Classificação do estado físico e risco anestésico de cães submetidos à osteossíntese

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28682

Palavras-chave:

Fraturas; Canino; ASA; Avaliação pré-cirúrgica.

Resumo

A principal casuística de problemas ortopédicos na clínica de animais de pequeno porte são fraturas traumáticas. Na maioria dos casos de fraturas em cães e gatos está indicado o tratamento cirúrgico. Todo paciente submetido a procedimento cirúrgico necessita de uma avaliação pré-operatória minuciosa para que possa ser estabelecido um protocolo anestésico seguro. Tal avaliação reduz o risco de complicações. A classificação proposta pela American Society of Anesthesiologists (ASA) é uma ferramenta importante que, adicionada ao prontuário do paciente, minimiza os riscos anestésicos e cirúrgicos. O objetivo do presente estudo foi classificar pacientes caninos que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos de osteossíntese de acordo com a classificação ASA. Foram avaliados 33 cães que foram submetidos à anestesia geral.  Após avaliação clínica e laboratorial os pacientes foram classificados por um único avaliador. Não houve pacientes ASA I porque tal categoria abrange apenas pacientes saudáveis. Na categoria ASA II houve 12 pacientes (12/33; 36,36%), considerados como portadores de enfermidades sistêmicas leves. Houve 19 pacientes ASA III (19/33; 57,57%) que apresentavam fraturas complicadas. Apenas um paciente politraumatizado (múltiplas fraturas) foi classificado como ASA IV. Não houve pacientes ASA V e VI e não ocorreram óbitos. Concluiu-se que de todos os cães submetidos à osteossíntese cirúrgica no serviço e período analisado a maioria dos pacientes foi classificado como ASA III.

Referências

American Society of Anesthesiologists. (2019). Physical status classification system. https://www.asahq.org/standards-and-guidelines/asa-physical-status-classification-system.

Batatinha, R., Baraúna Júnior, D., Santos, C. R., Costa, S. D., Correia, P., & Moreira, P. R. (2021). Prevalência de fraturas em cães e gatos atendidos em projeto de extensão da clínica cirúrgica na Cidade de Petrolina/PE – 2016 a 2018. Research, Society and Development, 10(6):e17910615480. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15480

Ben Ali, L.M. (2013). Incidence, occurrence, classification and outcome of small animal fractures: a retrospective study (2005-2010). International Journal of Animal and Veterinary Sciences, 7(3), 191-196. doi.org/10.5281/zenodo.1082359.

Bille, C., Auvigne, V., Libermann, S., Bomassi, E., Durieux, P. & Rattez, E. (2012). Risk of anaesthetic mortality in dogs and cats: an observational cohort study of 3546 cases. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 39(1), 59-68. 10.1111/j.1467-2995.2011.00686.x

Cruz-Pinto, C. E., Stopiglia, A. J., Matera, J. M., & Arnoni, F. I. (2015). Análise da casuística das afecções cirúrgicas observadas na Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais da FMVZ-USP no período de 1988 a 2007. Brazilian Journal of Veterinary Researchand Animal Science, 52(1), 41-47. 10.11606/issn.1678-4456.v52i1p41-47.

Elzomor, S. T., Sheta, E. M. E., Farghali, H. A, & Ashour, A. E. (2014). Prevalence of femoral fractures in dogs and cats. Journal of the Egyptian Veterinary Medical Association, 74(2), 269-278. https://scholar.cu.edu.eg/?q=haithem_farghail/files/prevalence_of_femoral_fractures_in_dogs_and_cats.pdf

Fernandes, E. O., Guerra, E. E., Pitrez, F. A. B., Fernandes, F. M., Rosito, G. B. A., Gonzáles, H. E., Meyer, I., Silva Neto, L. B., Fernandes, M. S., Soibelman, M. & Carvalho, R. L. (2010). Avaliação pré-operatória e cuidados em cirurgia eletiva: recomendações baseadas em evidências. Revista da AMRIGS, 54(2), 240-258. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4336871/mod_folder/content/0/Avaliacao%20pre-operatoria%20e%20cuidados%20em%20cirurgia%20eletiva.pdf?forcedownload=1.

Futema, F. (2002). Avaliação pré-anestésica. In: D. T. Fantoni & S. R. G. Cortopassi (Orgs.) Anestesia em cães e gatos (pp. 59-63). Roca.

Horta, R. S., & Rezende, C. M. F. (2014). Fraturas expostas em pequenos animais. Enciclopédia Biosfera, 10(18), 1800-1814. https://www.conhecer.org.br/enciclop/2014a/AGRARIAS/Fraturas.pdf

Itami, T., Aida, H., Asakawa, M., Fujii, Y., Iizuka, T., Imai, A., Iseri, T., Ishizuka, T., Kakishima, K., Kamata, M., Miyabe-Nishiwaki, T., Nagahama, S., Naganobu, K., Nishimura, R., Okano, S., Sano, T., Yamashita, K., Yamaya, Y., & Masashi, Y. (2017). Association between preoperative characteristics and risk of anaesthesia-related death in dogs in small-animal referral hospitals in Japan. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 14(3), 461- 472. 10.1016/j.vaa.2016.08.007

Kemper, B., & Diamante, G. A. C. (2015). Estudo retrospectivo das fraturas do esqueleto apendicular de cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Norte do Paraná (Unopar) no Período de Janeiro de 2007 a Março de 2009. UNOPAR Científica, Ciências Biológicas e da Saúde, 12(2), 23-26. https://doi.org/10.17921/2447-8938.2010v12n2p%25p

Kumar, K., Mogha, I. V., Aithal, H. P., Kinjavdekar, P., Singh, G. R., Pawde, A. M. & Kushwaha, R. B. (2007). Occurrence and pattern of long bone fractures in growing dogs with normal and osteopenic bones. Journal of Veterinary Medicine Series A, 54(9), 484-490. 10.1111/j.1439-0442.2007.00969.x

Libardoni, R.N., Serafini, G.M.C., Oliveira, C., Schimites, P.I., Chaves, R.O., Feranti, J.P.S., Costa, C.A.S., Amaral, A.S., Raiser, A.G., & Soares, A.V. (2016). Appendicular fractures of traumatic etiology in dogs: 955 cases (2004-2013). Ciência Rural, 46(3), 542-546. 10.1590/0103-8478cr20150219

Luz, L. C., Muccillo, M. S., Fonini, A. L., Ledur, G. R., Kasper, P. N. & Contesini, E. A. (2012). Mortalidade em anestesia de cães e gatos: estudo retrospectivo de 5.366 procedimentos anestésicos. Archives of Veterinary Science, 17(suppl. 1), 13-15. http://dx.doi.org/10.5380/avs.v17i1

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_MetodologiaPesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Piermattei, D.L., Flo, G.L., & Decamp, C.E. (2006). Small animal orthopedics and fracture repair. (4.ed.) Saunders. 832 p.

Rodrigues, N. M., Moraes, A. C., Quessada, A. M., Carvalho, C. J. S., Dantas, S. S. B. & Ribeiro, R. C. L. (2018). Anesthetic classification of the physical status and surgical-anesthetic mortality in dogs. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 70(3), 704-712. https://doi.org/10.1590/1678-4162-9881

Rodrigues, N. M., Quessada, A. M., Moraes, A. C., Dantas, S. S. B. & Sales, K. K. S. (2017). Estado físico e risco anestésico em cães e gatos: revisão. PUBVET, 11(8), 781-788. 10.22256/PUBVET.V11N8.781 - 788

Rodrigues, N. M., Quessada, A. M., Silva, F. L., Silva, E. M. C., Costa Neto, J. M. & Lima, W. C. (2016). Epidemiologia e risco anestésico de cães portadores de otohematoma. Acta Scientiae Veterinariae, 44(1), 1-6. 10.22456/1679-9216.80930

Schwartzman, U. P., Batista, K., Duarte, L. T. D., Saraiva, R. A. & Fernandes, M. C. B. C. (2011). Complicações anestésicas em cirurgia plástica e a importância da consulta pré-anestésica como instrumento de segurança. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, 26(2), 221-227. 10.1590/S1983-51752011000200007

Shiju, S. M., Ganesh, R., Ayyappan, S., Rao, G. D., Kumar, R. S. Kundave, V. R. & Das, B. C. (2010). Incidences of pelvic limb fractures in dogs: a survey of 478 cases. Veterinary World, 3 (3), 120-121. https://www.researchgate.net/publication/49612292_Incidences_of_pelvic_limb_fractures_in_dogs_A_survey_of_478_cases.

Shmon, C. (2007). Avaliação e preparação do paciente e da equipe cirúrgica. In: D. Slatter (Org.). Manual de cirurgia de pequenos animais. (vol. 1, pp. 162-170). São Paulo: Manole.

Souza, M. M. D., Rahal, S. C., Padovani, C. R., Mamprim, M. J., & Cavini, J. H. (2011). Afecções ortopédicas dos membros pélvicos em cães: estudo retrospectivo. Ciência Rural, 41(5), 852-857. https://www.scielo.br/j/cr/a/77cNJryYWwVF8krPwBfTSNn/?format=pdf&lang=pt.

Uwagie-Erro, E. A., Abiaezute, C. N., Okorie-Kanu, O. J., Odigie, E. A., & Asemota, O. D. (2018). Retrospective evaluation of canine fractures in Southern Nigeria. Comparative Clinical Pathology, 17(5), 1127–1132. https://doi.org/10.1007/s00580-018-2708-3.

Vidane, A. S., Elias, M. Z. J., Cardoso, J. M. M., Come, J. A. S. S., Harun, M., & Ambrósio, C. E. (2014). Incidência de fraturas em cães e gatos da cidade de Maputo (Moçambique) no período de 1998-2008. Ciência Animal Brasileira, 15(4), 490-494. 10.1590/1089-6891v15i424279.

Downloads

Publicado

18/04/2022

Como Citar

RODRIGUES, N. M. .; DANTAS, S. S. B. .; LEITZKE, A. V. S.; TRENTIM, M. da S. .; BORGES, T. B. .; MAIA, L. T. .; BROCH, N. R. A. .; BELETTINI, S. T. .; MERLINI, N. B. .; QUESSADA, A. M. . Classificação do estado físico e risco anestésico de cães submetidos à osteossíntese. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e1911628682, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.28682. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28682. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas