Negacionismo à Ciência: Dificuldades da Realização de Pesquisa Epidemiológica de Campo no Interior da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28074Palavras-chave:
Pandemia; Covid-19; Fatores Políticos; Fatores Sociais; Fake News.Resumo
Objetivo: Relatar a experiência vivenciada na pesquisa intitulada “Evolução da Prevalência de Infecção pela Covid-19 no estado do Pará”, durante a primeira etapa na cidade de Novo Progresso no Pará. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, sobre a vivência durante a pesquisa epidemiológica do governo do estado do Pará. O estudo foi realizado pelo Governo do Estado do Pará em parceria com a Secretária de Saúde do Pará (SESPA) e a Universidade do Estado do Pará (UEPA), na qual os pesquisadores passaram capacitações híbridas, para a realização dos testes rápidos de anticorpos SARS-CoV-2 antibody test® da marca Wondfo. A entrevista se sucedia através do questionário sociodemográfico com acréscimo da sintomatologia do Covid-19 e da realização do teste rápido, e por fim o preenchimento da ficha de notificação. Resultados: Houve falta de colaboração da população, que estava dominada por viés político e negacionismo quanto a gravidade da pandemia, se negando a usar máscaras, manter o distanciamento, além do uso indiscriminado de medicamentos sem eficácia para a Covid-19, que erroneamente foram divulgados por autoridades para tratamento precoce, como a Hidroxicloroquina e Ivermectina, além que muitas vezes agiram com agressividade quando abordados. Conclusão: As pesquisas epidemiológicas são imprescindíveis para análise de parâmetros de saúde da população, contudo a falta de insumos necessários para adequada execução da pesquisa, e principalmente a falta de colaboração local são grandes adversidades encontradas para progresso da ciência em locais remotos da Amazônia.
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