capita 2020. https://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Renda_domiciliar_per_capita/Renda_domiciliar_per_capita_2020.pdf
Lazarou, J., Pomeranz, B. H., & Corey, P. N. (1998). Incidence of adverse drug reactions in hospitalized patients: a meta-analysis of prospective studies. JAMA, 279(15), 1200–1205. https://doi.org/10.1001/jama.279.15.1200
Martins, A. C., Giordani, F., Guaraldo, L., Tognoni, G., & Rozenfeld, S. (2018). Adverse drug events identified in hospitalized patients in Brazil by International Classification of Diseases (ICD-10) code listings. Cadernos de saude publica, 34(12), e00222417. https://doi.org/10.1590/0102-311X00222417
OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde (2011). Boas práticas de farmacovigilância para as Américas. OPAS. Rede PAHRF Documento Técnico No 5. Washington, D.C.
Patel, T. K., & Patel, P. B. (2018). Mortality among patients due to adverse drug reactions that lead to hospitalization: a meta-analysis. European journal of clinical pharmacology, 74(6), 819–832. https://doi.org/10.1007/s00228-018-2441-5
Pirmohamed, M., James, S., Meakin, S., Green, C., Scott, A. K., Walley, T. J., Farrar, K., Park, B. K., & Breckenridge, A. M. (2004). Adverse drug reactions as cause of admission to hospital: prospective analysis of 18 820 patients. BMJ (Clinical research ed.), 329(7456), 15–19. https://doi.org/10.1136/bmj.329.7456.15
Porto, S., Marins, M., Mendes, W. & Travassos, C. (2010) A magnitude financeira dos eventos adversos em hospitais no Brasil. Rev Port Saúde Pública, (10):74-80.
Pouyanne, P., Haramburu, F., Imbs, J. L., & Bégaud, B. (2000). Admissions to hospital caused by adverse drug reactions: cross sectional incidence study. French Pharmacovigilance Centres. BMJ (Clinical research ed.), 320(7241), 1036. https://doi.org/10.1136/bmj.320.7241.1036
Santos, G., & Boing, A. C. (2018). Mortalidade e internações hospitalares por intoxicações e reações adversas a medicamentos no Brasil: análise de 2000 a 2014 [Hospitalizations and deaths from drug poisoning and adverse reactions in Brazil: an analysis from 2000 to 2014]. Cadernos de saude publica, 34(6), e00100917. https://doi.org/10.1590/0102-311X00100917
Shepherd, G., Mohorn, P., Yacoub, K., & May, D. W. (2012). Adverse drug reaction deaths reported in United States vital statistics, 1999-2006. The Annals of pharmacotherapy, 46(2), 169–175. https://doi.org/10.1345/aph.1P592
Silva, L. T., Modesto, A., Amaral, R. G., & Lopes, F. M. (2022). Hospitalizations and deaths related to adverse drug events worldwide: Systematic review of studies with national coverage. European journal of clinical pharmacology, 78(3), 435–466. https://doi.org/10.1007/s00228-021-03238-2
van der Hooft, C. S., Sturkenboom, M. C., van Grootheest, K., Kingma, H. J., & Stricker, B. H. (2006). Adverse drug reaction-related hospitalisations: a nationwide study in The Netherlands. Drug safety, 29(2), 161–168. https://doi.org/10.2165/00002018-200629020-00006
Waller, P., Shaw, M., Ho, D., Shakir, S., & Ebrahim, S. (2005). Hospital admissions for 'drug-induced' disorders in England: a study using the Hospital Episodes Statistics (HES) database. British journal of clinical pharmacology, 59(2), 213–219. https://doi.org/10.1111/j.1365-2125.2004.02236.x
Wester, K., Jönsson, A. K., Spigset, O., Druid, H., & Hägg, S. (2008). Incidence of fatal adverse drug reactions: a population based study. British journal of clinical pharmacology, 65(4), 573–579. https://doi.org/10.1111/j.1365-2125.2007.03064.x
World Health Organization (2009). The conceptual framework for the international classification for patient safety. http://www.who.int/ patientsafety/taxonomy/icps_full_report.pdf
WHOa. World Health Organization (2019). World Health Assembly 72. Patient Safety: global action on patient safety: report by the Director General. Geneva. https://apps.who.int/iris/handle/10665/328696
WHOb. World Health Organization (2019). 10 Facts on patient safety. Geneva. https://www.who.int/ features/factfiles/patient_safety/en/
Wu, T. Y., Jen, M. H., Bottle, A., Molokhia, M., Aylin, P., Bell, D., & Majeed, A. (2010). Ten-year trends in hospital admissions for adverse drug reactions in England 1999-2009. Journal of the Royal Society of Medicine, 103(6), 239–250. https://doi.org/10.1258/jrsm.2010.100113
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Estela Louro; Amanda de Carvalho Dutra; Simone Tomás Gonçalves; Vlaudimir Dias Marques; Ione Takaki; Rosana Rosseto de Oliveira; Raíssa Bocchi Pedroso; Roberto Kenji Nakamura Cuman
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.