Técnicas de pré-germinação de faveira em lotes de diferentes procedências como subsídio para a padronização e comercialização

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28701

Palavras-chave:

Controle de qualidade; Dormência; Regulamentação; Sementes nativas; Variabilidade.

Resumo

O setor de sementes nativas no Brasil é recente, necessita de organização, e a sua regulamentação é importante, ao garantir qualidade e origem dos recursos utilizados. De ampla distribuição, Enterolobium schomburgkii foi escolhida, a fim de evidenciar o uso de técnicas simples na avaliação da produção de sementes. Para os estudos de crescimento inicial (germinação e emergência), foram utilizados lotes de três procedências (Alta Floresta, Sinop e Xingu-Araguaia), duas condições (controlado/Mangelsdorf/30 °C e canteiro/aberto/temperatura ambiente) e quatro quebras de dormência (CTEA18, CTEA4, ELX, EA18), com quatro repetições de 25 sementes, em delineamento fatorial. Variáveis como germinação/emergência e IVG foram estudadas, usando testes não paramétricos. Houve variação entre as procedências: a germinação/emergência é afetada por todos os caracteres avaliados; enquanto o IVG, exceto pelo ambiente. Estas duas variáveis normalmente são utilizadas para expressar o vigor do material, informação importante para a avaliação dos lotes; ou seja, quanto maior o IVG, maior a velocidade de germinação, mais adaptável ambientalmente será o lote. Com relação à dormência, ELX foi consistente com relação às outras metodologias, fator também conectado às próprias procedências, por questões de variabilidade da distribuição da espécie. Considerando a ampla distribuição, a superação física de dormência por meio da escarificação com lixa se mostrou eficiente. Porém, novos estudos são necessários, a fim de garantir robustez às recomendações atualmente conhecidas.

Referências

Alexandre, R. S., Gonçalves, F. G., Rocha, A. P., Arruda, M. P., & Lemes, E. Q. (2009). Tratamentos físicos e químicos na superação de dormência em sementes de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Rev. Bras. Ciênc. Agrár., 4 (2): 156-159.

Aref, I. M., Ali, H., Atta, E., Al Shahrani, T., & Ismail, A. (2011). Effects of seed pretreatment and seed source on germination of five Acacia spp., Afr. J. Biotechnol., 10 (71): 15901–15910.

Borges, E. E. L., Borges, R. C. G., & Teles, F. F. F. (1980). Avaliação da maturação e dormência de sementes de orelha-de-negro. Rev. Bras. Sem., 2 (2): 29-32.

Borges, H. B. N., Silveira, E. A., & Vendramin, L. N. (2014). Flora arbórea do Mato Grosso: tipologias vegetacionais e suas espécies. Cuiabá: Entrelinhas. 255 p.

Brasil, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2010). Instrução Normativa nº 44, de 23 de dezembro de 2010. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 dez. 2010. N. 246, Seção I, p.2.

Brasil, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2011). Instrução Normativa nº 35, de 14 de julho de 2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 15 jul. 2011. N. 135, Seção I, p.2.

Brasil, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2012). Instrução Normativa nº 26, de 10 de setembro de 2012. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 set. 2012. N. 176, Seção I, p.5.

Brasil, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), Coordenação Geral de Apoio Laboratorial (CGAL). (2013). Instruções para análise de sementes de espécies florestais. Brasília: MAPA, 2013. 97p.

Brasil, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2017). Instrução Normativa nº 17, de 26 de abril de 2017. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 27 abr. 2017.

Botsheleng, B., Mathowa, T., & Mojeremane, W. (2014). Effects of pre-treatments methods on the germination of Pod mahogany (Afzelia quanzensis) and mukusi (Baikiaea plurijuga) seeds. Int. J. Innov. Res. Sci. Eng. Technol., 3 (1): 8108–8113.

Campos Filho, E. M. (2012). Plante as árvores do Xingu e Araguaia. Instituto Socioambiental.

Campos Filho, E. M., & Sartorelli, P. A. R. (2015). Guia de identificação de espécies-chave para a restauração florestal na região de Alto Teles Pires, Mato Grosso. São Paulo: The Nature Conservancy, 2015. 248p.

Carrero, G. C., Pereira, R. S., Jacaúna, M. A., & Lima Júnior, M. J. V. (2014). Árvores do sul do Amazonas: guia de espécies de interesse econômico e ecológico. Manaus: IDESAM.

Defler, T. T., & Defler, S. B. (1996). Diet of a Group of Lagothrix Lagothricha Lagothricha in Southeastern Colombia. Int. J. Primat., 17(2).

Figliolia, M. B. (2015). Teste de germinação. In: Piña-Rodrigues, F. C. M., Figliolia, M. B., Silva, A. (2015). Sementes florestais tropicais: da ecologia à produção. Londrina, ABRATES, p. 325-343.

Fogaça, C. A. (2000). Teste de tetrazólio e testes de vigor. In: Piña-Rodrigues, F. C. M., Fragoso, J. M. V., & Huffman, J. M. Seed-dispersal and seedling recruitment patterns by the last Neotropical megafaunal element in Amazonia, the tapir. Journal of Tropical Ecology, 16 (3): 369-385.

Gonçalves, F. G., Alexandre, R. S., Silva, A. G., Lemes, E. Q., Rocha, A. P., & Ribeiro, M. P. A. (2013). Emergência e qualidade de mudas de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (Fabaceae) em diferentes substratos. Árvore, 37 (6): 1125-1133.

Guimarães, V., Zaidan, F., & Braga, L. (2021). Inovação na Rede de Sementes do Xingu: proposta para o aprimoramento da eficiência na cadeia de suprimentos. Meio Ambiente, 3 (1): 18-32.

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). (2019). Banco de dados meteorológicos para ensino e pesquisa (BDMEP). Available at: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep. Accessed on: 14/09/2019.

Izawa, K. (1979). Foods and feeding behavior of wild black-capped capuchin (Cebusapella). Primates, 20 (1): 57-76.

Linhares, A. C. C., Vasconcelos, R. G., & Alves, S. R. M. (2020). Methods to overcome dormancy of seeds of Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth. Agropecuária Técnica, 41(1-2), 36-40.

Lorenzi, H. (1998). Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, v. 2.

Marques, M. C., Calvi, G. P., Pritchard, H. W., & Ferraz, I. D. K. (2022). Behind the forest restoration scene: a socio-economic, techincal-scientific and political snapshot in Amazonas, Brazil. Acta Amaz., 52 (1): 1-12.

Matos, J. M. M., Ramos, K. M. O., Martins, R. C. C., Oliveira, D. V., & Martins, A. P. (2010). Estudo das técnicas de superação da dormência das sementes de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Heringeana, 4 (1): 60-64.

Mews, H. A., Marimon, B. S., & Ratter, J. A (2012). Observations on the vegetation of Mato Grosso, Brazil. V. Changes in the woody species diversity of a forest in the Cerrado–Amazonian Forest transition zone and notes on the forests of the region. Edinburgh Journal of Botany, 69 (2): 239–253.

Muñiz, G. I. B., Nisgoski, S., França, R. F., & Schardosin, F. Z. (2012). Comparative anatomy of wood and charcoal of Cedrelinga catenaeformis Ducke and Enterolobium schomburgkii Benth. for identification purposes. Sci. For., 40 (94): 291-297.

Nakagawa, J. (1999). Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas In: Krzyzanowski, F.C., Vieira, R.D., França Neto, J.B. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: Abrates, 1999. p.2.1-2.24.

Nodari, R. O., Guerra, M. P., & Reis, A. (1983). Efeito de tratamentos pré-germinativos e sistemas de semeadura na produção de mudas de Timbaova (Enterolobium contortisiliquum (Vellozo) Morong) em viveiro. INSULA Revista de Botânica, 13: 38-47.

Noronha, B. G., Medeiros, A. D., & Pereira, M. D. (2018). Avaliação da qualidade fisiológica de sementes de Moringa oleífera Lam. Ciência Florestal, 28 (1): 393-402.

Oliveira, M. C., Ogata, R. S., Andrade, G. A., Santos, D. S., Souza, R. M., Guimarães, T. G., Silva Júnior, M. C., Pereira, D. J. S., & Ribeiro, J. F. (2016). Manual de viveiro e produção de mudas: espécies arbóreas nativas do Cerrado. Brasília: Rede de Sementes do Cerrado, 2016. 124 p.

Pedrini, S., & Dixon, K. W. (2020). Standards for native seeds in ecological restoration. Restoration Ecology, 28 (S3): 213-303.

Pinzón, R., Fábrega, J., Vega, D., Vallester, E. N., Aizprúa, R., López-Serrano, F. R., Ogden, F. L., & Espino, K. (2012). Estimates of biomass and fixed carbon at a rain forest in Panama. Air, Soil and Water Research, 5: 79-89.

R Development Core Team. (2020). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0, 2008. http://www.r-project.org.

Ramos, M. B. P., & Ferraz, I. D. K. (2008). Estudos morfológicos de frutos, sementes e plântulas de Enterolobium schomburgkii Benth. (Leguminosae-Mimosoideae). Revista Brasil Bot., 31 (2): 227-235.

Ribeiro-Oliveira, J. P., & Ranal, M. A. (2014). Sementes florestais brasileiras: início precário, presente inebriante e o futuro, promissor? Ciência Florestal, 24 (3): 771-784.

Sangoi, L., Argenta, G., Silva, P. R. F., Minetto, T. J., & Bisotto, V. (2003). Níveis de manejo na cultura do milho em dois ambientes contrastantes: análise técnico-econômica. Ciência Rural, 33 (6): 1021-1029.

Santana, D. G., & Ranal, M. A. (2004). Análise da germinação: um enfoque estatístico. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004. 248p.

Sautu, A., Baskin, J. M., Baskin, C. C., & Condit, R. (2006). Studies on the seed biology of 100 native species of trees in a seasonal moist tropical forest, Panama, Central America. Forest Ecology and Management, 234: 245-263.

Scalon, S. P. Q., Mussury, R. M., Wathier, F., Gomes, A. A., Silva, K. A., Pierezan, L., & Scalon-Filho, H. (2005). Armazenamento, germinação de sementes e crescimento inicial de mudas de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Acta Sci. Biol. Sci., 27 (2): 107-112.

Silva, A. C. F., Silveira, L. P., Nunes, I. G., Souto, J. S. (2012). Superação de dormência de Enterolobium contortisiliquum Mor. (Vell.) Morong. Scientia Plena, 8 (4): 1-6.

Silva, A. D. P., Souza, P. A., Santos, A. F., Pinto, I. O., & Moura, T. M. (2014). Tratamentos para superação de dormência em sementes de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 9 (2): 213-217.

Souza, S. G. A., & Varela, V. P. (1989). Tratamentos pré-germinativos em sementes de faveira orelha de macaco (Enterolobium schomburgkii, BENTH.). Acta Amazonica, 19: 19-26.

Downloads

Publicado

18/04/2022

Como Citar

CORRÊA, A. J. M.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; NOGUEIRA, L. A. da S. .; SILVA, A. P. M. da .; BEHLING, M.; ISERNHAGEN, I. Técnicas de pré-germinação de faveira em lotes de diferentes procedências como subsídio para a padronização e comercialização. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e2511628701, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.28701. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28701. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas