Mitos e evidências da relação leite materno e cárie dentária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.28613

Palavras-chave:

Amamentação; Cárie; Primeira infância.

Resumo

Introdução: Na odontologia, vários estudos tendem a evidenciar que o aleitamento materno em livre demanda, principalmente no aleitamento noturno e com duração de mais de 6 meses, provoque cárie. A Academia Americana de Odontopediatria (AAPD) se pronuncia apontando o leite materno como um fator de risco para a primeira dentição devido a ocorrências de cáries  e mamadeira, principalmente a crianças que seguem a alimentação prolongada e repetitiva sem o seguimento de medidas de limpeza oral apropriadas, com ausência de definição precisa, o uso do termo desmame, alguns odontologistas aconselham aos pais que o leite pare de ser ofertado para as crianças antes de 1 ano de idade, assim  desencorajar o aleitamento maternal alongado e em livre demanda. Objetivo: analisar mitos e verdades a respeito sobre cáries em lactentes que possuem o aleitamento exclusivo. Metodologia: Revisão narrativa realizada através da BVS, icluindo artigos de 2011 a 2021, contendo as palavras chaves: aleitamento materno, cárie, lactentes. Resultados: Vários estudos indicam que a cárie é uma das doenças infecciosas mais corriqueiras entre crianças, estimando-se que, no Brasil, tenha uma superioridade cinco vezes maior que a da asma e sete vezes maior que a da rinite alérgica. Apesar disso, o aleitamento materno é recomendado dos 6 meses até os 2 primeiros anos de vida. Considerações Finais: Os estudos atuais têm demonstrado a cariogenicidade de vários alimentos dados às crianças e a não-cariogenicidade do leite materno. Por isso, devemos orientar os pais para o aleitamento seguro e livre de cáries.

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Publicado

11/09/2022

Como Citar

BOMFIM, V. V. B. da S. .; MUNIZ, A. B. .; BRAVO, A. F.; CABRAL, E. C. C. .; SANTOS, A. L. L. .; ARAÚJO, P. da C. . Mitos e evidências da relação leite materno e cárie dentária. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 12, p. e189111228613, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i12.28613. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28613. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde