Dermatofilose em ruminantes e equinos na região sul do Rio Grande do Sul entre 2009-2019

Resumo

Este trabalho teve como objetivo descrever a epidemiologia da dermatofilose em bovinos equinos e ovinos na região sul do Rio Grande do Sul, em um período de 10 anos. Para isso realizou-se uma pesquisa nos protocolos de necropsia/biopsia do laboratório identificando-se os casos de dermatofilose diagnosticados nestas espécies. Foram feitos 44 diagnósticos (49,4%) de um total de 89 casos de lesões cutâneas não proliferativas recebidas. Destes, 13 foram em bovinos, 29 foram em equinos e dois foram em ovinos. Foi realizada, também, uma consulta no Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS e, também, no DATASUS sobre a ocorrência de dermatofilose no homem para determinar a frequência do diagnóstico desta enfermidade por tratar-se de uma zoonose. Foi observado que tanto em Hospitais públicos como no Banco de dados do SUS as dermatopatias são registradas de forma inespecífica, sendo a dermatofilose uma dermatopatia com lesões inespecíficas o diagnóstico definitivo com caracterização do agente, de modo geral, não é feito. Os resultados deste trabalho permitiram concluir que a dermatofilose tem importância relativa nas espécies domésticas de produção, uma vez que a mortalidade em bovinos e equinos é nula, porém deve-se levar em conta a queda na produção leiteira em bovinos. Em ovinos houve mortalidade e prejuízos pela queda na qualidade da lã, devendo ser considerada no diagnóstico de lesões de pele nesta espécie. No homem o fato de a doença ser subnotificada, alerta para a possibilidade de sua ocorrência no meio rural, entretanto dificilmente os casos chegam ao conhecimento no laboratório.